Os nomes vão passando no Draft e você às vezes fica perdido: tem algum cara “bom” ou com futuro que ainda não foi escolhido?
É para isso que existem os “boards” do Draft. A melhor tradução possível seria “tabelão”. Nada mais é do que um ranking com os melhores jogadores disponíveis. Existem os boards voltados para o potencial – daí o nome prospecto – e os boards que são “calibrados” de acordo com a necessidade de cada time.
Com efeito, o board é um “placar” para acompanhar o Draft. Não o placar de quem já foi escolhido – o qual seria o equivalente dos pontos já marcados numa partida. Mas um meio de tentar prever a próxima escolha considerando as que já aconteceram.
Acima de tudo, meu “tabelão” é montado de acordo com minhas visões de futebol americano. Como vocês sabem, não gosto de quarterback que só corre com a bola. Por vezes, tenho um pé atrás com jogadores que podem ser fruto do sistema nos quais estão inseridos – o caso de alguns jogadores de Ohio State pode ser notório nos próximos anos. Também tenho pé atrás com jogador que tem problema extra-campo.
Enfim, não é uma visão imposta. Você pode e deve discordar – com certeza eu vou acertar o futuro de alguns jogadores e vou errar também. Essa é a graça do Draft, debater. Já enrolei demais na introdução. Vamos ao board.
BIG BOARD/PROFOOTBALL, 2016
1- Jalen Ramsey – defensive back, Florida State
Para mim, o prospecto mais completo; Alguém que pode ter impacto imediato numa secundária da NFL. Ramsey é explosivo, físico e parecia que era um homem entre meninos no College. Mesmo quando jogou contra a poderosa Clemson no ano passado, teve desempenho suficiente para ser o melhor da partida. Além de ser praticamente perfeito no jogo aéreo, sua fisicalidade lhe permite ajudar bastante contra a corrida – daí o porquê dele também poder alinhar como strong safety. Por conta de sua agressividade, a eventual “falha” nas habilidades seria a capacidade de forçar interceptações – e de modo eventual ir com muita sede ao pote e perder o ângulo do tackle.
2- Laremy Tunsil – offensive tackle, Ole Miss
Com uma envergadura perfeita para a posição de left tackle na NFL, Tunsil tem um bom trabalho de bloqueio por médio tempo mesmo jogando num sistema spread. Os pontos negativos são sua capacidade em bloquear contra a corrida (idem por conta do spread) e eventuais problemas de durabilidade, já que ele teve lesões em suas duas primeiras temporadas no College.
3- Joey Bosa – defensive end, Ohio State
Comparações com J.J. Watt não fazem tanto sentido aqui, embora os números no Combine tenham sido semelhantes. Bosa é mais capaz na contenção de corrida do que no passe – isso porque ele tende a finalizar pressão no passe por esforço e fisicalidade, não por rapidez e primeiro passo (caso de Watt). Do outro lado, essa virtude lhe ajuda bastante no jogo terrestre. Teve menos sacks em 2015 se comparado com 2014, mas aumentou a pressão – outro dado-prova do argumento.
4- Ezekiel Elliott – running back, Ohio State
O mais completo running back da classe – de longe. Extremamente competitivo e, embora grande, não perde velocidade em corridas laterais por conta disso. São inúmeras suas comparações com Adrian Peterson e Todd Gurley. Recebe passes no backfield com eficiência e não tem medo de bloquear no shotgun. Um dos poucos tiros certos no lado ofensivo da bola neste Draft.
5- Ronnie Stanley – offensive tackle, Notre Dame
Ficou um ano a mais do que o esperado em South Bend (quartanista), fazendo dele talvez o mais polido (no aspecto mental) tackle da classe. Excelente trabalho de pernas na proteção para o passe. Precisa de um pouco mais de massa e explosão para bloquear para o jogo terrestre – o que talvez comece a ser um problema crônico dos tackles atuais em Draft.
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6- DeForest Buckner – defensive end, Oregon
Embora tenha sempre um pé atrás com os jogadores de trincheiras (no lado ofensivo e defensivo) de Oregon, Buckner parece ser uma exceção. Um dos defensive ends mais atléticos do Draft e com uma capacidade formidável de pressionar o quarterback por meio de velocidade e explosão no primeiro passo. Talvez o problema seja lhe polir contra a corrida, embora sua durabilidade e capacidade de pass rush compensem ele ser mais cru nesse sentido.
