Chiefs e Eric Berry: ninguém tem muitos motivos para reclamar da franchise tag

O prazo para as franquias assinarem vínculos de longa duração com os atletas que receberam a franchise tag se encerrou na tarde desta sexta-feira, 15 de julho. Ao contrário do que aconteceu no ano passado, quando o linebacker Justin Houston ganhou um contrato gigantesco no apagar das luzes, os Chiefs dessa vez não conseguiram chegar a um acordo com Eric Berry, o jogador designado com a tag em 2016.

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A notícia não foi exatamente uma surpresa, pois relatos dos últimos dias davam conta que as partes estavam longe de um acerto. Segundo informações apuradas por alguns insiders, a preocupação com a saúde de Berry pesou na hora das negociações – Kansas City buscou maneiras de se proteger contra eventuais problemas. Para quem não se lembra, o safety foi diagnosticado com linfoma de Hodgkin em 2014, um tipo muito sério de câncer. Berry, contudo, conseguiu se recuperar a tempo de jogar em 2015 e viveu uma ótima temporada, vencendo o prêmio de “Comeback Player of the Year” e sendo eleito para o quarto Pro Bowl da sua carreira.


Com o término do prazo, o jogador terá que atuar em 2016 sob os termos da franchise tag, a qual lhe renderá um salário de 10,8 milhões de dólares. Um novo vínculo só poderá ser negociado após o final da temporada.

O que isso significa para Berry?

Fora a frustração por não ter assinado um contrato de longa duração – algo que significaria uma segurança maior para o futuro -, Eric não tem muito o que reclamar em termos de remuneração, haja vista o salário de 10,8 milhões ser o maior da liga para um safety em 2016. Berry é um dos mais sólidos da NFL em sua posição e receberá como tal, então é razoável imaginar que um vínculo longo não fosse lhe render muito mais dinheiro. Apenas como base de comparação, podemos citar o acordo recente de 5 anos e 51,2 milhões (média de 10,250 milhões por temporada) entre Harrison Smith e os Vikings, atualmente o contrato mais valioso para um safety.

Se repetir o ótimo desempenho de 2015, Berry com certeza ficará em uma grande posição na próxima temporada para conseguir um contrato gigante com os Chiefs ou qualquer outra equipe.

E para Kansas City?

Pensando na bela história de vida de Berry e em como ele é importante para o time – dentro de campo e no vestiário -, algumas pessoas podem achar que os Chiefs foram “cruéis” em não assinar um vínculo longo com ele. Mas, emoções à parte, é preciso analisar com calma.

Em primeiro lugar, Kansas City não vive uma situação financeira tranquila. De acordo com o site da NFLPA – o Sindicato de Jogadores da NFL – a franquia do Missouri possui agora o menor espaço disponível no salary cap: 226 mil dólares. Com isso, é difícil que ela esteja disposta a oferecer contratos gigantes, ainda mais se acreditar estar pagando um valor superior ao que deve. Na verdade, a projeção é a equipe entrar em 2017 com a folha salarial praticamente estourada, então todo cuidado financeiro é pouco.

Ademais, existe a preocupação com a saúde de Berry. É possível que os Chiefs tenham preferido esperar mais um ano antes de se comprometer por muito tempo para ter certeza de que Eric não terá mais problemas. Tal atitude é completamente válida, sobretudo quando alguns milhões de dólares estão em jogo.


No final das contas, a franchise tag não foi um negócio ruim para nenhuma das partes. Berry receberá um salário condizente com o seu valor de mercado e terá uma boa chance de conseguir um belo contrato na próxima temporada. Já Kansas City segurou um dos seus principais jogadores defensivos por pelo menos mais um ano sem atrapalhar o orçamento, tendo a chance de mantê-lo por mais tempo em 2017 – embora a situação financeira não seja tão favorável.

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