Em todos esses anos nesta indústria vital, nunca uma equipe comandada por um quarterback calouro chegou ao Super Bowl. Vários destes jogadores chegaram perto, seja por méritos próprios ou de seus companheiros de equipe, mas alguma coisa sempre ficou no caminho, impedindo a quebra desta escrita.
Neste ano, mais uma vez um quarterback calouro chega aos playoffs (e em uma equipe favorita a chegar ao Super Bowl). Desta forma, é impossível não lembrar de episódios recentes em que equipes lideradas por novatos na posição de quarterback tentaram, sem sucesso, chegar à grande decisão da NFL.
Hoje, aqui no Pro Football, falaremos de alguns desses episódios, além de, é claro, analisar as chances de Dak Prescott e do Dallas Cowboys romperem este tabu.
Histórico Recente
Entre os quarterbacks que ainda estão na liga, podemos lembrar de boas campanhas de pós-temporada lideradas por Ben Roethlisberger, Russell Wilson, Joe Flacco e Mark Sanchez (sim, ele ainda está na liga). Nenhum deles conseguiu levar sua equipe ao Super Bowl em sua primeira temporada na liga, mas todos (à exceção de Sanchez) eventualmente chegaram lá.
Cada um destes quarterbacks tem seu estilo próprio, desde velozes e ágeis como Wilson, com braços potentes como Flacco, com o domínio do pocket como Big Ben ou ainda… sem nenhuma dessas características como Mark Sanchez.
Entretanto, para comparar a situação de Dak Prescott àquela de cada um dos jogadores citados em suas temporadas de estreia na NFL, é um outro fator que chama a atenção: todos contavam com fortes elencos de apoio, tanto na forma de uma defesa de qualidade ou ainda com armas ofensivas de alto nível. Isto se repete também no caso de Dak Prescott e do Dallas Cowboys, como veremos a seguir.
Dak Prescott e os Cowboys
A equipe do Dallas Cowboys é extremamente talentosa, com grandes valores individuais em todos os setores. Destaque, sem dúvida, para a excelente linha ofensiva. Liderada pelo left tackle Tyron Smith, a linha dos Cowboys abre os caminhos para o melhor jogo terrestre de toda a NFL. Aí entra o running back calouro Ezekiel Elliott, já um dos melhores da NFL. Elliott mistura visão, paciência e explosão para dominar os adversários. Seguindo no ataque, os Cowboys contam com três recebedores que se complementam: os wide receivers Dez Bryant e Cole Beasley e o veterano tight end Jason Witten.
As armas ofensivas de Dallas facilitaram muito a vida de Prescott ao longo do ano. Sempre com tempo para lançar, além de poder enfrentar coberturas desfalcadas, já que as defesas tendem a priorizar o combate ao forte jogo corrido de Dallas, o quarterback aproveitou essa “ajuda” para ter uma temporada muito eficiente. Com boa mobilidade, precisão nos passes intermediários e um baixíssimo número de turnovers, Dak foi a “cola” que juntou o ataque dos Cowboys, tornando-o um dos mais temidos da NFL.
É importante não esquecer da defesa, que era considerada o ponto fraco da equipe, mas que se mostrou uma unidade coesa. A linha defensiva, particularmente, foi muito Bem, apesar de importantes desfalques relacionados a suspensões e/ou contusões.
A estreia de Dak
Neste domingo, o Dallas Cowboys inicia sua participação nos playoffs, recebendo o Green Bay Packers. Será a estreia de Dak Prescott em pós-temporada (assim como de Ezekiel Elliott). O que podemos esperar do jogo e da atuação do quarterback?
Cowboys e Packers já se enfrentaram durante a temporada regular. Dallas foi a Green Bay e ganhou sem grandes dificuldades, por 30 a 16. Até aquele momento da temporada, os Packers tinham a melhor defesa contra o jogo terrestre, mas a linha ofensiva dos Cowboys e Elliott dominaram a partida, não dando chance aos adversários daquele (e desse) domingo. Dak Prescott não teve uma de suas melhores atuações naquele dia, cometendo seus primeiros turnovers da temporada. Ainda assim foi, sem dúvida, o melhor quarterback em campo naquele dia. Talvez na partida deste domingo essa não seja uma missão tão fácil.
Se no primeiro jogo entre as duas equipes Aaron Rodgers e o ataque dos Packers não estavam exatamente em um bom momento, o mesmo não pode ser dito sobre hoje. Nas sete vitórias seguidas dos Packers, Aaron Rodgers tem atuado em um nível elevadíssimo, não tendo lançado uma interceptação sequer durante esta sequência. É difícil imaginar que a defesa dos Cowboys possa frear totalmente o ímpeto ofensivo dos Packers.
Aumenta a responsabilidade, então, do ataque de Dallas. Não há dúvida que os Cowboys vão conseguir correr bem com a bola. Ezekiel Elliott e a linha ofensiva ganharão suas jardas. Todos sabem disso, inclusive os Packers. Talvez, exatamente por isso, vejamos no jogo de domingo uma tentativa, por parte da defesa dos Packers, de paralisar o jogo aéreo dos Cowboys, tornando a equipe unidimensional. Neste ponto a performance de Dak Prescott será decisiva. Será que o novato sentirá a pressão?
Pelo que temos visto de Prescott até agora, é difícil imaginar que isso vá acontecer. A maturidade do quarterback impressiona e, ao menos à primeira vista, não parece fácil “mexer” com sua cabeça. O jogo não vai ser fácil para Dallas, mas a aposta aqui é que, numa eventual derrota dos Cowboys, a culpa não deverá cair nos ombros de Dak Prescott.









