Dia 1º de novembro do ano passado viu o primeiro round (em muitos sentidos, literalmente) da batalha entre dois times que, no mínimo, se odeiam um bocado. Depois de uma semana de provocações, a partida disputada no Heinz Field viu os Bengals saindo com a vitória. Ainda no mesmo mês, outra partida, outra batalha. Desta vez em Cincinnati e também com vitória do visitante – neste caso, os Steelers, depois de Andy Dalton ter quebrado o polegar.
A trilogia do Caos da AFC North não estaria completa sem uma partida nos playoffs e foi exatamente o que tivemos em janeiro. Ao final da partida, tudo parecia se encaminhar para uma nova vitória do Cincinnati Bengals – finalmente, dado que a equipe tem a maior seca de vitórias em pós-temporada. Nah. O Cincinnati Bengals perdeu para o Cincinnati Bengals. Liderando por 18-16, Vontaze Burfict fez falta pessoal ao atingir Antonio Brown na cabeça em passe incompleto. Depois. Adam Jones fez com que seu time tomasse mais 15 jardas na cabeça por encostar deliberadamente num árbitro. Os Steelers, de modo milagroso, estavam em território de field goal e venceram a partida.
Com a falta de renovação em alguns pontos do elenco do Baltimore Ravens (mais a queda de produção de Joe Flacco desde que ele assinou o gordo novo contrato) e adicionando um Cleveland Browns em completa reestruturação, a tendência é que tenhamos ao menos maus duas partidas pegadas entre Bengals e Steelers decidindo os rumos da divisão Norte da Conferência Americana. Vamos aos times, um por um?
Hue ao Resgate
O Cleveland Browns (pela enésima vez) está em reconstrução e deposita suas fichas em Hue Jackson, o qual fora coordenador ofensivo de Andy Dalton e dos Bengals no ano passado. Jackson é o oitavo treinador dos Browns desde 1999, quando a equipe voltou à NFL como um time de expansão depois de, em 1996, ter ido para Baltimore e virado os Ravens. A título de comparação, no mesmo período, os rivais Steelers tiveram dois treinadores (e o primeiro só saiu porque se aposentou).
Johnny Manziel (felizmente) é passado e os Browns resolvem apostar em Robert Griffin III, outrora a segunda escolha geral do Draft de 2012. É o 25º quarterback de Cleveland em 17 anos. Nesse período, o time teve apenas duas temporadas com mais vitórias do que derrotas. Acho que isso tudo resume o período de nova reconstrução em Cleveland. Não é uma equipe que vem para mais de 8 vitórias, mesmo que Griffin volte à antiga forma. O elenco tem muitos buracos, sobretudo na defesa. O único jogador que seria titular em qualquer equipe da NFL é o left tackle Joe Thomas. E só.
Ravens devem voltar ao normal?
Sim. Não espere outra temporada dos Ravens com apenas cinco vitórias. Lesões geralmente tendem a voltar ao normal após uma quantidade tão absurda como Baltimore teve no ano passado. Na que foi a primeira temporada com mais derrotas do que vitórias de John Harbaugh, o time implodiu com lesões para todo lado. “Destaque” no ataque para Joe Flacco (que, frise-se, não estava jogando bem) e na defesa para Terrell Suggs já na primeira semana contra Denver.
A equipe tem problemas no que tange à idade dos jogadores. A NFL hoje é uma liga aérea e o principal recebedor da equipe, Steve Smith Sr., está com toda certeza do mundo em sua última temporada. A NFL hoje é uma liga na qual você tem que chegar ao quarterback adversário. E o pass rush de Baltimore tem Elvis Dummervil e Terrell Suggs – ambos também não estão na flor da idade. Joe Flacco recebe dinheiro de top-5 quarterback da NFL mas não é um. Dado esse panorama, a equipe tem dificuldades de bater os dois favoritos da divisão – embora uma briga por wild card seja extremamente possível.
Suspensos em Pittsburgh podem atrapalhar
Principalmente porque o primeiro duelo contra Cincinnati – potencial “final da divisão – ocorre já na Semana 2. Le’Veon Bell está fora por três semanas por conta de suspensão (ele não fez o anti-doping). Martavis Bryant está fora o ano todo. Heath Miller se aposentou. Ben Roethlisberger todo ano perde “tempo” em campo por conta de lesões.
Essas perguntas todas podem fazer com que o ataque de Pittsburgh, o qual tem potencial para ser um dos melhores de todos os tempos (não é exagero), acabe tendo limitações importantes. “A chave é ficar saudável”, disse Roethlisberger. “Tivemos problema em conseguir ficar assim nos últimos anos. Mas se ficarmos saudáveis e formos um time sem egoísmo, acho que temos chance”, completou. Se o ataque com Antonio Brown e com Bell de volta na Semana 4 tem potencial, isso não temos dúvida. O problema que coloca Pittsburgh como eventual segunda força (ao menos no início) é o desfalque de Bell fazer com que o time perca para Cincinnati no que pode acabar sendo um desempate dentro da divisão.
Ademais, a secundária preocupa (e muito). A partida contra o Seattle Seahawks no ano passado foi a síntese da unidade contra o passe de Pittsburgh. As duas primeiras escolhas no Draft foram para reforçar o setor. Resta saber se algo vai mudar. É o calcanhar de Aquiles do time, não tenha dúvida.
Como será a vida de Andy Dalton sem Hue Jackson?
Dalton apresentou uma nítida melhora quando suas criativas jogadas eram chamadas por Hue Jackson. Agora ele está no outro lado de Ohio, em Cleveland. Isso afetará Dalton de alguma forma? Mais; Chegará finalmente a hora do time vencer uma partida nos playoffs? De nada adianta 12 vitórias em temporada regular se o time implode da forma que o fez no ano passado. São 25 anos sem uma vitória em pós-temporada. É literalmente minha idade. Talvez a culpa seja minha. Tá, não é; O técnico Marvin Lewis precisa ter mais controle da equipe quando o jogo mental fica mais forte. Ele tem sete derrotas em pós-temporada (e nenhuma vitória, um record negativo da liga).
“Estamos felizes por o que fizemos”, disse o dono da equipe, Mike Brown, o qual é filho da lenda Paul Brown. “Estamos cientes que ainda há mais um passo a ser dado”, completou. Os Bengals talvez sejam a equipe com menos perguntas a serem respondidas. Se Pittsburgh não sofresse com as suspensões e não tivessem tantos problemas na secundária, seriam nossos favoritos. Como os têm, aí o elenco mais “redondo” é o de Cincinnati. Considerando a ausência de Bell na Semana 2, como dito acima, os Bengals têm um passo a frente na divisão. Pequeno, quase minúsculo, mas têm.
Ordem prevista na divisão:
- Cincinnati Bengals
- Pittsburgh Steelers
- Baltimore Ravens
- Cleveland Browns
Comentários? Feedback? Siga-me no twitter em @CurtiAntony, ou nosso site em @profootballbr e curta-nos no Facebook.









