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Todo ano tem aquela equipe que colocamos como favorita, mas que na reta final corre sérios riscos de não ir para a pós-temporada. 2025 vem sem um ano onde o “choque” com os então favoritos é maior. Candidatos não faltam: Lions, Ravens, Bills, Texans, Bengals (embora ninguém acreditasse nessa defesa medonha)… E o maior choque de todos, o Kansas City Chiefs.
De acordo com o simulador do The Athletic, os Chiefs estão atualmente com 37% de chances de playoffs. Ganhar a AFC West já não é mais uma opção, logo só resta arrancar uma vaga de wild card. Porém, caso percam para os Texans nesta semana, essas chances despencam. Pela primeira vez desde 2017, o time fica com campanha 6-6 nas primeiras semanas da temporada regular. Pior: correm um sério risco de não irem aos playoffs desde 2014. Para termos uma ideia, Patrick Mahomes era calouro em Texas Tech e ainda jogava beisebol, junto com o futebol americano.
Pensando nisso, o texto de hoje será um pouco diferente. Seja qual for o resultado no Arrowhead Stadium no próximo domingo, uma coisa é certa: 2025 entrará para a história como o ano mais turbulento da era Mahomes. E isso traz consequências tanto para Kansas City, quanto para os outros times da AFC.
Torcedores calma (mas não muito)
Não, torcedor, ainda não é hora de tentar se jogar da marquise do Arrowhead. Também não é hora de achar que o time vai virar pauta de matéria policial, à lá Gil Gomes no Aqui Agora (ele falaria horrores sobre Kareem Hunt e Rashee Rice, no entanto). Uma temporada de maior instabilidade não quer dizer que a franquia vai dinamitar de repente. Mas pode fazer com que alguns planos mudem a direção da rota.
Se ano passado a defesa segurava o rojão nos momentos difíceis, a história é outra em 2025. Steve Spagnuolo e seus coringas não fazem um ano espetacular e isso se reflete no estado atual do time. Pegando os números, eles passam longe de serem ruins: 6° melhor defesa geral da liga, 9° melhor contra o jogo terrestre, 6° que menos cedeu touchdowns aéreos (13), dentre outros. Além disso, essa defesa cedeu mais de 30 pontos apenas uma vez: na derrota contra os Jaguars.
A questão toda mora justamente nas oscilações. Primeiro, houve uma queda na pressão dos quarterbacks adversários. De 26,1% ano passado e top-5 da liga, foi para 22,1% neste ano e em 15° lugar. Novamente: não é uma queda do tamanho do penhasco, mas influencia na prática. Junte isso com a queda de rendimento de suas peças principais – Chris Jones, Trent McDuffie, George Karlaftis e cia – que a superdefesa de outrora fica um pouco mais vulnerável. E quando o ataque não ajuda em nada, aí não tem defesa que salve o dia.
Falando no elefante na sala, o maior problema do ataque não são as suas peças, embora ela seja parte dele. Mas sim a falta de ajustes no sistema, que já não funciona mais como antes. As ausências de Rashee Rice e Xavier Worthy no começo da temporada impactaram o andamento das coisas, é verdade. Por mais que seus números sejam melhores do que em 2024, não dá para tornar Travis Kelce o ponto focal de seu ataque atualmente. Porém, os engasgos aéreos passam por dois pontos cruciais: 1) Joe Thuney faz falta nessa OL e 2) os running backs.
Já comentei meses atrás que esse backfield empolga nada e digo mais: se o jogo terrestre tem os números que tem, é por causa de Patrick Lavon Mahomes II. Não é de hoje que Kansas City negligencia a posição de running back e este ano é a prova disso. Quando seu corredor n°1 tem menos explosão do que um patinete infantil, você não consegue abrir espaços no campo e, logo, a vida do seu ataque complica. Tanto que os Chiefs são um dos times que mais enfrentam boxes leves da NFL. Ou seja, as defesas deixam os safeties e demais defensores mais recuados porque sabem que o jogo terrestre não irá lhe causar problemas. E spoiler: isso não vai mudar.
O que dá para concluir sobre isso? Que a engrenagem já não funciona como antes e a falta de ajustes – isso entra na conta de Andy Reid – no backfield faz com que o ataque engasgue. Com isso, as derrotas vêm. Kansas City pode engatar uma sequência de vitórias e ir para os playoffs, é verdade. Seja qual for o resultado no próximo domingo, uma coisa é certa: está na hora de recalcular algumas rotas para se manter no topo. Até porque a concorrência aumentou.
Feliz 2014, Conferência Americana!
A última vez em que New England Patriots e Denver Broncos foram seed #1 e seed #2 da AFC foi em 2014. Para você ter uma ideia: a rivalidade Manning-Brady vivia a sua Last Dance, Lepo Lepo era o hit supremo do Carnaval e o One Direction lançava seu último álbum com a formação original. Faz muito tempo e, desde então, a Conferência Americana mudou drasticamente.
Troque John Fox e Bill Belichick por um outro velho agente cultural do caos e um ex-pupilo voltando à sua casa. Apesar dos engasgos ofensivos, o Denver Broncos de Sean Payton e Vance Joseph, que faz mais um trabalho brilhante na defesa, é uma pedra no sapato para qualquer adversário. Ok, Bo Nix não está enchendo nossos olhos, mas é aquilo: você não vai querer deixar a versão pobre (e mais psicopata) do Baker Mayfield do Velho Testamento pegar fogo contra a sua defesa.
Do outro lado, Mike Vrabel faz um excelente trabalho no seu primeiro ano como head coach dos Patriots. A defesa tem problemas enormes em pressionar QBs e outras questões, porém está 100% com o DNA de seu comandante. E por falar em DNA: não, Drake Maye não é um clone de Tom Brady. Mas é a alma da equipe e o motivo de alegria entre 10 e 10 torcedores – inclusive eu. Não à toa que ele segue como um dos favoritos na corrida pelo MVP, junto com Stafford.
Porém, a loucura da Conferência Americana não é feita somente desses times. A briga de foice na AFC South ganhou altas doses de drama e, agora, a divisão virou o mata-mata da Libertadores. Neste momento, o líder é o Jacksonville Jaguars. Mas tanto o Indianapolis Colts quanto o Houston Texans estão na cola. Detalhe: tem uma penca de confrontos divisionais entre esses três. Isso sem contar com os atuais wild card, Buffalo Bills e Los Angeles Chargers. Embora eu confie nada nos wide receivers dos Bills e nessa OL inexistente dos Chargers. E claro: vai ter emoção até o fim na AFC North, por mais que a qualidade da briga não esteje lá grande coisa.
Feliz 2014, Conferência Americana!
Para saber mais:
5 lições, semana 13: Ben Johnson é realmente tudo aquilo que falavam
5 partidas importantes na reta final da temporada regular da NFL
É só isso, não tem mais jeito, acabou, boa sorte…
O inevitável New England Patriots: é tempo de pensar em playoffs
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