Quando o assunto é temporada catastrófica, é óbvio que lesões em cascata ou um quarterback com o joelho estourado podem colocar tudo a perder. Copiar e colar a frase “com a lesão do jogador X tudo está acabado” é fácil para prever o futuro de cada franquia. Como sempre o Pro Football tenta pensar fora da caixa e tentou montar cenários de catástrofe que não dependam de contusões.
Obviamente a catástrofe de uma franquia é diferente da outra. As perspectivas de uns são os Playoffs e de outros serem campeões da conferência. Mesmo assim, todo mundo pode se frustrar com uma unidade mal formada, algum técnica que joga para não perder ou a falta de desenvolvimento de um jovem talento.
Antes de mais nada, vamos frisar algo aqui, de modo grifado e gigantesco antes que os comentaristas de portal falem besteira. Os objetivos deste texto são simples: guiar o leitor ao longo da temporada. Nós fomos EXTREMAMENTE pessimistas em todas as previsões abaixo, para que se alguma delas começar a acontecer, o torcedor possa assistir às partidas de modo consciente.
O que está abaixo não é necessariamente o que vai acontecer, é só um guia onde a gente foi pessimista até não poder mais (da mesma forma que fomos otimistas até não poder mais no texto de previsões otimistas). Até porque não teria como todas as 32 franquias serem uma catástrofe, alguém tem que ir bem. Este texto faz parte de uma série de 3: previsões realistas, previsões catastróficas e previsões otimistas. Certo?
Após a nossa análise de calendário, acompanhe como cada franquia pode ver o seu ano tornar-se frustrante e caótico.
NFC East
Dallas Cowboys: A partir do momento que a notícia da lesão de Tony Romo saiu, o torcedor de Dallas sentiu como se já estivesse em um pesadelo. Mesmo assim, Dak Prescott jogou bem na pré-temporada e acendeu uma ponta de esperança para a sequência do ano – tal qual ocorreu nos Rams em 1999 com Kurt Warner. Mesmo assim a situação não é fácil e o cenário catastrófico não está tão longe. Uma coisa é jogar bem em agosto; outra coisa é em setembro e outubro. Apesar do potencial de Prescott, ele ainda é muito novato e existe uma boa chance de acabar produzindo muito pouco na temporada regular. Associe a isso uma defesa faltando talentos (e com suspensões para todos os lados) e o cenário caótico está pronto. Neste cenário, é até mesmo capaz de Romo voltar e a franquia estar muito atrás na corrida pelos Playoffs.
Philadelphia Eagles: A última troca bombástica da intertemporada mudou completamente os planos da franquia. Antes uma candidata a arrancar, correndo por fora, uma possível vaga no Wild Card, os Eagles acabaram virando mais uma franquia em reconstrução – e neste caso pouco importa o recorde. A troca de Sam Bradford pode ser benéfica se olhasse para a situação pelo lado de compensação (eles nunca conseguiriam tantas escolhas), porém pelo lado de desenvolvimento de Carson Wentz pode ser um desastre total. O calouro tem muito talento, mas é absurdamente cru e o tempo no banco seria excelente para se adaptar ao nível profissional. Afinal, não é fácil sair da “segunda divisão” do futebol americano universitário para a NFL. Além disso, o cenário poderá ficar pior ainda se Nelson Agholor, Zach Ertz, Jordan Matthews e/ou Josh Huff (os quatro jovens do ataque) regredirem ainda mais, acabando com as opções para Wentz ao longo do ano. Um Wentz perdido em um ataque sem talentos deve ser o pior cenário possível.