7- Myles Jack – inside linebacker, UCLA
Tecnicamente perfeito para a NFL. Tem instintos daqueles inside linebackers clássicos que dominaram o jogo antes da explosão aérea da NFL nos últimos 20 anos. Ainda, no jogo aéreo, consegue marcar em zona tão bem quanto poderia se exigir de um safety. Tem velocidade lateral para ter onipresença no campo, tanto quanto Luke Kuechly faz atualmente. O problema é a lesão no menisco, embora alguns relatórios médicos sejam positivos para seu futuro (por isso cai um pouco e pode cair na primeira rodada).
8- Jack Conklin – offensive tackle, Michigan State
Melhor bloqueador para o jogo terrestre dentre os offensive tackles da classe – o que faz com que ele tenha a virtude de eventualmente jogar como right tackle. É um jogador de linha clássico, que utiliza o momento de bloqueio por conta de sua massa mais do que habilidade com as mãos. Precisaria de mais atleticismo na adaptação para a NFL.
9- Leonard Floyd – EDGE, Georgia
Envergadura acima da média para a posição e capacidade fantástica de pass rush, discutivelmente a melhor primeira passada do Draft. Contudo, se bloqueado, precisa trabalhar em usar as mãos para se livrar dos bloqueios – no College usou muito mais a velocidade contra as pilastras da SEC. Também precisa de trabalho na contenção do jogo terrestre, teve problemas em tacklear jogadores no campo aberto.
10- Jared Goff – quarterback, California
Melhor passador de sua classe, consegue espiral em seus passes sem muita dificuldade. Também é o melhor jogador da classe em termos de presença de pocket. Teve alguns problemas forçando passes no College, o que lhe causou uma alta porcentagem de interceptações. Seu grande problema é a eventual adaptação mental para a NFL, dado que executou um sistema mais simples em California e não mudava as jogadas na linha, todas as chamadas (inclusive audibles) vinham da lateral.
11- Sheldon Rankins – defensive tackle, Louisville
Melhor defensive tackle da classe contra o jogo terrestre, tem uma capacidade atlética que compensa a menor altura. Jogou em várias posições na linha de Louisville; Aliás, justamente por ter jogado numa conferência de menos prestígio, passou batido por muitos. Ainda precisa de mais trabalho no pass rush, de toda forma. Como não tem muito tamanho, esse trabalho teria que ser realizado com a técnica de mãos.
12- Carson Wentz – quarterback, North Dakota State
Em termos de talento físico, o melhor quarterback da classe – comparado a muitos com Ben Roethlisberger, embora considere-o mais parecido com Blake Bortles nesse sentido. Wentz tem um braço forte que lhe permite fazer qualquer lançamento que lhe seja exigido no nível profissional. O grande problema é o salto de qualidade de seus adversários se comparado com aqueles que ele enfrentava na segunda divisão do College (FCS). Quando jogou contra um time da FBS, Iowa State, no ano passado, foi bem mal. Precisa ser polido para jogar na NFL, uma temporada de banco lhe faria bem.
13- Darron Lee – outside linebacker, Ohio State
Eixo motor do corpo de linebackers de Urban Meyer, discutivelmente um dos melhores atletas do Draft neste ano. Assim como Floyd, tem alguns problemas no ângulo do tackle em espaço aberto. O que lhes diferencia é o primeiro passo de Leonard, que é melhor. De toda sorte, é acima da média para um jogador da posição em situações de passe nas terceiras descidas, muito por sua capacidade em marcar em zona – esta virtude lhe faz subir no board, dado o maior viés aéreo da NFL nos últimos anos.
14- Shaq Lawson – defensive end, Clemson
Produtividade acima da média tanto contra a corrida como contra o passe quando em Clemson – ele era, sem sombra de dúvidas, a alma do que foi a melhor defesa do país no College Football em 2015. Herdou o trono dessa defesa após a saída de Vic Beasley Jr. para a NFL e correspondeu às expectativas. Como é versátil, pode ser alocado em múltiplos locais da linha – embora precise de mais polimento para jogar contra a corrida.
