Chase x Jefferson: Quem é o melhor WR da NFL?

Os dois recebedores são os melhores da função na liga e começam a firma seus nomes na história. Quem deles possui ligeira vantagem sobre o outro?

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A posição de wide receiver vive um tempo áureo. O nível é cada vez maior, surgem prospectos cada vez mais promissores e o dinheiro dispendido na posição nunca foi tão alto. Hoje, as médias salariais do setor são equivalentes às dos melhores pass rushers, perdendo apenas (evidentemente) para os quarterbacks.

Equipes que garantem wide receivers de elite não hesitam em pagá-los para mantê-los por muitos anos no elenco – ainda mais quando você possui nomes do calibre de Ja’Marr Chase e Justin Jefferson. São os dois melhores na função da liga e não há argumentação para isso. Os recebedores de Cincinnati Bengals e Minnesota Vikings estão um patamar acima de seus pares, com destreza técnica e capacidade ímpar de mudar o destino de um jogo.

Não é à toa que Chase renovou seu vínculo há alguns meses com média de $ 40 milhões de dólares por temporada, enquanto Jefferson renovou em 2024 por $ 35 milhões. Receberam contratos históricos por desempenhos históricos. Mas essa informação toda é apenas uma constatação simplória; é necessário apimentar este texto!

Quem dos dois é melhor? Sim, há um elemento subjetivo nisso tudo – e ele é relevante -, porém, também podemos nos amparar nos dados e nas análises. Vamos, então, adentrar o talento de dois grandes nomes de sua geração.

Jefferson, o faz tudo 

Companheiro universitário de Chase em LSU, Jefferson não chegou à liga com tanta fama como seu par, levando-o a ser selecionado apenas na reta final da primeira rodada do recrutamento de 2020. À época, era visto como um bom recebedor que poderia ajudar muito saindo do slot, mas com muito a provar. Nem o mais otimista fã imaginaria que sua ascensão se daria de forma meteórica.

O recebedor de Minnesota nunca entregou menos do que 1000 jardas recebidas em suas cinco temporadas – mesmo na que se lesionou e foi titular por nove jogos. Sua média de 96,5 jardas recebidas por partida é a maior da história da liga, com 10 jardas a mais que o segundo colocado (Chase, 87,5).

Com 30% de seus snaps saindo do slot, Jefferson permite uma versatilidade para o ataque que dificulta a vida das defesas adversárias. Mesmo em um mundo no qual a NFL moderna se adaptou aos ataques aéreos, não é fácil rodar seu principal cornerback para acompanhar Jefferson em alinhamentos internos. Além disso, possui mãos extremamente seguras, é um corredor de rotas impecável e tem “faro” para os momentos mais importantes do jogo. Quem não se recorda de sua conversão de quarta descida contra o Buffalo Bills em 2022, no que ficou marcado como uma das grandes recepções da história?

Se puxarmos no arquivo, encontraremos inúmeras recepções essenciais de Justin em sua carreira. Ele é o alvo de confiança de quarterbacks em todas as descidas, independentemente da distância. Raros são os wide receivers que podem se gabar de tal dom. O reflexo de tanta dominância se deu nas premiações: Jefferson foi quatro vezes selecionado ao All-Pro (duas para o primeiro time e duas para o segundo time) e foi Jogador Ofensivo do Ano em 2022, deixando de ser laureado, apenas, no ano em que se contundiu.

Chase, a ameaça constante

Uma estrela desde seu primeiro dia na liga. Ja’Marr adentrou o Draft de 2021 como um dos prospectos mais amados daquele recrutamento. Sua seleção na quinta escolha geral foi uma benção para os Bengals e o melhor presente possível para Joe Burrow. Ex-companheiros de faculdade, criaram uma conexão instantânea que raras vezes acontece. Quando o quarterback mais precisa, Chase está lá. A bola vai no local perfeito, na hora mais preciosa.

Calouro Ofensivo do Ano, Chase demonstrou desde o início o quão impactante seria nas partidas; foram 13 touchdowns em sua temporada de estreia. Nas campanhas impactantes dos Bengals nos playoffs, foi igualmente crucial. Ja’Marr é o wide receiver que rapidamente muda a história da partida. É explosivo e extremamente habilidoso, convertendo jogadas comuns em touchdowns em um piscar de olhos.

Em 2024, atingiu seu maior potencial com mais de 1700 jardas recebidas e 17 touchdowns, recebendo sua primeira seleção ao primeiro time All-Pro. Sua maior utilização no slot (33% neste ano frente à média de 20% nas temporadas anteriores) auxiliou muito na maior eficiência ofensiva, afinal, criou mais confrontos favoráveis ao recebedor.

Com Chase em campo, você, torcedor adversário, nunca irá se sentir seguro, pois, em uma mísera jogada, sua conexão com Burrow pode destruir seu time.

Veredito

Quando vamos definir uma discussão desse nível, é necessário sempre ponderar pesos de objetividade e subjetividade. A resposta simplória de “o que vale é o que você gosta mais” não é o suficiente quando debatemos temas do mais alto nível. Não há uma verdade universal aqui, mas é possível se utilizar de dados e análises para, ao menos, solidificar uma base na qual o subjetivo seja a “pincelada final” do argumento.

Em termos numéricos e analíticos, as temporadas de Jefferson foram mais impressionantes que a de Chase. São mais jardas/jogo, quase 200 jardas a mais por temporada (em média), versatilidade tática e premiações individuais.

Em termos subjetivos, entramos em um debate mais complexo: Chase é o nome mais explosivo e de talento natural, enquanto Jefferson é o alvo consistente que é capaz de lhe salva nas mais difíceis situações. Não é uma decisão fácil e, honestamente, há um componente fluido: pode-se mudar a preferência em poucas semanas de temporada regular.

Ainda assim, mesmo que seja por uma diferença mínima, seleciono Jefferson como o melhor wide receiver pela sua maior onipresença nos quesitos gerais. Por mais que Chase possua maior talento natural, fico com a importância que Justin tem ao longo de todos os estágios da partida. Sua relevância nos momentos importantes e a importância tática me conquistam mais do que os (belos) momentos explosivos de Ja’Marr.

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