Washington Redskins: A troca dos Eagles e a lesão de Romo colocaram Washington e New York em uma posição muito confortável. Eles são os dois claros favoritos para o título da NFC Leste – e será muito difícil alguém entrar via Wild Card. Com um calendário que vai ser muito forte, Washington pode ter um ano catastrófico vendo tudo cair por terra. Só basta Kirk Cousins mostrar que o fim do ano passado foi um período fora da realidade. Ele tem alvos, linha ofensiva e um jogo terrestre. Está cercado de talentos, mas de nada vai adiantar se não mantiver o nível apresentado no final do ano passado. Mesmo com um Cousins começando a jogar melhor (e ameaçando dar dor de cabeça na intertemporada que vem), a defesa de Washington ainda levanta muitas questões. A contratação de Josh Norman pareceu muito boa no início, porém pode acabar virando um tiro no pé. Afinal, quantos cornerbacks já não foram contratados a peso de ouro e acabaram falhando miseravelmente em sua nova equipe? A posição depende muito de esquemas, logo é natural que ocorra tal oscilação. Se Norman não corresponder as expectativas, esta unidade defensiva vai sofrer muito ao longo do ano contra os bons ataques aéreos pela frente.
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New York Giants: Várias contratações caras, dinheiro garantido para todo lado a fim de consertar uma das piores defesas da história da franquia. Só que não adianta tanto investimento se Steve Spagnuolo não se reinventar. O coordenador defensivo, que queria ser técnico principal, foi muito mal ano passado e precisa elevar o seu nível como treinador. O péssimo desempenho defensivo não foi só devido ao talento disponível. Faltou liderança fora do campo e isso pode acabar afetando novamente a franquia em 2016. Se o ano passado nos ensinou algo é que não basta Eli Manning estar em alto nível; é preciso ajuda defensiva. Mesmo com tantas novas peças, pode ser que Spagnuolo não as saiba encaixar e o resultado seja amargo: ficar no sofá em Janeiro. Os Giants e Washington entram como os favoritos na divisão e os dois possuem chances muito parecidas de sair com o título.
NFC North
Chicago Bears: Chicago é uma franquia que, nos últimos tempos, sempre tem o ar do “agora vai”. Este ano a linha ofensiva deu mais um passo positivo (estaria melhor se não fosse a contusão de Hroniss Grasu), Kevin White vai finalmente estrear e a defesa parece estar começando a acumular talentos – tem chances de ficar no top 20 em 2016. Só que, como em todos os outros anos, tudo pode dar errado. A saída de Matt Forte, que foi uma boa decisão da diretoria, pode acabar pesando mais do que se pensava e o backfield não funcionar. Lembre-se que Ka’Deem Carey e Jeremy Langford não convenceram nem um pouco até aqui e podem acabar sendo improdutivos e colocando mais pressão em Cutler – o que não é bom. Defensivamente, a secundária de incógnita pode passar rapidamente para desastre e o resultado não seria o esperado. Os Bears podem correr por fora para chegar aos Playoffs na NFC, porém este cenário é bem otimista. No catastrófico, este ataque pode ser bem desfuncional e a defesa pode acabar sendo insegura contra passe em profundidade.
Green Bay Packers: No início deste texto, foi dito que lesões podem levar qualquer franquia ao cenário catastrófico – e que elas não seriam citadas. Aparentemente, o Green Bay Packers é a grande exceção a regra. Sempre que Rodgers perde jogos (como em 2011 ou 2013), os Packers conseguem ganhar partidas pontuais e ainda ficarem na briga até ele se recuperar totalmente. O problema de Green Bay não será a temporada regular, mas sim os Playoffs. A franquia é sempre favorita ao Super Bowl e sempre acaba falhando nos momentos finais – seja por falta de sorte, defesa que não consegue um three-and-out ou conservadorismo excessivo no playcall. E isto pode acabar ocorrendo de novo em 2016. A volta de Jordy Nelson deve trazer um pouco de alívio para um ataque cheio de underachieves, porém pode acabar sendo pouco para janeiro. Os Packers precisam que mais alguém eleve o nível de seu jogo e o grupo de playmakers precisa atuar bem mais consistentemente do que foi ano passado. Além disso, vale ressaltar que Jake Ryan e Blake Martinez no meio do campo defensivo podem virar um sério problema ao longo do ano – e o combate ao jogo terrestre se tornar inexistente. Os Packers devem chegar aos Playoffs, mas cair no Wild Card, ou até mesmo no Divisional Round, será decepcionante. Para ter sucesso em janeiro é preciso contribuição dos recebedores e combate eficiente ao jogo terrestre – o que deixa dúvidas no início do ano.