15- Josh Doctson – wide receiver, TCU
Para mim, o melhor recebedor da classe – em tamanho, separação da marcação individual e talento quando briga pela bola no ar. Isso tudo faz dele uma arma eficiente na red zone. Seu problema, como os outros três melhores recebedores da classe, é não ter uma árvore de rotas tão bem trabalhada por ter executado spread no College.
16- Taylor Decker – offensive tackle – Ohio State
Excelente prospecto para a posição de right tackle, pode dar um gás extremamente importante para o jogo terrestre na NFL. É capaz de realmente ser titular desde o primeiro dia. Tem tamanho (altura e peso) adequados para a posição no nível profissional. Além de tudo, é experiente – foram 42 jogos como titular no College, coisa cada vez mais rara no nível universitário. Colocamos ele como RT porque sua envergadura não é tão adequada para a posição de LT. Potencial bem baixo de ser bust.
17- Laquon Treadwell – wide receiver, Ole Miss
Consistente e físico, é ideal como recebedor Z (o que lhe faz uma luva nos Giants, que têm em Odell Beckham Jr um recebedor X). Raramente dropa passes e tem capacidade acima da média para executar as rotas como se espera. Seu problema principal é a incapacidade de ser playmaker, o que deve dificultar sua vida caso seja escolhido como recebedor X.
18- Vernon Hargreaves III – cornerback, Florida
Hargreaves é um prospecto bastante interessante, sobretudo se você considerar que ele não tem as medidas adequadas quando olhamos para o ideal na NFL de 2016 – ideal este que vem muito do “legado” da Legion of Boom. Ele tem menos de 1,80m e não é eficiente contra o jogo terrestre – nem foi tão acionado nesse sentido, na verdade, dado que o front six de Florida era eficiente no quesito. De toda forma, os instintos quando a bola está no ar faz dele um dos melhores (senão o melhor) cornerback do Draft na marcação homem-a-homem. Com efeito, é sólido na leitura de recebedores durante a rota e também lendo o quarterback. Excelente produção em termos de defesa de passe: 10 interceptações na carreira.
19- Jarran Reed – defensive tackle, Alabama
Produtividade acima da média contra o jogo corrido – é um jogador abençoado no sentido de fisicalidade e tamanho. É produtivo em todos os snaps, disciplinado na cobertura dos gaps e pode jogar como nose tackle ou como end no 3-4. Joga bem contra a corrida mas tem severos problemas no pass rush, muito porque no sistema de Alabama o interior da linha defensiva não é tão focado em fazer pressão no quarterback – mas, sim, em ocupar o máximo de espaço o possível para que as outras peças defensivas o façam.
20- Corey Coleman – wide receiver, Baylor
Jogador com absurdo potencial de fazer com que qualquer jogada se transforme num home run. Tem alta produtividade em passes screens – bojo do sistema spread de Baylor – e capacidade acima da média de gerar jardas após a recepção. Além disso, caso exigido, consegue bater os defensores com boa velocidade vertical – um dos mais rápidos recebedores do Draft nesse quesito. Nem tudo são flores, claro. Ele precisa trabalhar na versatilidade de sua árvore de rotas e reduzir os drops, os quais foram um problema constante.
21- Reggie Ragland – inside linebacker, Alabama
Praticamente tudo o que se espera de um inside linebacker pode ser encontrado em Ragland. Sair de bloqueios? Sim. Diagnóstico rápido de jogadas? Idem. Ragland era um líder no vestiário de Alabama. Extremamente atlético e um dos jogadores mais capazes da classe quando o assunto é hard tackle. Como fraqueza, o jogo aéreo – não é tão eficiente quanto Myles Jack na cobertura em zona, por exemplo. De toda forma, como é um excelso tackleador, consegue limitar bem as jardas após a recepção por parte dos adversários.
