Talvez você, leitor, não seja um ávido fã do futebol americano universitário mas já está interessado em ver alguns dos possíveis alvos do seu time no Draft de 2016. No melhor estilo Tabajara, seus problemas acabaram! A partir do dia 19 de dezembro, 82 das principais equipes universitárias dos Estados Unidos jogam seus bowl games, jogos de pós-temporada que marcam suas últimas performances do ano.
Aqui, selecionamos 30 dos principais possíveis prospectos da seleção do ano que vem para você estudar, apresentados na ordem cronológica das partidas. É importante notar que não se tratam necessariamente dos 30 melhores jogadores disponíveis, mas sim de jogadores que merecem ser assistidos, de modo a fazer sua Bowl Season a mais proveitosa o possível.
19 de dezembro – Sábado
Devontae Booker, RB, Utah Utes
Las Vegas Bowl (BYU vs. #22 Utah) – 18h30 (Brasília)
Não faltam motivos para você acompanhar o Las Vegas Bowl de 2015. O jogo colocará frente a frente dois acirrados rivais estaduais que não se enfrentam desde 2013 na chamada Holy War, apelido dado em função dos contornos religiosos da disputa. Além disso, o jogo proporcionará a provável última disputa de Devontae Booker pelos Utes. Booker é um excelente prospect para times em busca de um corredor no segundo dia do Draft e foi o grande destaque do surpreendente time de Utah em 2015.
22 de dezembro – terça-feira
Tyler Matakevich, LB, Temple Owls
Boca Raton Bowl (Toledo vs. #24 Temple) – 22h00 (Brasília)
Matakevich pode não ser um dos mais atléticos linebackers disponíveis no Draft, mas sua produção é praticamente inigualada. Tais performances lhe conquistaram em 2015 o Bronco Nagurski Trophy, prêmio dado anualmente ao melhor jogador defensivo do futebol americano universitário, mesmo sendo de uma escola em uma conferência sem grande destaque.
23 de dezembro – quarta-feira
Darian Thompson, FS, Boise State Broncos
Poinsettia Bowl (Boise State vs. Northern Illinois) – 19h30 (Brasília)
Thompson será o melhor jogador em campo no Qualcomm Stadium durante a disputa do Poinsettia Bowl, bem como figura entre as grandes promessas dentre os free safeties possivelmente disponíveis no ano que vem. Ele será crucial na partida tentando conter o ataque de NIU, que venceu todas as partidas em que marcou mais de 21 pontos na temporada. Sendo assim, é uma grande oportunidade para ver Thompson liderar sua defesa.
26 de dezembro – sábado
Jeremy Cash, SS, Duke Blue Devils
Pinstripe Bowl (Duke vs. Indiana) – 18h30 (Brasília)
Nessa disputa de duas equipes extremamente competitivas, sobressairá a participação de Jeremy Cash, um safety que atua muito bem no box, impedindo o jogo terrestre adversário como poucos. Se você está em busca de um strong safety, não há nenhum melhor que Cash disponível, que pode ser projetado como uma escolha de segunda ou terceira rodada em abril.
Kenny Clark, DT, UCLA Bruins
Foster Farms Bowl (Nebraska vs. UCLA) – 00h15 (sábado-domingo – Brasília)
Poucos setores do college football sofreram mais com lesões do que a defesa de UCLA em 2015, que perdeu três de seus quatro melhores jogadores defensivos — Eddie Vanderdoes, Myles Jack e Fabian Moreau — ao longo da temporada. Com isso, coube a Clark ser o grande pilar defensivo dos Bruins em 2015, responsabilidade que ele cumpriu muito bem. Na NFL ele deve jogar como nose tackle, usando seu bom tamanho para matar o jogo terrestre adversário.
29 de dezembro – terça-feira
Jared Goff, QB, California Golden Bears
Armed Forces Bowl (California vs. Air Force) – 17h00 (Brasília)
Uma das grandes promessas da posição de maior destaque do futebol americano, Goff pode estar fazendo sua última partida pelos Golden Bears no Armed Forces Bowl, dando chance para os torcedores de equipes da NFL desesperadas por um quarterback de assisti-lo em ação pela última vez no nível universitário. Vale prestar atenção na presença de Goff no pocket e no alto nível de dificuldade de alguns de seus passes.
Corey Coleman, WR, Baylor Bears
Russell Athletic Bowl (#10 North Carolina vs. #17 Baylor) – 20h30 (Brasília)
Coleman, foi o primeiro vencedor do Biletnikoff Award, prêmio anualmente dado ao melhor wide receiver do futebol americano universitário, da história de Baylor, mas sua atuação no bowl game passa por um empecilho: o jogador que fará os passes para ele. O ataque dos Bears, de altíssima octanagem e explosividade ímpar, perdeu nas últimas semanas da temporada o quarterback titular e seus dois reservas, improvisando um wide receiver na posição contra Texas. Resta saber quem lançará para o incrível Coleman contra forte defesa de UNC, coordenada por Gene Chizik.
