Desde que Aaron Rodgers sofreu a fratura na clavícula direita, no jogo contra o Minnesota Vikings, da Semana 6, o futuro do Green Bay Packers na temporada 2017 ficou… Nebuloso. Sem seu principal jogador e tendo que contar com o inexperiente Brett Hundley na posição de quarterback, era difícil saber o que esperar da equipe.
O que veio a seguir foi o pior cenário possível para o torcedor dos Packers: sem Rodgers, a equipe caiu muito de nível, mostrando todas as limitações do seu elenco e até mesmo da comissão técnica. Os problemas na linha ofensiva e na secundária, antes “maquiados” pelo talento de Aaron Rodgers, se mostraram bastante importantes.

Brett Hundley, por sua vez, deixou claro não estar pronto para ser um quarterback titular na NFL. O quarterback lançou para 5 touchdowns e 8 interceptações, com um rating de 70. Mas os números não dizem tudo (nem para um lado, nem para o outro). Hundley segura demais a bola, claramente inseguro com as leituras, sofrendo diversos sacks e perdendo oportunidades de ganhos de jardas. O quarterback usa bem as pernas, tanto a partir do play action quanto em jogadas de zone read. Ainda assim, obviamente, não há qualquer comparação entre a qualidade de Brett Hundley com a de Aaron Rodgers.
Aos trancos e barrancos, o Green Bay Packers segue vivo na disputa por uma vaga nos playoffs da temporada 2017. Com Aaron Rodgers em franca recuperação após a cirurgia na clavícula, e podendo retornar na semana 15, após o jogo deste domingo contra os Browns, surge a pergunta. Vale a pena para os Packers arriscar o retorno de Rodgers, em uma disputa por vaga na pós-temporada que parece bastante difícil para a equipe?
Para respondermos a esta pergunta, vamos analisar a equipe dos Packers com e sem Rodgers, além dos cenários que envolvem a disputa pelas vagas nos playoffs da Conferência Nacional.

Os jogos sem Aaron Rodgers
Aaron Rodgers se machucou após uma colisão com o linebacker Anthony Barr, do Minnesota Vikings. Brett Hundley entrou no meio da partida, vencida pelos Vikings. Neste momento, os Packers se encontravam com 4 vitórias e 2 derrotas. Nas partidas seguintes, a equipe, comandada por Hundley, não foi capaz de igualar a produção ofensiva dos ataques de New Orleans Saints e Detroit Lions.
Nesse momento, a preocupação já tomava conta da direção (e da torcida) da equipe. Com duas derrotas seguidas, e com Rodgers ainda longe de voltar, os Packers precisavam “parar o sangramento”. Diante do rival Chicago Bears, a equipe conquistou sua primeira vitória com Brett Hundley recebendo snaps. Com o jogo posterior sendo em casa, contra a irregular equipe do Baltimore Ravens, a expectativa cresceu em Green Bay… e murchou totalmente depois da derrota por 23 a 0.
Na sequência, apesar da derrota em Pittsburgh no Sunday Night Football, Brett Hundley teve sua melhor atuação em 2017 e os Packers fizeram um jogo bem mais equilibrado do que se poderia imaginar. Finalmente, no último domingo, a equipe venceu os Buccaneers na prorrogação – chegando à marca atual de 6 vitórias e 6 derrotas.
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Agora, neste próximo domingo, contra os Browns, Brett Hundley tem a chance de “entregar” o time de volta para Aaron Rodgers com um recorde positivo, e com chances de brigar por uma vaga nos playoffs. Contudo, se perder para Cleveland, que até agora não venceu uma partida sequer… aí é melhor nem falar mais nada.
As chances de classificação
Partindo do princípio de que os Packers devem vencer o jogo de domingo em Cleveland, a equipe estará então com 7 vitórias e 6 derrotas – entrando na semana 15, momento em que Aaron Rodgers estará elegível para retornar ao time, com chances razoáveis. Aparentemente, a recuperação física do quarterback está dentro do prazo, visto que Rodgers já até voltou aos treinos. Assim, o que poderá determinar a relevância e o real valor do seu retorno é o tamanho da chance de Green Bay chegar aos playoffs.
Para que a equipe alcance os playoffs, o primeiro item necessário é bem direto: ganhar todos os jogos. A equipe precisa terminar o ano com 10 vitórias e 6 derrotas, a qual deve ser a “nota de corte” para quem quiser sonhar com a respescagem da Conferência Nacional. Nos jogos restantes, contra Carolina, Minnesota e Detroit, Aaron Rodgers precisa liderar o time à vitória para ser possível pensar em combinações de resultados que classifiquem o time aos playoffs.
Além das vitórias, os Packers precisam contar com uma combinação de resultados. Considerando que, na disputa pela divisão, Minnesota parece quase inalcançável, o mais provável é que a equipe dispute vaga no wild card. Mas esta também será uma disputa bem apertada. No momento, as equipes que estão disputando diretamente as duas vagas são Seattle Seahawks (8-4), Carolina Panthers (8-4), Atlanta Falcons (8-5 após a vitória no TNF), Detroit Lions e Dallas Cowboys (6-6, assim como Green Bay até este momento).
Panthers e Falcons (assim como os Saints, que lideram a NFC South) ainda têm confrontos de divisão, que devem piorar o recorde de ao menos um desses times. Seattle ainda briga pelo título da NFC West, embora também tenha jogos difíceis pela frente. Os Packers já têm vantagem no desempate contra Seattle e, caso termine com 10 vitórias e 6 derrotas, também têm sobre Carolina, ambos pelo confronto direto. Da mesma forma, a equipe encontra-se em desvantagem com relação a Atlanta.
Assim, os Falcons são o time que Green Bay mais precisa “secar”, na busca pela vaga nos playoffs. Ainda assim, neste momento, a parte mais difícil da missão dos Packers permanece sendo a necessidade de vencer todas as suas partidas, todas contra adversários diretos.
Certamente uma tarefa árdua. De acordo com a análise estatística de determinação de probabilidade de resultados feita pelo jornalista Neil Greenberg, do Washington Post, a chance combinada de acontecerem todos os resultados que os Packers precisam para se classificar aos playoffs é de 750 para 1. Não exatamente animador…
Vale a pena voltar com Rodgers?
A ausência de Aaron Rodgers serviu para reforçar o quão importante o quarterback (2 vezes MVP) é para sua equipe. Sem ele, os Packers são uma equipe no máximo mediana, e estariam bem longe de qualquer oportunidade de chegar aos playoffs. Com Rodgers liberado para jogar, resta a dúvida sobre se a equipe deve arriscar seu jogador mais importante em uma situação tão difícil para a classificação aos playoffs.
Considerando que a lesão de Rodgers foi uma fratura, e que ele só será liberado para jogar se esta fratura estiver completamente consolidada, seu retorno não trará risco maior de nova contusão. Claro, não incluindo nesta conta o risco inerente a jogar futebol americano.
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Desta forma, enquanto existir esperança de classificação, não há motivo para não colocar em campo os melhores da equipe. Caso não haja mais essa possibilidade, pode até se questionar o benefício de escalar Rodgers. Mas ainda não estamos neste ponto.
Caso Green Bay vença Cleveland neste domingo, a expectativa é que Aaron Rodgers volte ao comando do time na semana seguinte. Agora, se os Packers perderem para os Browns… é melhor deixar pra lá.
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