22- Karl Joseph – safety, West Virginia
Infelizmente se machucou em outubro, num treino (rompimento do ligamento anterior cruzado do joelho) e até por isso está passando sob o radar de muitos analistas e torcedores. De toda forma, merece atenção especial por ser o melhor safety da classe quando o assunto é tackle. Excelente na cobertura contra o jogo corrido – muito por conta da forma agressiva com a qual joga – e sólido também na cobertura contra o jogo aéreo – 9 interceptações na carreira e teria umas 12 se tivesse ficado saudável o ano todo. Nesse sentido, saudável, tem potencial para ser o melhor safety da classe.
23- William Jackson III – cornerback, Houston
Melhor jogador defensivo de seu time e um dos melhores da conferência, Jackson III vem subindo nos boards por conta das eventuais deficiências de Hargreaves quanto ao tamanho e jogo terrestre. William, por sua vez, é um jogador extremamente agressivo. Isso poderia ser um problema, sobretudo no bump and run – mas para sua sorte (e do time que lhe escolher) o produto dos Cougars tem excelente velocidade de reaproximação do recebedor se for vencido cedo com um double move.
24- Will Fuller – wide receiver, Notre Dame
Capacidade impressionante de fazer com que um passe curto vire uma jogada de 50 jardas – ou então de executar uma recepção numa bola lançada em go route. Fuller foi lapidado num ataque extremamente vertical, o que faz com que ele seja eficiente nesse tipo de sistema – por conseguinte, dentre suas fraquezas, a execução de rotas que necessitem de separação por agilidade e não velocidade final. Não obstante, ele usava muito o corpo para receber os passes – não é o adequado para o nível profissional. Nesse sentido precisa melhorar – e muito – a produtividade em recepções, dado que tem o maior índice de drops da classe, com 8,6%.
25- Ryan Kelly – center, Alabama
Extremamente inteligente e técnico, é capaz de ser praticamente um quarterback na linha ofensiva ao diagnosticar blitzes e efetuar mudanças no sistema de bloqueio antes de uma dada jogada (em função do que a defesa apresenta). Prova de sua inteligência acima da média é o fato de que foi eleito para a seleção acadêmica de sua conferência, a SEC. Disparado o melhor center do Draft e discutivelmente um dos melhores jogadores de interior de linha ofensiva – contando os guards, portanto. Aliás, ele tem tamanho suficiente para jogar de guard também. Como fraqueza, lembramos que ele teve problemas para se manter saudável durante sua carreira.
26- Germain Ifedi – offensive tackle, Texas A&M
Tem tamanho ideal para um tackle do nível profissional. Pode ser mais um produto da fábrica de jogadores de linha ofensiva que Texas A&M se tornou nesta última década. Bastante versátil, pode jogar como guard além de como right tackle, a qual é sua posição mais natural. Precisa trabalhar na técnica de bloqueio para a corrida – que ainda é muito crua – e está longe de ser um produto “finalizado”. Ideal escolha para times que podem se dar ao luxo de desenvolver um jogador de linha com potencial.
27- Vernon Butler – defensive tackle, Louisiana Tech
Simplesmente gigantesco para a posição – e ao invés de ser inerte nesse sentido, utiliza seu tamanho como momentum para movimentos bastante explosivos na linha de scrimmage. Foi muito bem no Senior Bowl mas acabou desapontando bastante no Combine, correndo o tiro de 40 jardas em 5.3 segundos. Um dos muitos defensive tackles talentosos no Draft deste ano, ainda tem trabalho a fazer na técnica de quebrar bloqueios com as mãos – aliás, nesse sentido, ainda é muito cru no pass rush.
28- Hunter Henry – tight end, Arkansas
O melhor prospecto entre os tight ends numa classe que pode ser considerada a pior da história na posição – não a toa pode haver muito wide receiver escolhido como tal mas convertido em tight end nos training camps. Henry foi extremamente produtivo na red zone no ano passado e teve 739 jardas recebidas. É um jogador que naturalmente recebe passes, mas ainda precisa de muito trabalho para ser minimamente eficiente no bloqueio – coisa que, queira ou não, é desejável na NFL. Precisa ganhar massa muscular, também, quando enfrentar atletas profissionais. Muitas comparações com Dennis Pitta (Ravens).