Andrew Billings, DT, Baylor Bears
Russell Athletic Bowl (#10 North Carolina vs. #17 Baylor) – 20h30 (Brasília)
Outro destaque e potencial escolha de primeira rodada de Baylor nesta vitrine está do outro lado da bola. O defensive tackle Andrew Billings é um dos melhores jogadores de interior de linha defensiva no quesito pressão no quarterback que há no futebol americano universitário hoje em dia, o que deve ser mostrado neste confronto contra o consistente ataque dos Tar Heels.
30 de dezembro – quarta-feira
Su’a Cravens, LB, USC Trojans
Holiday Bowl (Wisconsin vs. #25 USC) – 15h00 (Brasília)
O ex-strong safety dos Trojans rapidamente se tornou um dos melhores linebackers da Pac-12 e de todo país ao mostrar um grande repertório de habilidades, dentre elas a cobertura de tight ends e running backs e o pass rush. Em uma NFL que cada vez mais valoriza tais traços, ele é um grande favorito para sair na primeira rodada do próximo Draft.
Vince Biegel, DE/OLB, Wisconsin Badgers
Holiday Bowl (Wisconsin vs. #25 USC) – 15h00 (Brasília)
Biegel é um jogador de imenso talento que em certos momentos não teve a produção ideal, mas demonstra ter traços de grandes pass rushers da NFL. Vale a pena conferir seu duelo contra a remendada linha ofensiva de Southern California em sua tentativa de se garantir nas primeiras duas rodadas do Draft de 2016.
Paxton Lynch, QB, Memphis Tigers
Birmingham Bowl (Memphis vs. Auburn) – 15h00 (Brasília)
Lynch é detentor de um forte braço, grande corpo e mobilidade acima da média, fazendo dele um dos mais visados quarterbacks do futebol americano universitário. Ele terá mais uma chance de provar seu talento no Birmingham Bowl contra a decepcionante equipe de Auburn, cotada no começo da temporada ao título da potente Southeastern Conference. Promessa de duelo quente.
31 de dezembro – quinta-feira
Jalen Ramsey, CB/S, Florida State Seminoles
Peach Bowl (#18 Houston vs. #9 Florida State) – 15h00 (Brasília)
Versatilidade é a palavra-chave quando se trata de Ramsey. Um prospecto de top 10 em 2016, ele pode ser tanto um cornerback quanto um safety na NFL, tendo jogado até mesmo como linebacker em vários snaps por Florida State. Será interessante vê-lo enfrentar o fortíssimo ataque de Houston em sua última chance de adicionar jogadas de impacto ao seu DVD.
Mackensie Alexander, CB, Clemson Tigers
Orange Bowl (#1 Clemson vs. #4 Oklahoma) – 19h00 (Brasília)
Mais um cornerback com potencial de sair no top 15, Alexander é outro que agracia o Draft de 2016 como um dos melhores na posição nos últimos tempos. O jogador não é dos mais altos, mas tem um corpo bom para a posição, com capacidade física elevada. Em seu tape chama a atenção como anulou o excelente Will Fuller por grande parte da partida apertada dos Tigers contra Notre Dame. Não deve ser muito acionado em Miami Gardens, mas quando for certamente corresponderá às expectativas.
Jayron Kearse, FS, Clemson Tigers
Orange Bowl (#1 Clemson vs. #4 Oklahoma) – 19h00 (Brasília)
Kearse tem altura de tight end (1,95 m), mas não perde movimentação lateral em função disso. Muitos consideram ele um strong safety por sua força e habilidade de movimentação “por baixo” da defesa, mas eu o vejo como um free safety, mais focado em defender o passe, mas sem deixar de colaborar como última linha de defesa no jogo terrestre, utilizando seus instintos para realizar jogadas de impacto. Deve ser o primeiro safety selecionado e pode sair na primeira rodada.
Shaq Lawson, DE/OLB, Clemson Tigers
Orange Bowl (#1 Clemson vs. #4 Oklahoma) – 19h00 (Brasília)
Lawson é um dos pass rushers que mais chamam atenção na classe de 2016 do Draft. Seus longos braços e “motor” explosivo fazem dele uma peça de ideal encaixe no esquema 4-3. Isso, acoplado a sua agilidade, fazem com que ele tenha jogos excelentes contra boa competição (3,5 tackles for loss contra Notre Dame, dois tackles for loss e dois tackles contra Miami). Outra escolha quase garantida de primeira rodada.
