
Pertencer a uma divisão conturbada nem sempre traz só benefícios; pode, também, trazer ciladas. O Tampa Bay Buccaneers firmou-se como o dono da NFC South, afinal, era a única franquia organizada em meio à bagunça de seus rivais. Em 2025, permanecem como favoritos, já que o New Orleans Saints segue tomando decisões equivocadas e o Carolina Panthers continua sendo uma incógnita antes da bola rolar.
Há, porém, um adversário em potencial (verdadeiro) neste ano. O Atlanta Falcons, que não vai aos playoffs desde 2017, tem seu time mais talentoso desde que atingiu a pós-temporada pela última vez. A defesa investiu no pass rush e o ataque possui ótimos nomes, como Bijan Robinson, Drake London e Darnell Mooney – me recuso a acreditar em Kyle Pitts outra vez.
O grande divisor de águas da temporada de Atlanta residirá em seu quarterback. Michael Penix pouco atuou em 2024, mas demonstrou bons sinais. Sua disputa com Baker Mayfield será o grande confronto divisional para tentar levar os Falcons de volta aos terrenos de janeiros após quase uma década.
Essa disputa entre os passadores pode, realmente, concretizar-se ou a expectativa para o crescimento de Penix (desculpem) é uma perspectiva aquém da realidade?
Mayfield: novo comando, mesmo sucesso?
A saída de Liam Coen é um duro golpe, porém, menos doloroso do que se pode esperar. Josh Grizzard, novo comandante ofensivo, foi o coordenador de jogo aéreo no último ano e deve manter a mesma filosofia de seu predecessor. As mudanças implementadas em Tampa Bay tornaram o ataque da equipe em um dos mais eficientes da NFL – não há motivos para mudar demais aqui.
Após anos de desconfiança, Baker demonstrou-se seguro no novo sistema e evoluiu tremendamente. Seria raso dizer que ele é apenas um fruto do que deu certo, pois sua capacidade de execução do ataque foi crucial para tal sucesso. A conexão com Mike Evans foi certeira e ele soube se aproveitar de Chris Godwin, o qual era um dos principais wide receivers da NFL antes de se lesionar.
O maior uso de Bucky Irving somado ao retorno de Godwin e a adição de Emeka Egbuka devem levar essa unidade ao seu cume. Não espere que o ataque dos Buccaneers retroceda pela ausência de seu mentor. Baker tem as ferramentas e experiência para manter a marcha alta.
Penix: o desafiante
Julgar Michael pelas suas três partidas da temporada passada seria um devaneio e crime em 46 estados americanos. Ainda assim, podemos afirmar que a análise de seus jogos demonstra muitos pontos interessantes e que elevam a expectativa para seu segundo ano na liga.
A capacidade ofensiva de Atlanta é muito interessante, ancorada em playmakers jovens e muito explosivos. Com braço forte, Penix é capaz de explorar o melhor de alvos como London e Mooney. Contar com mais consistência de Kyle Pitts seria excelente para garantir ainda mais armas neste ano.
Com Bijan Robinson demonstrando atuações cada vez melhores, as defesas oponentes precisarão ser honestas e espertas nas suas leituras, abrindo caminho para que Penix possa explorar eventuais buracos. É a velha chave “simples”, mas eficiente: dê socos pelo chão, use de play-action com rotas profundas. Atlanta tem as armas para isso e ainda contou com uma intertemporada completa para desenvolver seu passador nas principais nuances do jogo.
Quem dita as rédeas?
Nenhum confronto divisional é fácil. Mesmo sem ir aos playoffs, os Falcons venceram os Buccaneers nos dois confrontos do ano passado e comprovaram que, na NFL, cada vitória custa caro. Com um novo e promissor quarterback e um elenco melhor, devemos ter embates ainda mais apimentados.
Ainda assim, temos uma equipe que sonha em acompanhar o pelotão de cima da NFC (Tampa Bay) e outra que busca rivalizar com seu oponente divisional (Atlanta). As ambições distintas demonstram que os Buccaneers ainda estão dois passos à frente. Porém, não compre vitória antes da hora. Caso Penix continue em seu potencial de desenvolvimento, o time dos Falcons melhorou de forma expressiva para levar a disputa da NFC South até os momentos derradeiros da temporada regular.
Mesmo não sendo dos mais atrativos, temos um confronto entre quarterbacks que deve ganhar corpo ao longo das semanas de 2025. Um veterano que se recuperou contra um jovem que pouco sonhava em assumir um cargo assim tão repentinamente. Na NFL, as narrativas giram muito rápido e o imprevisível toma conta do cenário em um piscar de olhos. No dia 7 de setembro, no primeiro horário, teremos um gostinho de como será essa rivalidade.
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