29- Kevin Dodd – defensive end, Clemson
Não está ranqueado tão alto quanto Shaq Lawson porque era coadjuvante no time de Clemson, mas quando Lawson se machucou no College Football Playoff começou a ter atuação mais determinante. Algumas equipes acabam tendo um pé atrás pela falta de experiência – em realidade, Dodd só foi titular na última temporada, na qual produziu acima da média. 7,5 sacks só nos últimos 5 jogos da temporada passada. De toda forma, ainda é tecnicamente um pouco cru e talvez nos primeiros momentos acabe sendo um pass rusher situacional em terceiras descidas.
30- Keanu Neal – safety, Florida
O que Deone Bucannon vem sendo para o Arizona Cardinals como híbrido de safety e linebacker, o safety Keanu Neal foi para os Gators nos últimos anos. Extremamente eficiente contra o jogo terrestre e pode se posicionar no box com facilidade sem ser atropelado pelos corredores. Não é tão bom quando o assunto é jogo aéreo, sobretudo quando a bola está no ar. Além disso, não é considerado rápido para a posição, fez 4,63 no tiro de 40 jardas do Combine. Para compensar esses problemas, desenvolveu habilidade sólida em diagnosticar jogadas, atuando praticamente como inside linebacker em muitas oportunidades. Pode ser um “Kam Chancellor cru” nesse sentido, ideal para o Atlanta Falcons ainda na primeira rodada devido ao sistema de Dan Quinn.
31- A’Shawn Robinson – defensive tackle, Alabama
Explosivo e com primeiro passo excelente para alguém de seu tamanho. 43 jogos e 21,5 tackles para perda de jardas – mas apenas 9 sacks. Jogou como 3-4 DE e também como nose tackle – o que faz dele um jogador extremamente versátil para sistemas 3-4. O grande problema para Robinson vem sendo motivação para jogar todos os snaps com a mesma vontade – até por isso pode ser usado ao início como um jogador situacional em rotação. Seu grande problema é o pass rush, sem sombra de dúvidas – mesmo problema de Jarran Reed, aliás, devido à filosofia da Crimson Tide em utilizar menos os defensive tackles no ato de pressionar o quarterback.
32- Artie Burns – cornerback, Miami
Pode aparecer como surpresa ao final da primeira rodada se a demanda por cornerbacks for grande, mas é um talento do segundo dia do Draft. Longos braços – o que infelizmente faz com que ele cometa muitas faltas. De toda sorte, é atlético e com certeza deve ter chamado a atenção de vários técnicos na NFL por conta de suas medidas (em oposição a Vernon Hargreaves, portanto). De toda sorte, como Hargreaves, precisa de mais trabalho na contenção do jogo terrestre.
33- Emmanuel Ogbah – defensive end, Oklahoma State
Um dos mais intrigantes prospectos do Draft. De maneira natural um pass rusher, muito por conta de suas medidas, ainda mais por conta de seus braços serem mais longos do que o resto da classe. Mas de maneira realista, nem tanto – pela falta de técnica. Por mais que seja muito atlético, ainda precisa de muito treinamento técnico para se estabelecer como uma presença mais consistente na NFL. Nesse sentido, foi bastante inconsistente no College. O equivalente a Paxton Lynch na linha defensiva, portanto. É um diamante bruto que pode se tornar um jogador fenomenal se cair nas mãos de um bom técnico.
34- Andrew Billings – defensive tackle, Baylor
Um dos defensive tackles puros para o 3-4 (nose tackle), embora tenha 1,80m e mais de 150 quilos, é um jogador com equilíbrio excelente quando nas trincheiras. 6,5 sacks no ano passado e ideal para 3-tech, mas ainda precisa de muito trabalho para se tornar um pass rusher mais polido – em contrapartida é excelente ocupando dois bloqueadores, se tornando o que chamamos de “pocket pusher” para deixar o quarterback desconfortável. Contra o jogo terrestre, é acima da média, muito por conta do tamanho, força e explosão na primeira passada.