Detroit Lions: Sem Calvin Johnson, em uma forte divisão e com Matthew Stafford sempre mostrando uma inconsistência muito incômoda. As perspectivas para Detroit em 2016 não são muito altas e o cenário mais positivo seria conseguir um rumo do que fazer no futuro – desmonta tudo e recomeça do zero ou são candidatos a algo? A maior catástrofe seria acabar o ano que nem em 2015: sem muitas conclusões e mais uma vez em uma posição frustrante no Draft. No papel a linha ofensiva melhorou, a defesa tem talento e o quarterback tem alvos sólidos, mas Jim Caldwell já se mostrou excessivamente conservador e a política do jogar para não perder é a pior possível para se adotar na liga. Ou Caldwell se reinventa como treinador (muito difícil), ou os Lions devem estar buscando um novo treinador em um futuro próximo – novamente. Esta é uma das franquias mais frustrantes da liga: o talento existe no elenco e o desempenho é sempre aquém do esperado. A catástrofe total seria Caldwell decepcionar mais uma vez em 2016 e a diretoria acabar o aceitando mais um ano.
Minnesota Vikings: Do céu ao inferno em pouco tempo. A lesão de Teddy Bridgewater foi horrível e a temporada parecia ir por água abaixo – até uma troca que os colocou de novo no páreo. Minnesota pagou muito mais do que devia por Sam Bradford, só que era necessário tentar aproveitar este talento que há disponível. Além disso, o quarterback criou toda a sua carreira sendo um senhor checkdown e isto pode acabar agilizando a adaptação ao ataque de Norv Turner. Bridgewater teve um desempenho mediano ano passado e conseguiu levar a franquia longe; o mesmo pode ocorrer com Sam Bradford. Pelo quarterback titular ter que se adaptar a um novo ataque em pouco mais de uma semana, o início de temporada de Minnesota deve ser feio ofensivamente. A grande questão é: quanto tempo ele vai precisar? Bradford pode acabar sendo mais mediano ainda do que o esperado e o resultado ser catastrófico: o 10-6 e a vaga no Wild Card podem acabar virando um 7-9, ainda mais lembrando que todos os jogos fora de casa na NFC Norte são hostis. A troca de última hora pode acabar dando em nada, com um quarterback sem grandes inspirações, um contrato gordo e a falta de uma escolha de primeira rodada no ano seguinte.
NFC South
Carolina Panthers: Foi por pouco. Os derrotados do último Super Bowl passaram perto de sair com um título inédito e a próxima chance disso acontecer pode demorar bastante. Ano passado Cam Newton estava em uma fase inacreditável e em 2016 ele deve ter uma regressão natural. O problema é que os Panthers possuem mais problemas do que no ano passado (principalmente a secundária com a saída de Josh Norman e o corpo de recebedores que ainda precisaria de mais talento, mesmo com a volta de Kelvin Benjamin) e enfrentará um calendário bem mais difícil. De vez ser ganhar folga na NFC, em um cenário catastrófico os Panthers precisam batalhar muito para ganhar a divisão (principalmente por causa do calendário) e a eliminação precoce pode ocorrer tendo que jogar fora de casa no Divisonal Round.