Reggie Ragland, LB, Alabama Crimson Tide
Cotton Bowl (#2 Alabama vs. #3 Michigan State) – 23h00 (Brasília)
Um dos grandes líderes de Alabama, Ragland é um linebacker que faz de tudo com qualidade, desde pressionar o quarterback a defender tight ends, sendo também excelente contra a corrida. É perfeito como Mike e deve jogar no meio da segunda linha de defesa na NFL, tanto no esquema 4-3, quanto ao 3-4, ao qual já está mais do que acostumado. É um talento de primeira rodada.
Derrick Henry, RB, Alabama Crimson Tide
Cotton Bowl (#2 Alabama vs. #3 Michigan State) – 23h00 (Brasília)
O vencedor do prestigioso Troféu Heisman tem um corpo sobre-humano, a ponto de quase parecer que ele está usando shoulder pads quando está apenas de camiseta. Não é à toa que ele quebrou o recorde de jardas terrestres na SEC de Herschel Walker, outro ganhador de Heisman. Na partida do Cotton Bowl, será interessante ver quantas carregadas ele terá no jogo (foram 90 somadas nos dois últimos jogos de ‘Bama, números absurdamente altos). Henry deve sair no segundo dia do Draft de 2016 (segunda ou terceira rodada).
A’Shawn Robinson e Jarran Reed, DTs, Alabama Crimson Tide
Cotton Bowl (#2 Alabama vs. #3 Michigan State) – 23h00 (Brasília)
Tá bom, eu admito que estou roubando aqui contando dois jogadores como um, mas 30 é um número mais redondinho que 31 e ambos os defensive tackles da Crimson Tide merecem estar listados aqui. Lá vai a descrição deles, um por um. Um nose tackle com característica principal de run stopper, Robinson foi um dos grandes destaques da constantemente forte defesa de ‘Bama em 2015. Já seu companheiro de posição Reed é mais ágil e tende a conseguir impôr mais pressão sobre quarterbacks adversários, sem deixar a desejar contra a corrida. Ambos podem ser escolhas de primeira rodada em abril.
Connor Cook, QB, Michigan State Spartans
Cotton Bowl (#2 Alabama vs. #3 Michigan State) – 23h00 (Brasília)
O quarterback dos Spartans (senior) teve uma carreira de sucesso em East Lansing e agora tem a oportunidade de fechá-la com chave de ouro, enfrentando uma das mais poderosas defesas do país em uma das semifinais nacionais. Cook apresenta muitos pontos de interrogação, principalmente no que diz respeito à sua liderança dentro do elenco e uma vitória contra a poderosíssima Alabama certamente o favorecerá na avaliação dos olheiros.
01 de janeiro – sexta-feira
Vernon Hargreaves III, CB, Florida Gators
Citrus Bowl (#14 Michigan vs. #19 Florida) – 16h00 (Brasília)
Hargreaves não tem o tamanho que se tornou moda na posição de cornerback na NFL de alguns anos para cá — ainda mais com o sucesso da Legion of Boom dos Seahawks —, mas compensa isso com instintos e um espírito competitivo absurdo. Ele não tem medo de fazer contato na linha de scrimmage e tem um impacto descomunal no jogo terrestre para sua posição. Garantia de escolha de top 10 no Draft de 2016, sem dúvidas.
Jaylon Smith, LB, Notre Dame Fighting Irish
Fiesta Bowl (#8 Notre Dame vs. #7 Ohio State) – 16h00 (Brasília)
Entre Ohio State e Notre Dame há pelo menos 15 jogadores com potencial de sair nos dois primeiros dias do Draft, um número absurdamente alto. Dentre esses atletas, poucos chamam a atenção que o líder defensivo dos Fighting Irish, Jaylon Smith, consegue. Eu, particularmente, nunca vi um linebacker de college football que eu achasse que seria melhor que Smith, combinando atleticismo, inteligência, instintos e esforço na medida perfeita para o sucesso.
Ronnie Stanley, OT, Notre Dame Fighting Irish
Fiesta Bowl (#8 Notre Dame vs. #7 Ohio State) – 16h00 (Brasília)
Escolha de top 10 praticamente certa, Stanley é um dos grandes responsáveis pela grande temporada dos Fighting Irish, permitindo que o estreante DeShone Kizer pudesse ganhar confiança ao assumir a posição de quarterback após a lesão de Malik Zaire no começo da temporada. Além disso, é peça-chave do forte ataque terrestre de Notre Dame, liderado por C.J. Prosise. O duelo contra Joey Bosa e cia. será um dos pontos altos da Bowl Season, certamente.