35- Chris Jones – defensive tackle, Mississippi State
Mais um defensive tackle? Sim, mais um. E não é porque as outras posições estão fracas, mas muito porque esta é uma das classes mais talentosas da posição na última década – sobretudo contra o jogo terrestre. Jones, falando nisso, é um dos melhores da classe nesse quesito, utilizando seus longos braços para quebrar bloqueios nos quais lhe engajaram e ainda sim realizando o tackle. De toda forma, não está mais alto no board por conta de inconsistência – não de jogo para jogo, mas entre snaps da mesma partida.
36- Eli Apple – cornerback, Ohio State
Alto e rápido – mas não tão experiente, redshirt sophomore se declarando para o Draft. Excelente na marcação em passes longos e boa leitura de jogo em momento imediatamente ulterior ao snap. Precisa ficar mais forte para ajudar na contenção do jogo terrestre e para eventualmente marcar os prolíficos tight ends da NFL que por vezes alinham como wide receiver. Nesse sentido, não foi lapidado contra a corrida por conta do front six acima da média de Ohio State – existe uma certa desconfiança de alguns, com efeito, de que ele seja um produto do sistema pelo fato de Apple jogar com diversos jogadores talentosos na defesa dos Buckeyes.
37- Vonn Bell – safety, Ohio State
Caso semelhante ao de Apple, dado que não precisou se engajar tanto no auxílio de contenção do jogo terrestre quando era titular de Ohio State. Tem velocidade para cobrir no meio do campo e instintos que são necessários na marcação em zona. Contudo, terá dificuldade pela falta de massa em conter running backs que cheguem ao terceiro nível de defesa e tampouco poderá se alinhar com frequência no box.
38- Robert Nkemdiche – defensive tackle, Ole Miss
Daria para chamar Nkemdiche de “Petrobras” do Draft. Cotado como top 5 do Draft ao início da temporada passada do College, Robert só vem caindo desde então. Não falo nem por conta de seus problemas extra campo – dos quais já falaremos – mas sim porque ele só apareceu em jogos como contra Alabama. Depois deles, as equipes começaram a designar dois ou três bloqueadores para seu gap e Nkemdiche começou a ter produtividade cada vez menor – quando, a respeito de sua altura, peso e força, isso não deveria acontecer. Ainda, quanto aos problemas extra-campo, Robert caiu da sacada de seu hotel – numa queda de 4 metros onde não se machucou seriamente – e quando a polícia chegou ao local flagrou o prospecto portando maconha. É um dos grandes – se não o maior – “vai ou racha” do Draft 2016.
39 – Paxton Lynch – quarterback, Memphis
Muito cru para ser titular desde a semana 1 na NFL. Lynch tem o tamanho e o físico ideal para a posição, mas ainda precisa fazer um trabalho de leitura que não teve em Memphis. Por lá, executou vários conceitos de spread offense e praticamente não teve under center – ou seja, muitos snaps em shotgun com uma cacetada de passes em screen que alavancaram sua produtividade. Não faz bem progressão de recebedores quando lhe é necessário. Como lado positivo, consegue boa antecipação e tem um dos braços mais fortes do draft. Precisará de pelo menos um ano no banco para se desenvolver como um titular consistente na NFL – em outras palavras, um diamante bruto.
40- Noah Spence – edge, Eastern Kentucky
Junto de Robert Nkemdiche, os dois maiores casos de problema extra-campo do Draft 2016. É um pass rusher natural para o 3-4, mas não chega a ser um prospecto de elite em termos de atleticismo como Von Miller ou Khalil Mack outrora foram. Embora seja um diamante na pressão ao quarterback, tem habilidade de contenção do jogo terrestre bem abaixo da média. Além disso, tem o problema extra-campo que dissemos: ele foi expulso do time de futebol americano de Ohio State devido ao uso de ecstasy.
41- Kamalai Correa – outside linebacker, Boise State
Pensa num outside linebacker sólido para um segundo dia de Draft, ideal para uma equipe que esteja desesperada na posição. É o caso de Correa, que teve boa produtividade – mas não excelente – contra o passe, pressionando o quarterback (embora nesta virtude, menos) e contra o jogo corrido.
42- Michael Thomas – wide receiver, Ohio State
Tem características muito parecidas com Laquon Treadwell, de Ole Miss. Seria eficiente como recebedor Z. Michael possui a habilidade atlética e ball skill para ser um segundo recebedor consistente em diversas equipes da NFL – mas ainda precisa de polimento quando o assunto é execução das rotas.