New Orleans Saints: O que os Saints fizeram para tentar melhorar uma das piores defesas da história da NFL? Promoveram Dennis Allen para coordenador defensivo, trouxeram alguns reforços no front seven, porém pode ser muito pouco. O miolo da linha defensiva continua sendo duvidável e James Laurinaitis parece estar longe do auge. Óbvio que a unidade deve melhorar (é quase impossível piorar), só que pode não ser o suficiente. Com mais um ano sendo inefetiva para parar algum adversário, a pressão fica enorme nos ombros de Drew Brees e será mais um ano decepcionante com uma campanha mediana. Fica difícil acreditar que Brees volte em 2017 se a campanha deste ano seja tão frustrante como a de 2015. Neste cenário, a franquia entra em um modo reconstrução em 2017.
Tampa Bay Buccaneers: Os Bucs terminaram 2015 com um 6-10 promissor, principalmente com um forte final de ano. Jameis Winston justificou ser a primeira escolha geral e agora é a hora de continuar evoluindo. Como todos sabemos, todo ano aparece o jogador que sofre o sophomore slump, isto é, um jogador que em seu segundo ano na liga acaba por ter um desempenho bem aquém do esperado. Os candidatos, normalmente, são jogadores problemáticos no nível universitário e que superam as expectativas como calouros, se acomodando e transformando a sua carreira – e Winston é um grande candidato. Se ele conseguir manter a cabeça no lugar, os Bucs possuem boas chances de surpreender em 2016 e conseguir até mesmo ameaçar uma vaga no Wild Card – tornando-se a segunda força da NFC Sul.
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Atlanta Falcons: De nada adianta novas peças ofensivas sem uma defesa que não consegue pressionar. Vic Beasley parece cada dia mais um bust em formação e não há muita esperança que este pass rush finalmente funcione em 2016. Com o crescimento de produção de Carolina e fortes times na NFC Norte, a janela para os Falcons conseguirem algo no ano é pequena. Aliás, vale ressaltar que o momento é péssimo: a franquia não tem como crescer muito (não está no modo reconstrução) e a perspectiva de futuro não é das melhores. No limbo da NFL atualmente, a situação já é ruim. Seria catastrófico mais uma temporada negativa e longe da pós-temporada e isto não está tão difícil de ocorrer.
NFC West
San Francisco 49ers: Chip Kelly, Colin Kaepernick e Blaine Gabbert? O que pode dar mais errado do que isso? Existe uma grande possibilidade de San Francisco já estar dentro de um cenário catastrófico: ter que aceitar Blaine Gabbert como titular desde a primeira semana. As expectativas deste ataque são baixíssimas e a Up-Tempo Offense só dá certo quando o ataque consegue ficar em campo. Consecutivos three-and-outs devem acabar colocando pressão exacerbada na unidade defensiva e o resultado não será muito bom. Os 49ers são candidatos a uma escolha dentro do top 5 no Draft do ano que vem.
Seattle Seahawks: Lesões ocorrem todos os anos em todas as franquias, principalmente na linha ofensiva. O impacto em todo snap e a causalidade tornam esta posição extremamente suscetível às contusões. E esta é a unidade dos Seahawks com menos depth entre todas. Na primeira metade da temporada passada não foi positivo Russell Wilson ter que salvar a sua vida em quase todo o snap. E também não será assim em 2016. As chances do ataque acabar ficando estagnado, colocando pressão na defesa, são reais e isto pode acabar cansando demais o elenco na preparação para janeiro – ocasionando mais uma queda antes do desejado. Apesar de ainda serem favoritos na NFC, este não é o melhor elenco que os Seahawks tiveram nos últimos anos. Cada dia mais a franquia parece ficar dependente das mágicas de Wilson, o que pode levar a catástrofe.
Los Angeles Rams: Não é fácil conseguir ser banco de Case Keenum para começar a temporada. Jared Goff conseguiu o que parecia impossível graças ao seu desempenho bem aquém do mínimo aceitável durante a pré-temporada. Ele não conseguiu se sentir confortável e parecia perdido em campo, uma imagem que preocupa para o futuro da franquia. Mais um ano os Rams parecem fadados a ficarem fora dos Playoffs e o cenário catastrófico (assistir em casa a pós-temporada com Jeff Fisher ainda como técnico) parece possível. Com relação a Goff, ainda não é hora para entrar em desesperado: o calouro tem muito talento, só que precisa ser desenvolvido.
