Por que o ataque dos Ravens está tão esquisito?

A volta de Lamar Jackson pós-lesão não mudou em nada a situação do ataque, embora a defesa tenha melhorado. Apesar da liderança na divisão, a falta de explosão ofensiva faz com que muita gente torça o nariz para Baltimore ainda.

Ravens

2025 já entrou para a história como o ano onde as grandes forças da Conferência Americana não estão dominantes como antes. Bills, Chiefs, Ravens: todos esses times começaram a temporada abaixo do esperado. E mais do que isso: passaram por perrengues sérios e alguns sequer lideram suas respectivas divisões.

O Baltimore Ravens é um bom exemplo disso. Após começar a temporada com campanha negativa, a equipe engatou uma sequência de vitórias e (graças também ao Pittsburgh Steelers) agora é líder da AFC North. Mas uma coisa é vencer, outra é convencer – e isso Baltimore não está fazendo nem um pouco.

Desde que Lamar Jackson voltou de lesão, o ataque dos Ravens não passou de 30 pontos em nenhum jogo. Pior: depois dos quatro touchdowns contra Miami, o quarterback tem exatos dois TDs e duas interceptações. Derrick Henry, embora anote seus TDs aqui e acolá, também não está produzindo tão bem assim. O lado positivo é que a defesa melhorou e parou de ceder tantos pontos. Porém, a falta de explosão ofensiva faz com que muita gente torça o nariz para Baltimore ainda. E com razão.

O Jubileu anda esquisito mesmo

Nada melhor falar de Ravens do que fazer referência a um pilar cultural da humanidade: o episódio “Os Azares de um Corvo” do Pica-Pau. O ataque do Baltimore Ravens nada mais é do que o Pica-Pau tentando se passar pelo Jubileu. Não à toa que ele está esquisito hoje e botando medo na sua torcida.

O jogo do último domingo contra os Jets é um belo exemplo de como anda o ataque do time. De acordo com o NFL Next Gen Stats, os Ravens tiveram 22,2% de sucesso correndo com a bola durante a partida. Para uma equipe cujo predicado é (literalmente) correr com a bola, é um número muito baixo. Embora Derrick Henry tenha 9 TDs neste ano, a maioria deles foi em situações de goal line. Basta assistir alguns minutos das últimas partidas que você verá o running back com bem menos explosão do que em 2024. Seja por lesão, esquema tático, idade e o que for, uma coisa é certa: o jogo terrestre não funciona. O que nos leva ao próximo ponto.

Quando Lamar Jackson voltou contra os Dolphins, a expectativa geral era que “bem, agora o ataque vai deslanchar com ele”. Já estamos caminhando para a semana 13 e tudo o que o ataque não fez, foi deslanchar. Há ainda dúvidas se o quarterback está realmente saudável, embora as declarações oficiais – e o próprio Lamar – digam que sim.

A partida contra os Jets deixou explícito o quão desconfortável está o ataque. No primeiro tempo todo, o ataque teve 72 jardas totais, média de 3.0 jardas por jogada e nenhuma das cinco 3° descidas convertidas. Os números colaboram quando você reassiste os dois primeiros quartos de jogo. Não é difícil observar um Lamar Jackson muito desconfortável ao sair do pocket e ganhar jardas com as próprias pernas (e nem dentro do pocket ele anda convencendo tanto assim). Ou terceiras e quartas descidas convertidas na base do fórceps, algo muito diferente do que víamos no esquema de Todd Monken ano passado.

Resumindo a ópera: o ataque dos Ravens é medíocre na teoria e na prática – e não deveria ser. Se Lamar Jackson não jogar como super-herói e/ou outras peças não subirem de nível novamente, esse time vai ter problemas na pós-temporada. Isso se conseguirem chegar lá, pois nem isso é certo.

De Libertadores a Taça Rio

Faz alguns anos que nós consideramos a AFC North como uma mini Libertadores. Afinal de contas, todos os quatro times ali se odeiam e os duelos divisionais são, em sua maioria, bastante acirrados. Contudo, o roteirista da NFL nos trouxe uma pegadinha do malandro em 2025: de Libertadores, a disputa na AFC North virou uma Taça Rio de procedência duvidosa. Eu explico.

Como atual líder da divisão, Baltimore é a seed #4 da Conferência Americana neste momento. E caso a temporada regular acabasse hoje, os Ravens terminariam com a pior campanha entre os seeds. Vencer a divisão se tornou, mais do que nunca, essencial para ir aos playoffs.

Entretanto, o calendário do time não é um dos mais agradáveis. A semana 13 já trará um confronto puxado: o Cincinnati Bengals. Por mais horrenda seja a defesa e Tee Higgins não jogue, Joe Burrow estará de volta e isso é suficiente para trazer esperança. Além disso, essa mesma calamidade pública defesa deu bastante trabalho à Drake Maye e os Patriots no último domingo. Baltimore ainda é favorito nos dois confrontos, porém eu ficaria nem um pouco chocada se Cincinnati arrancasse uma vitória em um desses jogos. (Ficaria irritada, óbvio, pois isso salvaria Zac Taylor da demissão de vez)

Para além dos Bengals, o time tem dois confrontos diretos contra o Pittsburgh Steelers: um na semana 14, outro na semana 18. É possível que Aaron Rodgers não jogue a primeira partida, mas ainda assim, são dois confrontos duríssimos. E como se não bastasse tudo isso, os jogos das semanas 16 e 17 são contra Patriots e Packers. O primeiro tem Drake Maye e uma defesa que não pressiona nada os QBs adversários, mas que é muito boa freando os running backs. Já o segundo, embora esteja extremamente esquisito também, tem Micah Parsons na sua defesa.

O Baltimore Ravens tem a faca e o queijo na mão para assegurar a AFC North nas próximas semanas. Só precisa fazer com que o ataque deixe de parecer uma Ferrari com motor de Fusquinha. Se bem que um Fusca anda com motor melhor do que muita Ferrari por aí…

Para saber mais:
5 candidatos ao prêmio de Calouro Ofensivo do Ano em 2025
5 candidatos ao prêmio de Jogador Ofensivo do Ano em 2025
5 candidatos ao prêmio de Jogador Defensivo do Ano em 2025
5 candidatos ao prêmio de MVP da NFL em 2025

Quer ter todo conteúdo do ProFootball rapidinho em seu celular ou computador sem perder tempo?

Acesse nossos grupos no WhatsApp ou no Telegram e receba tudo assim que for para o ar.

“odds