Paciente da Semana #8 – Green Bay Packers

Os Packers estão no topo da NFC, mas a torcida está bem frustrada. Será que isso faz sentido?

LaFleur

Paciente da Semana é uma coluna semanal de Alex Porto, sobre algum personagem marcante da rodada da NFL. Está no ar sempre nas quartas-feiras, com uma crônica para você refletir sobre futebol americano.

Foram duas primeiras rodadas, um defensive tackle e US$186 milhões. Assim, os Packers conseguiram Micah Parsons. “A troca da década” veio para transformar essa unidade defensiva. Do outro lado, um quarterback explosivo que lidera um dos ataque mais eficientes e consistentes da liga. Entretanto, o que mais vejo da torcida são comentários de insatisfação relacionados ao principal responsável pela melhor campanha da conferência: Matt LaFleur. Empatizo com o sentimento de vocês… Mas podemos conversar?

O LEÃO TEM QUE COMER

Antes de mais nada, ainda é surreal ver Micah Parsons com o uniforme dos Packers. Sei que já fazem dois meses, mas meu cérebro ainda não acostumou. O leão é um dos meus jogadores favoritos, e nunca é demais agradecer quem o tirou do meu rival: Obrigado, Jerry! É o segundo defensor com mais pressões na liga, e protagonista de jogadas impactantes para garantir resultados. Além disso, faz todos os outros jogadores da linha (e do segundo nível) terem uma vida mais fácil.

Por outro lado, gostaria de ver Gutekunst se movimentando por um conerback antes da janela de troca fechar (04/11). Obviamente não teremos um movimento tão impactante quanto Parsons, mas as laterais dessa unidade são bem mais fracas que o miolo. Alontae Taylor dos Saints é uma possibilidade que me agrada. De qualquer forma, a contratação de Hafley foi um grande acerto de LaFleur. Um coordenador criativo e versátil que coloca seus jogadores em posição de ter sucesso. Eu lembro da raiva que passava com a insistência em Joe Barry. Sinto que o torcedor carrega esse sentimento com ele até hoje, e a relação com o HC fica desgastada…

MLF

Fiz um vídeo de análise tática de uma ótima chamada do técnico. E o primeiro (e mais curtido) comentário é que “LaFleur esquece como chama jogada, o time é muito inconstante”. Outros seguem: “Muitas decisões erradas do MLF”. “É problema do HC, chamadas ruins”. Sinto que existe uma bagagem desde que o treinador chegou em 2019, e acho compreensível. Pode acontecer com bons técnicos que possuem altas expectativas e ainda não saíram do quase. Vi recentemente um analista dizendo que não entendia como Andy Reid foi demitido dos Eagles. Então entendo quando alguém de fora está alheio ao contexto. Porém, discordo que é hora de encerrar esse ciclo, por mais que essas coisas possam acontecer.

Desde já queria deixar uma coisa bem clara: Matt LaFleur não está isento de críticas. Mas os Packers são um dos ataques com mais pontos por jogo na liga! Acredito que exista um espaço entre reprovar algumas escolhas e pedir sua demissão. Concordo que LaFleur pode tomar melhores decisões relacionadas a pedidos de tempo, relógio, quartas descidas. É um problema de todos naquele clássico Washington de 2013. Falta agressividade. Inclusive, para colocar mais a bola nas mãos de seu quarterback. São muitas corridas e passes curtos buscando situações manejáveis, só que a unidade fica sem ritmo em alguns momentos. Mais passes intermediários podem ajudar, por exemplo. Ajustes finos.

Entretanto, compreendo o porque disso ser intencional. Quando o ataque corre para 3 jardas numa 2ª pra 10 dá vontade de quebrar a televisão mesmo. Mas futebol americano não é um jogo de momentos isolados, e a partida precisa ser vista de maneira holística. Se comprometer a uma filosofia (o que é diferente de ser teimoso) é fundamental. O jogo terrestre é a base desse esquema ofensivo e ele tem propósito. O treinador utiliza essas descidas para armar o play-action, coletar informações com formações, aplicar tendências para quebrá-las. Parece ineficiente, mas é pelo contrário! Agora, que ele pode #DeixarLoveCozinhar um pouco mais pode ser verdade também. O homem tem estrela e está na melhor temporada da carreira. Me pergunto quem desenvolveu esse quarterback também.

GO PACK GO

Enfim, falo isso por acreditar que ele é o melhor para os Packers. Um novo treinador é uma caixa misteriosa que pode ser qualquer coisa… E não vejo sentido em mudar algo nesse momento. Cruzarei essa ponte quando achar que faz sentido, assim como fiz com os Ravens de John Harbaugh. Torço pelo sucesso de Green Bay, pois é uma das minhas franquias favoritas. Não só por ser a maior da NFL, mas pelo fato do clube pertencer a cidade – que se resume a viver o time. Em 2024 fui à Philadelphia assistir os Eagles, esse ano fui à Los Angeles assistir os Rams. Em 2026, o plano é um primetime no Lambeau Field. Espero que com mais capítulos vitoriosos dessa grande história para contar.

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