Faltou força para o Green Bay Packers competir de verdade

Ninguém duvida que os Packers sejam um bom time, mas a grande verdade é que esse time não tinha poder de fogo suficiente para brigar com a elite da conferência

Love

O esperado salto do Green Bay Packers não veio em 2024. Entrando na temporada ainda com um time considerado inexperiente, se esperava que, com as lições aprendidas nos dois jogos de playoff da última temporada, Jordan Love e seus amigos pudessem saltar de produção e brigar com as equipes de topo da conferência. A expectativa não se confirmou.

Durante toda a temporada, a falta de poder de fogo e de estrelas que pudessem dominar quando a coisa apertasse ficou evidente. É claro que o fator ‘lesões’ pesou bastante na derrota para o Philadelphia Eagles, no entanto, as mudanças e as questões que precisam ser decifradas estão muito mais relacionadas a filosofia da equipe do que um único dia ruim no escritório. Especialmente porque essas perguntas nem são tão obscuras assim.

O que melhorou – e o que não melhorou

Para contarmos a história do Green Bay Packers de 2024, precisamos voltar 12 meses no tempo. Por mais amarga que fosse a derrota para o San Francisco 49ers, o torcedor da equipe sentiu um alento no coração após a demissão de Joe Barry, que comandou uma defesa bastante vulnerável e pouco agressiva nos últimos dois anos.

Fala sério, de toda forma que você comparar, a defesa dos Packers melhorou consideravelmente sob o comando de Jeff Hafley. Cedeu menos pontos, defendeu muito melhor o jogo terrestre e, claro, na métrica do olhômetro™, o grupo foi mais coeso e bem-treinado. Mas ainda não é o suficiente quando você tem como principal adversário o melhor ataque da NFL. A falta de material humano na defesa dos Packers limitou o grupo, e por mais que achemos a unidade comandada por Hafley mais sólida do que em relação ao antecessor, ainda existe um caminho até ser considerada entre as melhores da liga.

A questão é que… você pode falar as mesmas coisas do outro lado da bola. Matt LaFleur tem vários méritos como playcaller, só que os Packers não contam com uma superestrela que podem confiar nos momentos mais apertados. Nenhuma das unidades é ruim, longe disso – só que a falta de um verdadeiro recebedor número um claramente machucou o time ao longo do ano. Entre Jayden Reed, Christian Watson e Romeo Doubs, ninguém realmente se estabeleceu como líder do trio. Isso pesou.

Outro ponto é que, nesse ano, Green Bay correu com a bola muito mais (52.1%) do que o fez em 2023 (43.2%). Sabemos que Matt LaFleur é um dos treinadores que mais ama o jogo terrestre e que o time foi um dos que mais se utilizou da corrida nas primeiras descidas. O problema é que, enquanto Philadelphia e Baltimore tinham running backs e linhas ofensivas dominantes, Josh Jacobs não foi exatamente um craque: seus bons números vieram mais por conta de volume do que necessariamente de boa produção, sendo apenas o 22º running back com maior média de jardas por carregada em 2024. O time dobrou a aposta em algo que não foi tão efetivo assim.

A maior lição que vai ficar para o ano de 2025 é que jogadores de mais alto calibre precisam ser adicionados ao elenco, e isso vem com mais agressividade durante a offseason. Green Bay não pode ter um ano passivo e esperar que os jogadores jovens se desenvolvam porque, bem, era basicamente o plano de 2024 e ele não funcionou como o esperado. E a NFL tem pressa.

Jordan Love tem culpa no cartório

Dito tudo isso, também precisamos atribuir uma boa parcela de culpa para o quarterback do time, que mesmo levando em conta nas lesões, regrediu em relação ao excelente final de ano passado. Love também esteve entre os jogadores jovens que não deram o salto esperado – no entanto, ele é o único com um contrato de 55 milhões de dólares ao ano.

Contra o Philadelphia Eagles, decisões ruins que custaram o jogo ao time estiveram presentes. Assim como os jovens recebedores de seu time não se estabeleceram como deveriam, faltou um pouco mais de tempero para Love, de quem já se viu – e de quem se espera – atuações num nível mais alto. A inconsistência esteve presente em 2024, e a cobrança é muito maior quando você tem um super contrato em mãos.

Das sete derrotas no ano, seis vieram contra Philadelphia Eagles, Detroit Lions ou Minnesota Vikings, as três fortalezas da NFC. Somando tais partidas, o quarterback teve 58,5% de passes completos, oito touchdowns e oito interceptações. Você precisa que o seu franchise quarterback seja melhor nas grandes partidas do ano, e Love não o foi. A crítica acontece porque já vimos ele jogar bem nesses cenários em 2023; foi uma decepção, e há grande espaço para melhora em 2025.

Não dá pra dizer que o mesmo clima otimista de 2023 está pairando sobre o Green Bay Packers nesse momento. As lesões contra os Eagles não podem apagar o que foi um ano abaixo das expectativas e que exigem, sim, reforços de peso para que o time atinja seus principais objetivos. Só chegar nos playoffs não é o bastante, e como aprendemos nos últimos dois anos, vai precisar de muita coisa para roubar a NFC North dos Lions.

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