5 maiores decepções da metade da temporada da NFL

Chegamos na metade da temporada regular e muita gente que prometeu tudo, até agora entregou pouco ou nada. Separamos cinco grandes decepções de 2025 até agora.

Sabe aquele ditado popular da internet “prometeu tudo e entregou nada”? Pois bem, imagine isso com times e jogadores da NFL. Chegamos na metade final da temporada regular – eu sei, passa rápido – e, a essa altura do campeonato, muita gente ainda não mostrou para o que veio. Em alguns casos, mostrou absolutamente nada e/ou tudo de ruim. A expectativa é a mãe da decepção, mas também é o indicativo do tamanho dela. Quanto maior a expectativa, maior será o bicho de sete cabeças para o bem ou para o mal.

Embora a beleza da NFL esteja justamente na sua imprevisibilidade, existem certos cenários onde nós criamos mais esperanças do que outros. Dito isso, separamos cinco grandes decepções das primeiras 10 semanas de 2025.

Obs: não incluí Matt LaFleur e os Packers aqui porque o Bulio já escreveu um texto sobre eles hoje. Vai lá conferir e depois volta para cá.

5 – O Atlanta Falcons como todo, em especial o ataque

Já deixei de tentar compreender o Atlanta Falcons há muito tempo, porém 2025 era um ano onde as coisas poderiam mudar de direção. Por um lado, isso aconteceu: o time finalmente endereçou a posição de EDGE no draft após anos de descaso. De certa forma, isso também vem dando resultado. Embora não gere pressão aos quarterbacks com frequência e ela seja um horror contra o jogo terrestre, a defesa dos Falcons parece (após muitos anos) uma defesa profissional de futebol americano.

O problema todo mora do outro lado da bola, na verdade.

Assistir ao ataque dos Falcons é basicamente tentar descobrir o que vai empacar primeiro se 1) Drake London não estiver jogando como um ET ou 2) Bijan Robinson não tiver um jogo de 100 jardas para cima ou 3) Michael Penix Jr. não espalhar a farofa por conta própria. O último jogo contra os Colts é o exemplo perfeito de que se uma peça estiver fora do lugar, já era: o ataque empaca e a derrota vem.

Essa “emperragem” passa por dois agentes: Zac Robinson e o próprio Michael Penix. O esquema ofensivo de Atlanta é um dos mais previsíveis e modorrentos da liga, o que passa diretamente pelo seu coordenador ofensivo. Prova disso é o aproveitamento em terceiras descidas: 33,6% de conversões bem sucedidas, 28° pior marca da NFL. Só em outubro, por exemplo, o ataque foi o pior da liga no quesito, com 20%.

Junte isso com um quarterback que está entre os piores em porcentagem de passes completos (58,8%, 31° lugar), 27° em EPA por dropback (-0,04) e um dos mais imprecisos da NFL (14,6% de passes fora do alvo, o famoso off-target percentage) que a receita da tragédia está pronta. O 0/8 em terceiras descidas contra os Colts não são por acaso, e são um retrato de um ataque modorrento e muito disfuncional.

4 – O casamento Kyler Murray, Jonathan Gannon e Drew Peltzing

Peço desculpas de antemão pela crueldade, mas eu não tenho grandes esperanças com Kyler Murray há, no mínimo, uns três anos. A chegada de Jonathan Gannon em 2023 prometia trazer novos ares não somente aos Cardinals, como também ao quarterback da franquia. Depois de tantos altos e baixos, a esperança era que Murray finalmente encontrasse a consistência e Arizona voltasse aos playoffs.

Pois bem, voltemos para o tempo atual. O Arizona Cardinals caminha para o seu terceiro ano consecutivo com campanha negativa e a relação com Kyler Murray parece ir de mal a pior.

Como o Betinho disse bem em seu texto, consistência nunca esteve no dicionário de Kyler Murray e isso vem custando caro a ele. Para piorar, nunca houve de fato uma sintonia entre quarterback e comissão técnica no quesito esquemático. Drew Peltzing é mais um coordenador amante da West Coast Offense, suas ramificações cheias de play-action e passes visando pequenas/médias jardas do campo, etc. Logo, um quarterback preciso, com tomadas de decisão rápidas e que saiba trabalhar bem dentro do pocket é o protótipo ideal. Em outras palavras, tudo o que Kyler Murray não é.

Foi questão de tempo para Jacoby Brissett virar o titular. Agora, é contar os dias para vermos Murray fazer as malas e se despedir do árido Arizona.

3 – Passar de ano com quatro notas 6 não é algo bom, Bills

O final da era Stefon Diggs em Buffalo não poderia terminar de outra forma: muito barraco, intriga, oposição e indiretas dignas do Casos de Família. Esse casamento estava fadado ao fim por N motivos, mas o principal deles era o fato da nossa Paris Hilton da NFL estar caindo de produção. Embora Diggs hoje esteja mais apto a participar do Teste de DNA do Ratinho do que falar com Christina Rocha, uma coisa é certa: até hoje os Bills não arrumaram um recebedor do mesmo calibre. E isso vem causando problemas.