43- Jonathan Bullard – defensive end, Florida
Extremamente versátil, pode jogar em qualquer lugar da linha defensiva de um sistema 4-3 (supondo, claro, que já haja um pass rusher sólido no time em que cair). Bullard tem um dos primeiros passos mais rápidos da classe de ends e pode ser bastante útil se for alocado no sistema certo. Ainda tem que fazer um trabalho melhor na técnica de quebra de bloqueio com as mãos e, principalmente, no pass rush como um todo – até porque na prática é um 5-tech.
44- Kenny Clark – defensive tackle, UCLA
Fosse em outros anos, Clark com certeza estaria mais bem cotado no Draft. Infelizmente para ele, estamos diante de uma das melhores classes da história em termos de prospectos para linha defensiva. Kenny fez em UCLA um trabalho acima da média quando o assunto era jogo corrido – muito por conta de seu tamanho. Como pass rusher, apresentou evolução em 2015, mas ainda longe do adequado para um jogador da posição na NFL. É versátil o suficiente para jogar no interior no 4-3 e como DE no 3-4.
45- Jason Spriggs – offensive tackle, Indiana
Experiente – coisa cada vez mais rara em prospecto de linha ofensiva – foi titular em quatro anos quando jogador dos Hoosiers. Teve uma das melhores atuações da posição no Combine, com destaque para o tempo mais rápido no tiro de 40 jardas (abaixo de 5 segundos, em 4.94). Embora não tenha a envergadura adequada para um left tackle na NFL, pode se desenvolver em um caso seja corretamente lapidado. Com a demanda por jogadores da posição ao final da primeira rodada, pode aparecer como reach. Como destaque negativo, o trabalho de pernas no bloqueio para o passe.
46- Tyler Boyd, – wide receiver, Pittsburgh
O último recebedor em nosso board. Se um time está a procura de um jogador para atuar no slot, esse cara pode ser Tyler. Fenomenal quando o assunto é solidez em recepção, Boyd pode se desenvolver num excelente jogador da posição. Para ser recebedor X ou Z, contudo, ainda precisa de mais polidez na separação da marcação individual.
47 – Connor Cook – quarterback, Michigan State
Jogou num ataque com filosofia semelhante à da NFL, a chamada pro-offense. Seu grande problema é a capacidade de ser líder, essencial num prospecto que almeja ser quarterback profissional. Estranhamente, mesmo em seu último ano, não foi votado pelos colegas como capitão de seu time. Nas entrevistas do Combine, teria se comparado a Tom Brady, o que só fez aumentar a desconfiança (se comparar com um dos melhores do esporte não é um bom passo quando você está lutando contra rótulos de arrogância e falta de liderança no vestiário). Dentro de campo, Cook tem problemas em sua consistência: por vezes errou passes fáceis e forçou difíceis. Como virtude, o trabalho de pés e a presença de pocket.
48- Mackensie Alexander – cornerback, Clemson
Mesmo jogando na melhor unidade defensiva do College Football, não teve nenhuma interceptação nos últimos dois anos – o que indica que não é necessariamente um playmaker. Além disso, muito por conta do fenomenal front six de Clemson, praticamente não teve atuação nem lapidação para ajudar na defesa contra o jogo terrestre. Técnica e trabalho de pernas inconsistentes na marcação em zona. Como virtude, a velocidade para marcação individual.
49- Deion Jones – outside linebacker, LSU
Jones não tem as medidas adequadas para ser um outside linebacker na NFL, mas compensa isso com efetividade acima da média na contenção do jogo terrestre. Não deve ser uma estrela, mas tem potencial para ser um sólido outside linebacker no weak side de formações 4-3 (sobretudo por ter bom valor quanto à habilidade de marcar em zona nas situações de passe de terceira descida).