Arizona Cardinals: O Arizona Cardinals conseguiu juntar vários jogadores problemáticos/underachieves, os desenvolveu e transformou completamente o seu elenco. A campanha do ano passado foi incrível e existe uma boa possibilidade de ela se repetir em 2016. Salvo contusões em cascata, a franquia deve ser uma favorita clara na NFC e disputar a vaga no Super Bowl deste ano. O ponto mais difícil de prever o que vai ocorrer neste elenco é no jogo terrestre. É preciso saber se David Johnson não é um jogador de uma temporada só – super comum entre running backs. Seria difícil ir tão longe quanto se espera sem um jogo terrestre e com Palmer não crescendo nos momentos decisivos. Seria extremamente frustrante a franquia terminar de novo sua temporada antes que o esperado.
AFC East
Buffalo Bills: Era preciso dar um contrato novo para Tyrod Taylor, visto que ir com o seu quarterback infeliz para a temporada regular não é o melhor caminho para vencer. Só que o pior pesadelo da diretoria pode tornar-se realidade: Taylor mostra que é apenas um reserva que teve um bom ano e o time fica, novamente, longe dos Playoffs. Ainda mais, um contrato gordo e sem perspectivas para o futuro. A temporada vai ser muito decisiva para saber se eles estão indo no caminho certo ou se foi um erro apostar em Taylor.
Miami Dolphins: Os Dolphins são o Chicago Bears da AFC. A única diferença é que Ryan Tannehill não é um quarterback polêmico e problemático, mas sim um jogador que a cada temporada parece ser mais e mais um underachieve. E, por mais um ano, o desempenho em campo pode ser frustrante, ainda mais se Tannehill não conseguir evoluir ainda mais. Não há mais desculpas: técnico promissor, linha ofensiva de elite e corpo de recebedores minimamente confiável. Ele nunca esteve em situação tão favorável e pode acabar decepcionando mais uma vez – e se consolidando como alguém com muito talento e que nunca foi para frente. Nada é pior do que ver o seu jovem quarterback se consolidando como um produto aquém do esperado.
New York Jets: A chegada tardia de Ryan Fitzpatrick e a opção inusitada de manter quatro quarterbacks mostram como existe desconfiança neste ataque. O desempenho ano passado foi além do esperado e existe a chance de voltar a realidade. Vale ressaltar que a AFC Leste, todo ano, é recheada de times com boas perspectivas que acabam decepcionando durante o ano – além do New England Patriots. Neste ano não é diferente: os quarterbacks dos Jets, Tannehill em Miami e Taylor nos Bills podem acabar tendo um desempenho aquém do que se espera. Por fim, vale lembrar que o desempenho de Christian Hackenberg na pré-temporada mostrou o quão equivocada parece ter sido a escolha de segunda rodada nele. Mais uma decisão controversa que parece estar dando errado.
New England Patriots: Não adianta negar: New England vai ganhar a divisão, salvo alguma contusão drástica de Tom Brady. Mesmo assim, vale lembrar que o futuro Hall da Fama não vai estar em campo nos primeiros quatro jogos e Jimmy Garoppolo tem zero de experiência em campo. Se espera que a franquia comece o ano 2-2, porém a chance é real deste início ser 1-3 ou até mesmo 0-4. E com um início assim, além de ter uma resposta sobre o potencial de Garoppolo, as chances são altas de acabar o ano com um 10-6 e ter que jogar fora de casa nos Playoffs. Todos sabemos que os Patriots possuem duas forças em janeiro: Tom Brady e o Foxborough. Sem um deles, as chances de chegar ao Super Bowl diminuem drasticamente. O início do ano vai ser essencial para chegar ao objetivo de buscar mais um anel para Brady.
