O que se salva dos Browns em 2024?

Um ano decepcionante para uma franquia que buscava voltar aos playoffs e avançar nesse desafio. Para além do resultado final, muita coisa deu errado. Há pouco que se salva para 2025; mudanças serão necessárias.

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Foi uma noite de quinta-feira prazerosa para o torcedor do Cleveland Browns. Vitória sobre o rival, jogando em casa em um clima hostil – mas lindo de se ver, convenhamos -, com grande atuação defensiva, maluquices de Jameis Winston e o touchdown triunfante conquistado nos últimos instantes.

Não quero que o torcedor deixe de comemorar a vitória, pois cada triunfo precisa ser vangloriado, contudo, isso não pode servir como cortina de fumaça do que acontece em Cleveland. Pouco – ou melhor, quase nada – se salva dos Browns em 2024. O time entrou na temporada com a expectativa de, no mínimo, retomar o rumo dos playoffs e tentar uma corrida mais profunda nas terras de janeiro.

A temporada, no entanto, é um desastre. Com 3-8 de campanha, o time não briga por mais nada, continua com o fardo Deshaun Watson e há muitos problemas pendentes para 2025. Há algo que se salva em meio ao caos?

É preciso o mínimo de decência 

Foi preciso uma lesão para frear a loucura de Kevin Stefanski. Entendo que, como o contrato de Deshaun Watson deixa a franquia de mãos atadas, o treinador precisa esticar a corda até o ponto máximo, mas ela já estava além dos limites. Os Browns precisavam de um quarterback minimamente competente. Watson não era minimamente competente.

Bastou Winston entrar em campo para vermos como pequenas mudanças podem fazer efeito. Ele não vem jogando bem, mas, em quatro jogos que esteve em campo como titular, Cleveland venceu duas vezes. Jameis continuará oscilando como sempre e isso não vai mudar – como mero telespectador, espero que nunca mude -, no entanto, ele consegue ao menos dar o mínimo de movimentação ao ataque para que pontos sejam anotados no placar. Nesse período, vimos boas atuações de Jerry Jeudy e David Njoku e até mesmo o segundanista Cedric Tillman desempenhou bom papel ofensivo. Isso é fundamental para que a franquia saiba com que peças pode contar para 2025, fazendo uma avaliação justa de desempenho.

Isso é um misto de felicidade e tristeza. Felicidade: se os Browns conseguirem um bom passador, pensando, principalmente, em um prospecto promissor pelo Draft, as coisas devem melhorar rápido. Tristeza: Watson ainda tem dois anos de contrato 100% garantido; Stefanski terá pulso firme para puxar o gatilho e fazer a mudança?

Myles Garrett, Denzel Ward – e só? 

Uma das melhores unidades defensivas de 2023, a defesa de Cleveland sofreu notória regressão nesta temporada. Os principais nomes do grupo, Denzel Ward e Myles Garrett, continuam em altíssimo nível de atuação, no entanto, seus companheiros não se mostram capazes de se assemelhar na destreza dentro de campo.

Jim Schwartz precisará gastar um pouco a cabeça para remodelar sua defesa em 2025. Garrett, atual Jogador Defensivo do Ano, é uma besta enjaulada com ódio e será o principal pilar, mas precisa de bons companheiros na linha defensiva. Não há pass rush do lado oposto e a defesa terrestre é ruim. Na secundária, Ward continua anulando os recebedores oponentes, mas viu seus companheiros, Martin Emerson e Greg Newsome II, decaírem de nível. Será necessário melhorar a profundidade.

A defesa de Cleveland é bem comandada, mas viu o rendimento do grupo desabar. Schwartz precisará trabalhar em uma pequena reformulação para encontrar atletas que tenham sintonia com o estilo defensivo que ele propõe, principalmente com reajustes na secundária. Em 2023, a contenção aérea dos Browns foi a melhor da liga, capitalizando interceptações (18) e cedendo poucas jardas por tentativa de passe (4,8). Neste ano, mal rouba a bola (2) e é um buraco defensivo (6,7 jardas por tentativa de passe).

E fora de campo?

Está nítido que, realmente, pouco se salva dentro de campo na franquia de Ohio. Não é caso para desespero ou reformulação total, mas os Browns precisam mudar consideráveis peças do elenco para voltarem a ser efetivamente competitivos. Fica, então, o questionamento final: quem está no comando fora de campo se salva?

Confesso que a tomada de decisão de Stefanski acerca da titularidade de Deshaun não me agrada e retirou um pouco da confiança que tinha nele como treinador principal, afinal, seu cargo exige que decisões difíceis sejam tomadas. Ainda assim, é um nome capacitado e que foi capaz de fazer Cleveland ser uma franquia decente. O mesmo pode se dizer de Schwartz: sua unidade faz um ano abaixo, mas ele tem currículo o suficiente para merecer uma segunda chance.

No entanto, duas peças precisam ser demovidas. Apostar em Ken Dorsey como coordenador ofensivo foi um erro de Cleveland. A sua demissão e a subsequente melhora ofensiva do Buffalo Bills eram indícios claros o suficiente de que ele precisaria dar um passo atrás na carreira para recomeçar. Os resultados infrutíferos no ataque dos Browns não poderiam ser diferentes. Stefanski precisará mudar seu homem de confiança no setor.

Agora, vamos à parte polêmica. Andrew Berry está em Cleveland desde 2020 e auxiliou a construir um bom elenco. Ao mesmo tempo, porém, é o homem que puxou o gatilho por Watson e colocou a franquia em um ponto de inflexão crítico, recusando-se a corrigir a rota. Os Drafts recentes não justificam a manutenção de Berry e talvez seja a hora de uma mente nova por detrás da montagem do elenco dos Browns. Hoje, o atual general manager da equipe não passa confiança e pode colocar em xeque algumas das mudanças necessárias para 2025.

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