Joey Bosa, DE, Ohio State Buckeyes
Fiesta Bowl (#8 Notre Dame vs. #7 Ohio State) – 16h00 (Brasília)
Falando na fera, eis que surge Bosa em nossa lista. Um encaixe perfeito no sistema 4-3, Bosa é um dos mais dominantes jogadores defensivos do college football desde Ndamukong Suh. Sua temporada de 2014 (21,5 tackles for loss e 13,5 sacks em 15 jogos) foi uma das grandes responsáveis pelo título nacional dos Buckeyes e, embora seus números tenham caído consideravelmente em 2015 (16 tackles for loss e cinco sacks em 11 jogos) em função do foco dos ataques em neutralizá-lo, ele teve impacto muito sentido.
Ezekiel Elliot, RB, Ohio State Buckeyes
Fiesta Bowl (#8 Notre Dame vs. #7 Ohio State) – 16h00 (Brasília)
Peça mais importante da equipe de Ohio State que foi campeã nacional em 2014, Elliot mostrou em 2015 que seu desempenho não foi coisa de um ano só e dominou defesas adversárias com potência e agilidade. Agora, tem a missão de bater Notre Dame em um duelo de dois dos programas mais tradicionais do futebol americano universitário. Independentemente do resultado, ele pode ser o único corredor selecionado na primeira rodada do Draft.
Joshua Garnett, LG, Stanford Cardinal
Rose Bowl (#6 Stanford vs. #5 Iowa) – 19h30 (Brasília)
Apesar de ter sido agraciado com o prêmio de melhor jogador linha ofensiva de interior (guards e centers) do futebol americano universitário, Garnett não deve sair até, pelo menos, a terceira rodada do Draft. Isso se deve tanto ao certo desprestígio da posição nas seleções quanto a seu estilo de jogo, mas especializado no jogo terrestre – tendo ele bloqueado para o vice do Troféu Heisman, Christian McCaffrey, em 2015. Será interessante ver ele enfrentar a sólida defesa dos Hawkeyes.
Robert Nkemdiche, DE, Ole Miss Rebels
Sugar Bowl (#12 Ole Miss vs. #16 Oklahoma State) – 23h30 (Brasília)
Fisicamente, Nkemdiche é um dos mais talentosos jogadores disponíveis na seleção de 2016. Tal talento permite que ele seja também um dos atletas mais versáteis do Draft, podendo jogar em múltiplas posições da linha defensiva em múltiplos esquemas e, até mesmo, sem as mãos no chão, como linebacker. Vale a pena assisti-lo e tentar prever qual time sortudo o escolherá no comecinho da seleção do ano que vem.
Laremy Tunsil, OT, Ole Miss Rebels
Sugar Bowl (#12 Ole Miss vs. #16 Oklahoma State) – 23h30 (Brasília)
Tunsil é um versátil tackle com capacidade de abrir verdadeiras crateras para o jogo terrestre e proteger seu quarterback de ser engolido por pass rushers adversários. Ele é outro offensive lineman que certamente figurará entre as primeiras dez escolhas em abril e a partida contra Oklahoma State terá gostinho de despedida para o jogador.
Laquon Treadwell, WR, Ole Miss Rebels
Sugar Bowl (#12 Ole Miss vs. #16 Oklahoma State Cowboys) – 23h30 (Brasília)
Melhor prospect da posição de recebedor de todo o Draft, Treadwell tem bom tamanho e velocidade – e sabe usá-los muito bem. Ele ataca a bola ao invés de esperá-la e tem mãos extremamente confiáveis, que fazem dele um alvo perigosíssimo no perímetro do campo. É quase certo que sairá na primeira metade da rodada inicial da seleção no próximo mês de abril.
02 de janeiro – sábado
Jordan Jenkins, DE/OLB, Georgia Bulldogs
TaxSlayer Bowl (Penn State vs. Georgia) – 15h00 (Brasília)
Dentre os edge rushers da classe de 2016 do Draft é possível que o que melhor se encaixará jogando em pé em um esquema 3-4 seja Jordan Jenkins. O senior dos Bulldogs ainda precisa melhorar vários aspectos de seu jogo, mas tem o potencial para ter bom impacto após algum tempo sendo lapidado na NFL. Pode sair na primeira rodada, mas não passa do segundo dia no big board, com certeza.
DeForest Buckner, DE, Oregon Ducks
Alamo Bowl (#11 TCU vs. #15 Oregon) – 15h00 (Brasília)
Buckner se encaixará como uma luva em uma equipe necessitando de um defensive end em um esquema 3-4, com um corpo longo e força considerável. Tais traços deram a ele o título de melhor jogador defensivo da Pac-12 em 2015, apesar de ter atuado em uma das piores unidades defensivas da conferência. Seu jogo contra a forte linha ofensiva de Stanford chama atenção em seu histórico no ano.
