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Allen, Burrow ou Jackson: quem é o 2° melhor quarterback da NFL?

Josh Allen, Joe Burrow e Lamar Jackson jogaram o fino da bola em 2024, deixando a disputa do prêmio de 2° melhor quarterback da liga em aberto. Seja qual for a resposta, uma coisa é certa: estamos vivenciando mais uma grande era de quarterbacks.

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Dois anos atrás, o Bulio escreveu um texto debatendo sobre quem seria o 2° melhor quarterback da liga até então. Sim, o segundo, pois a medalha de ouro sempre foi de Patrick Mahomes. Pois bem: eis que o próprio Bulio me dá esta tarefa e agora sou eu quem tenho que desarmar essa bomba. Mas antes que joguem pedras em cima de mim, será que algo nessa discussão mudou de dois anos para cá?

À priori, parece que não mudou nada. Patrick Mahomes ainda é unanimidade (e também um ET). Josh Allen e Joe Burrow tiveram seus percalços em chegar – no caso do segundo, de voltar – ao Super Bowl, mas ninguém deixa de enxergar o talento de ambos por conta disso. Além deles, Lamar Jackson “ressurgiu” após alguns anos apagado, venceu mais um prêmio MVP em 2023 e está praticando o esporte como poucos.

Contudo, o que mudou nestes dois últimos anos foi a qualidade do jogo – e isso é crucial para o nosso debate de hoje. Mahomes ainda é Mahomes, tanto que foi para mais um Super Bowl. Porém, foram Allen, Burrow e Jackson que nos proporcionaram um nível quase megalomaníaco de qualidade em 2024. Joe Burrow começou a temporada enferrujado, mas terminou ela liderando a liga em touchdowns passados e ganhou o seu segundo Comeback Player of Year. E o que falar de Josh Allen e Lamar Jackson? Ambos jogaram na fase 2 do Super Saiyajin e disputaram o MVP até o último instante. Josh Allen foi quem ficou com o prêmio no final, mas caso o resultado fosse diferente, não haveria problema algum também.

Mais do que nunca, a disputa pela tal “medalha de prata” está acirradíssima. Seja lá qual for a sua escolha, ou se ela difere da qual eu colocarei aqui, uma coisa é certa: vivemos mais uma era excepcional de quarterbacks.

2024 teve muito futebol americano ruim. Exceto por eles.

Dar razão para opinião de maluco nunca é bom, especialmente se ele é obcecado por abacate. No entanto, Tom Brady tem razão quando diz que anda assistindo a muito futebol americano ruim. Não só acompanho o relator, como complemento sua frase: teve muita gente jogando mal ano passado. Principalmente na posição de quarterback.

Por mais que eu me divertisse com as pataquadas de Will Levis (sentirei sua falta, divo), o meu lado analítico perdia um pedaço da alma toda vez que via um Mac Jones ou um Skylar Thompson da vida em campo. É claro que não dá para esperar tanto de quarterbacks reservas, ainda mais se eles forem ruins. O grande X da questão é que teve muita gente boa jogando mal. Alguns lidaram com problemas no elenco de apoio também, como C.J. Stroud e Brock Purdy. Outros oscilaram mais do que deveriam, ou pior, na hora errada: olá, senhor Kyler Murray! Teve quem realmente prometeu muito e entregou nada – estou falando de vocês, Kirk Cousins e Aaron Rodgers -, o que contribuiu para esse festival de horrores.

Não podemos dizer isso de Josh Allen, Joe Burrow e Lamar Jackson. Muito pelo contrário.

Bulbassauro, Charmander ou Squirtle: escolha o seu Pokémon

A atuação dos cidadãos não-chamados Trey Hendrickson deixou uma péssima impressão dos Bengals ano passado. E com toda a razão, porque foi horrível e – aviso – promete ser pior esse ano. Porém, ela acabou ofuscando o que Joe Burrow fez em 2024. Após um começo ruim, Burrow deu a volta por cima e se não fosse pela defesa kamikaze (e aquela derrota para os Patriots na semana 1), Cincinnati poderia ter ido aos playoffs. O quarterback liderou a liga em touchdowns (43) e jardas passadas (4918), o que contribuiu para que ele ganhasse, pela segunda vez, o prêmio de Comeback Player of the Year.