50- Derrick Henry – running back, Alabama
Vencedor do Heisman Trophy no ano passado, dado para o mais extraordinário jogador do College Football, Henry parecia um repetente de 16 anos na 5ª série: era impressionante como ele quebrava tackles e reduzia a pó as defesas adversárias com seu tamanho e fisicalidade. Obviamente as coisas não serão assim na NFL, dado que no nível profissional “não tem criança” jogando. Assim, surgem questionamentos quanto à habilidade “leste-oeste” de Henry, dado que a “norte-sul” não deve ser alterada. Henry tem como outro eventual problema o fato de ter sido acionado em pouquíssimos snaps como recebedor quando jogava em Alabama – e como sabemos, os running backs são cada vez mais alvos de passe na NFL. Caso caia num time com linha ofensiva ruim, pode ser uma catástrofe: é engolido quando ocorre infiltração da defesa no backfield.
Abaixo, a tabela completa do board.
| Nº | NOME | POSIÇÃO | ESCOLA |
| 1 | JALEN RAMSEY | DB | FLORIDA STATE |
| 2 | LAREMY TUNSIL | OT | OLE MISS |
| 3 | JOEY BOSA | DB | OHIO STATE |
| 4 | EZEKIEL ELLIOTT | RB | OHIO STATE |
| 5 | RONNIE STANLEY | OT | NOTRE DAME |
| 6 | DEFOREST BUCKNER | DE | OREGON |
| 7 | MYLES JACK | ILB | UCLA |
| 8 | JACK CONKLIN | OT | MICHIGAN STATE |
| 9 | LEONARD FLOYD | EDGE | GEORGIA |
| 10 | JARED GOFF | QB | CALIFORNIA |
| 11 | SHELDON RANKINS | DT | LOUISVILLE |
| 12 | CARSON WENTZ | QB | NORTH DAKOTA STATE |
| 13 | DARRON LEE | OLB | OHIO STATE |
| 14 | SHAQ LAWSON | DE | CLEMSON |
| 15 | JOSH DOCTSON | WR | TCU |
| 16 | TAYLOR DECKER | OT | OHIO STATE |
| 17 | LAQUON TREADWELL | WR | OLE MISS |
| 18 | VERNON HARGREAVES III | CB | FLORIDA |
| 19 | JARRAN REED | DT | ALABAMA |
| 20 | COREY COLEMAN | WR | BAYLOR |
| 21 | REGGIE RAGLAND | ILB | ALABAMA |
| 22 | KARL JOSEPH | S | WEST VIRGINIA |
| 23 | WILLIAM JACKSON III | CB | HOUSTON |
| 24 | WILL FULLER | WR | NOTRE DAME |
| 25 | RYAN KELLY | C | ALABAMA |
| 26 | GERMAIN IFEDI | OT | TEXAS A&M |
| 27 | VERNON BUTLER | DT | LOUISIANA TECH |
| 28 | HUNTER HENRY | TE | ARKANSAS |
| 29 | KEVIN DODD | DE | CLEMSON |
| 30 | KEANU NEAL | S | FLORIDA |
| 31 | A`SHAWN ROBINSON | DT | ALABAMA |
| 32 | ARTIE BURNS | CB | MIAMI |
| 33 | EMMANUEL OGBAH | DE | OKLAHOMA STATE |
| 34 | ANDREW BILLINGS | DT | BAYLOR |
| 35 | CHRIS JONES | DT | MISSISSIPPI STATE |
| 36 | ELI APPLE | CB | OHIO STATE |
| 37 | VONN BELL | S | OHIO STATE |
| 38 | ROBERT NKEMDICHE | DT | OLE MISS |
| 39 | PAXTON LYNCH | QB | MEMPHIS |
| 40 | NOAH SPENCE | EDGE | EASTERN KENTUCKY |
| 41 | KAMALEI CORREA | OLB | BOISE STATE |
| 42 | MICHAEL THOMAS | WR | OHIO STATE |
| 43 | JONATHAN BULLARD | DE | FLORIDA |
| 44 | KENNY CLARK | DT | UCLA |
| 45 | JASON SPRIGGS | OT | INDIANA |
| 46 | TYLER BOYD | WR | PITTSBURGH |
| 47 | CONNOR COOK | QB | MICHIGAN STATE |
| 48 | MACKENSIE ALEXANDER | CB | CLEMSON |
| 49 | DEION JONES | OLB | LSU |
| 50 | DERRICK HENRY | RB | ALABAMA |





