Defesa dos Patriots: Tesouro escondido da equipe?

O ataque comandado por Drake Maye é espetacular, mas o que podemos falar sobre a defesa dos Patriots? É preciso dar os devidos louros a uma unidade que vem atuando com excelência neste ano.

O retorno aos velhos tempos é cada vez mais real. O torcedor do New England Patriots vive uma temporada de gratas lembranças ao observar seu time atuar e competir de forma como não se via há muito tempo. Tal feito, contudo, não se deve exclusivamente ao sucesso de Drake Maye e companheiros de ataque. A defesa da equipe faz trabalho excelente nesta primeira metade de temporada, sendo peça chave na expressiva campanha da franquia.

Quando foi parte, como jogador, do tricampeonato de New England no início deste século, Vrabel foi peça fundamental de uma grande defesa. Sua mentalidade defensiva, inclusive, foi pilar para sua ascensão no lado de fora da sideline. Em seu retorno ao time que consagrou, não poderia, portanto, ser diferente. Ainda que existam claras áreas de melhora, há qualidade que vem decidindo jogos na unidade.

Solidez terrestre 

A boa campanha da defesa dos Patriots está fortemente relacionado ao seu sucesso contra o jogo terrestre adversário. É a quarta melhor marca de jardas/tentativa (3,9), a melhor em touchdowns cedidos pelo chão (4). Correr contra este paredão vem sendo difícil obstáculo para os oponentes, permitindo maior previsibilidade ofensiva.

New England só cedeu mais que 100 jardas terrestres na mesma partida em quatro oportunidades até aqui: Carolina Panthers, Buffalo Bills, Tampa Bay Buccaneers e New York Jets. O fato interessante? Nestas partidas, nenhum running back passou das 60 jardas. Isso demonstra solidez mesmo nas ocasiões em que o ataque terrestre adversário “funcionou”.

Para conseguir atingir tal feito, os Patriots fizeram o trabalho correto na free agency. Conseguiram excelente aquisição em Milton Williams, o qual transformou a qualidade do interior da linha defensiva. Além dele, Harold Landry é outro nome inteligente que executa bem tal contenção. Para completar, K’Lavon Chaisson é outro que chegou recentemente e vem se destacando nessa operação.

Capacidade de ajustes

Um bom treinador realiza seu trabalho conforme consegue ajustar sua equipe ao longo da temporada. A defesa de New England começou o ano de forma oscilante, cedendo mais de 300 jardas em quatro das cinco primeiras rodadas. Nas últimas seis partidas, essa barreira só foi superada em uma oportunidade, contra o explosivo ataque dos Buccaneers há duas semanas.

Vrabel é experiente e provado, sendo capaz de identificar as lacunas e consertá-las antes que elas atrapalhem o andamento da temporada. Terrell Williams, coordenador defensivo dos Patriots, acompanhou Mike em sua jornada no Tennessee Titans e também carrega consigo tal bagagem. Treinador de linha defensivas há 27 anos, ele é plenamente capaz de identificar pequenas brechas e consertá-las – o que também auxilia, evidentemente, na fortaleza terrestre supracitada.

Trabalho prévio que colhe frutos

O trabalho de construção defensiva que os Patriots vêm fazendo há alguns anos colhe seus frutos agora. Christian Gonzalez, Marcus Jones e Christian Barmore são pilares selecionados pelo Draft. Para além disso, na intertemporada, com auxílio da experiência de Vrabel, New England garimpou talentos.

Os já citados Williams, Landry e Chaisson são ótimas exemplos, mas outros nomes fundamentais se juntaram a equipe de Boston na última intertemporada. Robert Spillane e Carlton Davis também se tornaram titulares absolutos e são importantes para o funcionamento da engrenagem defensiva. É com esse trabalho minucioso de scout e contratações que se forma uma equipe competitiva. E ele começa muitos meses antes do snap inicial.

Buracos existentes. Há solução? 

Ainda que o nível seja muito satisfatório, a defesa de New England tem alguns buracos evidentes e que evita que a postulemos como uma das melhores da NFL. Para começar, um dado muito preocupante pensando nos playoffs: a unidade é a segunda pior da liga em touchdowns cedidos na red zone. 72% dos drives adversários nas 20 jardas finais do campo culminam na pontuação máxima. Em cenário de pós-temporada, cada pontuação muda completamente o cenário de um jogo, considerando que, muitas vezes, falamos de partidas definidas por baixa margem de placar

Os drives iniciais também são problemas para os comandados de Vrabel. Nesses 11 jogos, em seis os Patriots cederam um touchdown na campanha inicial. Isso também é um dado preocupante pensando nos terrenos de janeiro, onde a preparação de cada equipe atinge seu cume. Começar com sete pontos nas costas nunca é um resultado satisfatório.

Por fim, os Patriots não têm um baixo número de turnovers gerados (12, média da liga), porém, nas últimas três rodadas, só geraram um mísero turnover, contra o pobre ataque dos Jets. Mais uma vez, um dado que preocupa pensando na pós-temporada, pois a famosa “batalha dos turnovers” é ainda mais essencial quando cada jogo vale sua vida.

São buracos que podem ser fechados e a capacidade da comissão técnica em extrair bom nível de sua unidade, com os devidos ajustes feitos ao longo do ano, podem deixar o torcedor otimista. Essa defesa vem superando as expectativas e permitindo que a equipe sonhe com voos maiores em 2025. Se finalizar o ajuste fino, será um time ainda mais eficaz.

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