AFC North
Cleveland Browns: Os Browns não vão muito longe em 2016. Na realidade, não ficar em último na divisão será uma vitória. Robert Griffin III deve apanhar o ano inteiro com uma linha ofensiva bem questionável. A jovem defesa precisa se desenvolver e agora parece que o elenco está em liquidação. A franquia já está no cenário catastrófico faz tempo e, deste ponto, só tem como melhorar.
Baltimore Ravens: As intermináveis lesões no ano passado (que começaram com Terrell Suggs) maquiaram um pouco a qualidade do elenco. Desde 2012 os Ravens não são consistentes na NFL por causa do elenco e de Joe Flacco não elevando o nível do seu jogo. A primeira temporada do ataque de Marc Trestman foi um desastre, só que as lesões impossibilitaram tirar quaisquer conclusões sobre a contratação. Em 2016 a franquia reforçou a sua linha ofensiva, mas a qualidade do corpo de playmakers ainda é questionável. Os Ravens vão até onde o seu ataque os permitir e, em um cenário catastrófico, isto pode significar mais uma temporada com mais derrotas do que vitórias – e a certeza que Trestman está ultrapassado e nem deveria ter voltado a NFL.
Cincinnati Bengals: Os Bengals perderam um ingrediente ofensivo chave nesta última intertemporada: Hue Jackson. Ele tirou o que Andy Dalton tem de melhor e conseguiu elevar este ataque ao nível de elite. Com a saída dele, 2016 virou uma incógnita total – ainda mais sem um wide receiver #2 de qualidade a disposição. Dalton pode muito bem voltar a regredir e tornar-se aquele jogador que não se pode confiar – e não irá longe mais um ano. É incrível a qualidade defensiva de Cincinnati, mas isto não servirá de nada se Dalton, na expectativa mais pessimista, voltar a ser aquele jogador que na hora decisiva some.
Pittsburgh Steelers: Pittsburgh tem um ataque incrível no papel. O problema é que as contusões e suspensões sempre limitam a franquia e o desempenho sempre fica aquém. No papel, os Steelers possuem poderio para chegar ao AFC Championship Game, principalmente se a defesa evoluir o quanto se espera. Por tanto tempo uma das melhores da liga, a defesa dos Steelers está cheia de jogadores que tem talento e pouca produtividade. Além disso, a secundária é extremamente instável e o maior ponto fraco da franquia. Se a defesa, novamente, não conseguir elevar o seu jogo, Pittsburgh novamente vai ficar pelo caminho mais cedo do que se esperava.
AFC South
Indianapolis Colts: O jogo contra o Philaldephia Eagles na pré-temporada mostrou uma verdade incômoda: a linha ofensiva do Indianapolis Colts continua problemática. Com Andrew Luck gostando de atuar como um linebacker, a situação começa a ficar preocupante – e pode se tornar um caos completo. Uma das máximas mais velhas é que o jogo ganha-se nas trincheiras e é este o ponto fraco dos Colts. Ganhar a divisão, salvo contusões, não parece difícil. Ameaçar a AFC? Nem tanto.
Houston Texans: A pré-temporada trouxe impressões positivas sobre Jadeveon Clowney e preocupantes sobre Brock Osweiler. E a temporada depende, exclusivamente, do desempenho deste em campo. Agora mais rico, Osweiler tem que provar muito e a pré-temporada mostrou que ele pode decepcionar bastante em 2015. Fica claro que a perspectiva é de chegar a pós-temporada, porém Osweiler pode acabar com tudo. O cenário catastrófico não é ficar longe dos Playoffs, mas sim ter uma campanha medíocre, que os deixe longe de escolher um quarterback de elite no Draft. É muito melhor que tudo dê errado do que apenas ficar na mediocridade, mais um ano, e sem grandes perspectivas para o futuro.