A falta de um wide receiver diferenciado está custando caro ao ataque. Dalton Kincaid e Khalil Shakir são disparados os melhores alvos para Josh Allen, mas nenhum dos dois pode ser considerado um recebedor n°1 nato. Keon Coleman, que “supostamente” deveria ser o homem das bolas contestadas, não faz nada além disso (e nem faz isso tão bem). Josh Palmer é o clássico operário da rotação. Nisso, o único jogador de alto calibre não casado com Hailee Steinfeld é James Cook – e quando o jogo terrestre empaca, a casa cai.

Levar um sacode de uma defesa terrível como a do Miami Dolphins é digno de ligar a sirene. O ataque de Buffalo é baseado em explorar os campos curtos e ganhar jardas após a recepção. O problema é que, se não for no improviso de Josh Allen para sair do pocket e lançar alguma bomba aleatória de longa distância, não há muita variação. Logo, as defesas adversárias conseguem pará-lo melhor.

Buffalo tem um grande problema nas mãos. E como se não bastasse tanto karma, Stefon Diggs achou a sua Lindsay Lohan para causar nas noites de Los Angeles. Quer dizer, de Foxborough.

2 – As defesas do Cincinnati Bengals e do Dallas Cowboys

Não é nenhuma novidade que o Cincinnati Bengals e o Dallas Cowboys são franquias altamente ortodoxas. Uma é conhecida por ter a filosofia mais pão-dura da NFL, enquanto a outra é o puro suco do entretenimento e do caos – o que causa muita taquicardia nos seus torcedores. 2025 culminou em ambos os times compartilharem a mesma característica: ataques extremamente explosivos e defesas historicamente horríveis.

Após uma das trocas mais enfadonhas da história, a solução que Jerry Jones encontrou para resolver os problemas da sua defesa foi adquirir Kenny Clark e, mais recentemente, Logan Wilson. O que aconteceu? A defesa é menos resistente do que um papel machê. Dallas é terceira equipe com a maior média de jardas cedidas por campanha (6,1) e a segunda equipe que mais tomou TDs nesta temporada (33). Atrás dela, só estão a defesa dos Commanders (outra desgraça) e uma competindo forte para se tornar uma das piores da história da liga: a dos Bengals.

O caso dos Bengals chega a ser pior por conta do ataque. Sem Joe Burrow, quem tomou as rédeas foi Joe Flacco – que vem jogando em níveis absurdos no alto dos seus 40 anos. Ja’Maar Chase e Tee Higgins também merecem destaque e a conexão de ambos com Flacco é surreal. Porém, o que é também surreal é o nível de ruindade desta defesa: absolutamente a pior em TODOS os quesitos que você pode imaginar. Joe Burrow até está perto de voltar aos gramados, mas se eu fosse ele, não fazia nem questão de voltar com uma defesa dessas no meu time.

1 – Trevor Lawrence

Eu poderia colocar o Jacksonville Jaguars como todo, porém seria injusto por dois motivos. O primeiro é a defesa, que é uma gratíssima surpresa esse ano (só precisa pressionar o QB melhor. E conseguir mais sacks seria bom também). E o segundo motivo é menos popular: o saldo do primeiro ano da era Liam Coen é positivo. Pegar uma franquia historicamente lastimável – e que veio de uma era com um final terrível – e trazer coesão de novo a ela não é um trabalho fácil. Coen merece créditos aqui, embora não esteja empolgando tanto com o seu carro-chefe.

Ou melhor: o carro-chefe nem está tão mal assim. Ok, Brian Thomas Jr está jogando nada e Travis Hunter se machucou. Mas a linha ofensiva não está tão trágica (é ruim ainda) e Travis Etienne está jogando bem até – e eu já tinha perdido todas as minhas esperanças nele. O problema maior aqui é o seu quarterback.

Trevor Lawrence tem 59,5% de passes completos – abaixo da média da liga -, 188 passes completos para 1998 jardas, 10 TDs e 7 interceptações. É também o 20° na média de jardas conquistadas por passe completo: 10.6, abaixo da média da liga. Deixando os números de lado, basta olhar para os últimos jogos dos Jaguars e ver que muito do ataque não decolar passa por ele. A virada de Houston é um exemplo: depois de anotar 29 pontos, Lawrence não teve nenhum passe completo no último quarto. Isso mesmo que você leu, zero.

Para alguém cujo rótulo de jogador geracional foi vendido a Deus e o mundo, essa sequência de desapontamentos machuca. Os Jaguars podem ter falhado com Trevor Lawrence inúmeras vezes, isso é verdade. Mas não é como se ele retribuísse muito amor em troca também.

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