Outro que teve uma temporada de gala foi o rival de divisão de Burrow. O final da história foi agridoce de novo e Baltimore caiu no Divisional Round para Buffalo. Ainda assim, Lamar Jackson teve uma temporada de gala em 2024. Mais do que isso: ele elevou seu nível de jogo, deixando nenhuma dúvida de que é um passador de altíssimo nível. Ele liderou a liga em jardas ganhas por tentativa de passe, com média de 8.8 jardas. É isso mesmo que você leu: a bola viajava quase 9 jardas de média toda vez que saía das mãos de Lamar. Só isso.

Por fim, vamos falar do atual MVP. Josh Allen detonou pelo chão, pelo ar, de tudo quanto é jeito em 2024. Mesmo que o grupo de recebedores não seja o mais potente da NFL, ter um quarterback como Allen mascara algumas fraquezas. Não à toa que ele figurou entre os 10 melhores em quase todas as categorias: touchdowns passados, touchdowns terrestres, jardas passadas após a recepção, por tentativa de passe… Embora o final também tenha sido agridoce e, mais uma vez, com Patrick Mahomes estragando a festa, o que Josh Allen fez ano passado o consolidou – se alguém ainda duvidava – como um dos melhores QBs da liga atualmente. Nada mais justo ele ser consagrado com o prêmio de MVP no final.

Saia do muro logo de uma vez, Anna!!

Escolher quarterback é que nem jogar Pokémon: vai à gosto do freguês ou da fase na qual você precisa passar. Nem sempre o Pokémon que você considera o mais forte seja o ideal para vencer a batalha. Nos últimos anos, quem venceu na maioria das vezes foi o Eevee de Kansas City. Às vezes, um Electrabuzz meio tio do pavê na forma de Matt Stafford. Neste momento, o atual campeão é o Totodile de cor Kelly Green, por exemplo.

Antes que você pergunte se eu enlouqueci de vez comparando quarterbacks com Pokémons, prometo que tentarei dar sentido a esta metáfora, além de sair de cima do muro. Pois bem, o 2° melhor quarterback da liga (ao meu ver) se resume em duas palavras.

Lamar Jackson.

Imagine ter a melhor temporada da sua carreira logo após vencer o seu segundo prêmio de MVP. Não apenas isso, como disputar igualmente pela corrida no ano em questão e perder para quem te eliminou nos playoffs. É claro que a forma como 2024 terminou – com o próprio tendo interceptações na sua conta contra os Bills – não foi do jeito que Lamar Jackson e os Ravens esperavam. Aliás, é o grande problema de ambos nos últimos anos: times tão bons e sempre favoritos ao Super Bowl, mas que nunca conseguem chegar ao grande palco.

Contudo, o final agridoce não tira o brilhantismo do que Lamar fez no ano passado. O mesmo pode ser dito de Josh Allen. Como disse no começo do texto, os dois elevaram o nível de qualidade de forma absurda. E coincidentemente, ambos terminaram batendo na trave: Lamar para o próprio Allen e o outro contra o (Eevee imortal) Mahomes.

Seja qual for o Pokémon quarterback que você vá escolher para receber a tal “medalha de prata”, o objetivo principal é valorizar o momento especial na posição mais importante do futebol americano. Para quem viu Brady, Peyton e Eli Manning, Brees, Rodgers e tantos outros nas décadas passadas, assistir Mahomes, Allen, Burrow e Jackson é o comprovante de que os grandes protagonistas nunca se vão: apenas trocam de nome.

Que sorte a nossa de viver isso novamente.

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