Jacksonville Jaguars: Agora é a hora? Tudo depende de Blake Bortles. A terceira escolha de 2014 entra em seu ano decisivo para mostrar o seu desenvolvimento e que os Jaguars são o time do futuro. A expectativa é que finalmente a equipe consiga ser consistente em campo, mas pode ser que isso não ocorra. Infelizmente Bortles pode continuar mostrando flashes de ser brilhante, só que a consistência ainda não estar presente – tornando-se um Ryan Tannehill 2.0. Neste caso, pode esperar que Gus Bradley (e sua comissão técnica) vão estar procurando emprego no ano que vem.
Tennessee Titans: A ideia de power running, com DeMarco Murray e Derrick Henry alternando no backfield, é muito boa. Só que a pré-temporada, as vezes, pode enganar e a história pode ser completamente diferente na temporada regular. A linha ofensiva dos Titans não é das mais brilhantes e este sucesso todo pode não se repetir quando as defesas começarem a se preparar de verdade. Além disso, é preciso saber o quanto Kevin Dodd e Austin Johnson vão contribuir neste pass rush carente de bons nomes. Sem pressão nos quarterbacks adversários e com um ataque que não se consegue manter em campo, os Titans podem acabar flertando, novamente, com uma escolha alta de Draft no ano que vem.
AFC West
Kansas City Chiefs: A cada temporada parece mais e mais que Andy Reid não mudou em nada. Doug Pederson, no ano passado, trouxe um pouco de equilíbrio para o ataque, porém ele foi embora e Reid volta ao comando total da unidade. Sem equilíbrio entre corridas e passes, os ataques montados por Reid não conseguem ir muito longe. Some a isso o fato de que o caso Eric Berry deve ter criado um desconforto grande no vestiário e os Chiefs podem acabar sendo um time desfuncional e bagunçado. A franquia tem o potencial de ganhar a divisão, sem dúvidas, só que também tem o potencial de amargar um 6-10 e ter as expectativas frustradas mais um ano.
Denver Broncos: Trevor Siemian e Paxton Lynch. A tranquilidade de John Elway com relação à situação pode fazer parecer que está tudo certo, mas tudo pode dar errado. Sim, Peyton Manning não estava em sua melhor forma e conseguiu ser o titular da campanha do título. A diferença é que ele era um veterano respeitado e não cometia erros absurdos na reta final. O mesmo não pode ser dito para Siemain ou Lynch – ambos sem nenhuma experiência. Em uma divisão que possui os Chiefs bem e os Raiders em crescimento, existe a possibilidade do campeão do ano passado acabar fora da briga pela pós-temporada.
San Diego Chargers: Outra franquia que continua em um estado catastrófico. O imbróglio com Joey Bosa e a indecisão com relação ao que fazer – se mudar ou não – podem afetar seriamente o desempenho dentro de campo. Além disso, o corpo de recebedores de San Diego não é nada animador, colocando mais pressão ainda em Rivers. Em um cenário ideal, o fraco calendário compensaria isso e os Chargers fariam uma campanha digna. No catastrófico? Mais um desempenho pífio e, possivelmente, uma mudança de sede.
Oakland Raiders: Vikings, Raiders e Jaguars são as três jovens equipes mais promissoras da liga – os Rams poderiam estar na lista, porém Jeff Fisher os limitam há muito tempo – e qualquer uma delas pode ter uma queda bruta de produção – ainda mais Jaguars e Raiders que dependem de jovens quarterbacks. A cada dia que passa este elenco parece mais qualificado ainda e seria muito frustrante a franquia não fazer uma campanha digna e disputar a AFC Oeste – fragilizada com a aposentadoria de Peyton Manning. Como isso pode ocorrer? Com uma defesa que não consegue parar a corrida – o miolo defensivo é a parte mais fraca da unidade – e um ataque desfuncional, que não para de cometer turnovers – cometidos por um signal caller perdido em campo. A perspectiva é que o recorde seja, finalmente, positivo.
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