O Dallas Cowboys é uma franquia que, apesar do resultado negativo ano passado, ainda se considera favoritíssima na NFC Leste. A campanha de 2014, precedida de uma atuação brilhante nos Playoffs, deixou um gostinho de que é possível chegar ao Super Bowl. A adição de La’el Collins como undrafted free agent aumentou ainda mais as expectativas e até agora o torcedor espera lutar pela conferência.
Só que é preciso saber que o tempo passa, as coisas evoluem, e no futebol americano nada é tão direto para se analisar. Sim, a franquia está entre as favoritas em sua divisão, porém existem diversos problemas que tratamos extensivamente nesta última intertemporada. O maior deles? A saúde de Tony Romo.
Ontem, Dallas tinha a grande estreia de Ezekiel Elliot jogando no backfield e havia a expectativa de ver um pouco mais do trabalho que Dak Prescott vem fazendo na intertemporada. Apesar dos dois terem sido o grande assunto para boa parte dos torcedores no pós-jogo, foi Tony Romo o cara que mais deveria chamar atenção devido à sua pequena lesão apresentada na partida.
Prescott evoluindo e Elliot mostrando um atleticismo incrível
Antes de falar sobre o destaque em si, vale a pena citar o desempenho dos calouros mais esperados da noite ontem. Dak Prescott, nas últimas duas partidas, vinha tendo atuações de gala e ontem voltou um pouco mais a normalidade. Jogando contra uma defesa muito mais talentosa (discutivelmente a melhor da liga), Prescott teve mais dificuldades com a precisão de alguns passes e deu um pouco de sorte no passe para touchdown – méritos de Jason Witten na jogada. Apesar disso, seu desempenho em campo mostrou uma evolução considerável, expondo o belo trabalho feito por ele (e pela comissão técnica) nesta intertemporada.
Em Mississippi State o quarterback sofria bastante com o seu footwork e com a sua presença de pocket. Era visível o talento, tanto é que falamos dele inúmeras vezes, mas faltava ser preparado mentalmente e tecnicamente para atuar na NFL. Prescott vem evoluindo muito e foi incrível o quanto o seu footwork melhorou em pouco tempo. Com mais um tempo aprendendo atrás de Tony Romo (e melhorando o senso de pressão), não há dúvidas que ele pode disputar a vaga de titular no futuro.
Com relação a Elliot, a sua estreia só mostrou o que todos esperavam. Absurdamente atlético, o seu spin move em cima de Kam Chancellor parecia movimento do Madden 16. Ele atuou muito pouco (foram apenas 7 carregadas para impressionantes 48 jardas), mas serviu para mostrar que ele deve concorrer pelo prêmio de calouro ofensivo do ano – e pode ser uma ótima opção na hora do fantasy.
Elliot mostrou agilidade, visão e muita força física – além de uma explosão impressionante. A expectativa agora é que ele consiga transmitir tal comportamento em campo para a temporada regular e que Dallas não resolva dar a bola para ele correr mais de 400 vezes no ano – o desgastando excessivamente e encurtando a sua carreira. Com esta linha ofensiva a disposição, o jogo terrestre dos Cowboys tem tudo para disputar o título de melhor da liga – podendo aliviar um pouco a pressão em cima de Tony Romo.
Independente dos calouros, Tony Romo que deveria chamar mais atenção.
Falando no quarterback, a sua lesão ontem preocupou muito aos torcedores da franquia e à comissão técnica. Obviamente que a pancada sofrida por trás não vai lhe impedir de estrear na temporada regular contra o New York Giants, todavia deve preocupar e muito – principalmente do jeito que ocorreu. Como já foi citado extensivamente ao longo da intertemporada, o quarterback deveria mudar o seu estilo de jogo e se poupar mais em campo. Problemas crônicos nas costas e na clavícula não têm potencial apenas para o paralisar ao longo de alguns jogos: podem acabar com a sua carreira.
A ideia de colocar a bola embaixo do braço e tentar sair correndo com a pressão em cima não seria das melhores na temporada regular, quem dirá em uma partida de pré-temporada. Aparentemente, mesmo com todo o histórico de contusões, ele não vai mudar em nada a sua postura dentro de campo. Como já falamos, esta linha ofensiva é excepcional no jogo terrestre, porém protegendo o passe ela é sólida. Associe isso com o estilo de esticar as jogadas o máximo possível e o resultado pode ser catastrófico.
Este ataque dos Cowboys pode estourar em 2016, todavia é necessário mais inteligência e cuidado por parte de Tony Romo. De nada vai adiantar Ezekiel Elliot se o quarterback acabar se lesionando novamente e perder jogos novamente. Infelizmente parece que esta não será a postura adotada e o que resta ao torcedor é esperar que não ocorra mais lesões. Tony Romo vai tomar muitas pancadas durante o ano e os Cowboys vão precisar que o seu corpo aguente bastante. Ontem foi uma demonstração que é possível que ele não aguente tanto.






