O ano dos Falcons começou exatamente como terminou. Seguem as mazelas táticas – sobretudo no final do campo. A parte poética da coisa é que não foi uma hipérbole. A temporada passada terminou numa quarta descida, podendo ganhar o jogo, na Philadelphia e no final do último quarto. Com um passe incompleto de Matt Ryan para Julio Jones. De novo. A mesma história.
Desde o início da última temporada, incluindo playoffs, Matt Ryan tem um passe completo em 20 tentados quando mira Jones dentro da end zone. Nesse período é, de longe, a pior porcentagem de aproveitamento de um combo QB-WR na NFL.
Fica a questão: o problema são eles? Não só. O problema tem nome e sobrenome: Steve Sarkisian, coordenador ofensivo do Atlanta Falcons. Como brinquei no twitter ao final da partida, você nunca vai se sentir tão abandonado após um término de relacionamento quanto os Falcons após a saída de Kyle Shanahan, hoje head coach do San Francisco 49ers.
As chamadas de Sarkisian na red zone – as 20 jardas finais do campo, equivalente à “grande área” do futebol, em necessidade de aproveitar oportunidades – ou são estúpidas ou previsíveis. O desejo mais profundo de Sarkisian é que o time tivesse 10 Julio Jones. Caso fosse o caso, ele mandaria Ryan passar a bola para um deles em toda jogada. É como se não houvesse Mohamed Sanu ou Calvin Ridley, polido corredor de rotas que Sarkisian conhece desde os tempos de Alabama.
A falta de criatividade é latente. 15 dessas 20 tentativas foram com Jones alinhado nas extremidades do campo. Em 12, Ryan lançou a bola mais alto do que deveria – notoriamente porque boa parte desses lançamentos foi em rota fade, mais manjado impossível.
No fundo, parece até preguiça. Em 2012, o Detroit Lions sofria do mesmo mal. Matt Stafford teve 1 passe completo de 14 tentados quando mirando Calvin Johnson na end zone. Johnson era tão dominante que as coisas pareciam simples: lança pro alto e ele resolve. Depois da aposentadoria de Calvin, adivinha? Stafford virou um quarterback melhor.
A coisa preocupa em Atlanta na medida em que parece que nada mudou. Demos uma chance para Sarkisian: todo mundo sabia que as chamadas na red zone estavam ruins. Ele teve uma intertemporada inteira para se adaptar – mas parece que as coisas ficaram ainda piores.
Ontem, ele completou só um passe – de nove tentados – nas 20 jardas finais do campo (a red zone). É patético. E não é tão somente culpa dele. A situação em Atlanta, um time que é favorito na NFC South para muitos, incluindo este que vos escreve, é alarmante. Parece que um jogo é um espaço amostral pequeno, mas mesmo assim, é alarmante porque nada mudou em relação ao ano passado. Deveria ter mudado.
A sorte dos Falcons é que, agora, há uma semana mais longa para fazer ajustes. A equipe enfrenta o Carolina Panthers na próxima semana. O clima, porém, é de pessimismo. Steve Sarkisian dirige uma Ferrari como se estivesse bêbado e travado na primeira marcha.
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