New England Patriots x Pittsburgh Steelers
Quando: Domingo (22), às 21:40
Onde: Gillette Stadium – Foxborough, Massachusetts
Transmissão: ESPN, WatchESPN e Esporte Interativo
O último encontro
Patriots e Steelers já se encontraram na temporada 2016, mais precisamente na semana 7. Jogando no Heinz Field, New England não teve muitas dificuldades para bater os donos da casa por 27 a 16. Tom Brady foi bastante eficiente (19/26 passes completos, 222 jardas e dois touchdowns), mas quem brilhou mesmo na partida foi LeGarrette Blount. O running back somou 24 carregadas para 127 jardas e dois touchdowns.
O grande asterisco desse confronto foi a ausência de Ben Roethlisberger. Sem seu quarterback titular, fora de combate por conta de uma lesão no joelho, Pittsburgh sofreu para finalizar as campanhas. Embora até conseguisse ganhar território, a equipe travava ao chegar no campo de ataque e precisava se contentar em chutar field goals – foram cinco tentativas, sendo três convertidas e duas erradas. Quem sabe as coisas teriam sido diferentes com Big Ben no lugar de Landry Jones…
Como foram as temporadas
Patriots: Mesmo sem o suspenso Tom Brady nos quatro primeiros jogos do ano, New England nadou de braçadas rumo ao seu oitavo título de divisão consecutivo, não sendo ameaçado em nenhum momento. Seja com Brady, Jimmy Garoppolo ou Jacoby Brissett under center, quase ninguém foi páreo para os comandados de Bill Belichick. As únicas derrotas aconteceram contra Bills e Seahawks – a primeira, um surpreendente 16 a 0 em pleno Gillette Stadium. Entretanto, verdade seja dita, os Patriots também foram ajudados por um calendário muito favorável, o qual colocou em seu caminho vários adversários problemáticos como Jets (duas vezes), 49ers, Rams, Bengals e Browns. Em todo o caso, a franquia terminou com o seed #1 da AFC e a melhor campanha da NFL (14-2)
Steelers: Pittsburgh viveu um ano bem mais emocionante. Após um começo avassalador com quatro vitórias e uma derrota, a equipe perdeu quatro partidas seguidas, ficando com o record 4-5 e um risco enorme de não ir aos playoffs. Contudo, os Steelers operaram sua própria versão do “Run the Table” (frase famosa dita por Aaron Rodgers antes da reação dos Packers). Com sete triunfos em seus sete compromissos finais de 2016, o time venceu a AFC North e chegou à pós-temporada. E o melhor de tudo: a confirmação da vaga veio com uma vitória espetacular na semana 16 sobre os Ravens, o maior rival.
O que aconteceu nos playoffs
Patriots: Após folgar na rodada de Wild Card, New England recebeu os Texans no Divisonal Round. Houston até deu certo trabalho, com a defesa fazendo Brady ter sua pior performance do ano, porém a noite antológica de Dion Lewis resolveu tudo. O running back anotou três touchdowns: um correndo, um recebendo passe e outro retornando um kickoff, transformando-se o primeiro atleta a conseguir tal feito na pós-temporada. Do outro lado da bola, os Patriots não tiveram muitos problemas para segurar o inconsistente ataque liderado Brock Osweiler. Placar final 34 a 16.
Steelers: Pittsburgh poderia mudar seu nome momentaneamente para Le’Veon Bell F.C., afinal ele está levando o time nas costas nos playoffs. No total, o running back possui 59 carregadas, 337 jardas terrestres e dois touchdowns somando os jogos diante de Dolphins e Chiefs. Se houvesse um prêmio de MVP da pós-temporada, ele deveria ser entregue a Bell. Com a ajuda do corredor, os Steelers passearam sobre os Dolphins por 30 a 12 no Wild Card e venceram os Chiefs, fora de casa, por 18 a 16 no Divisional Round. Aliás, o triunfo sobre Kansas City foi especialmente esquisito, dado os 18 pontos terem saído graças a seis field goals convertidos por Chris Boswell.
Quando os Patriots têm a bola
Não bastasse ter um dos melhores quarterbacks da história da liga, o ataque de New England também decidiu produzir muito com seus running backs em 2016 – o que é assustador e o torna quase imparável. LeGarrette Blount correu para 1,161 jardas e 18 touchdowns na temporada regular – um novo recorde da franquia. Dion Lewis vem ganhando mais toques e produzindo cada vez melhor após se recuperar de uma grave lesão no joelho. Sem contar James White, um dos running backs mais prolíficos da liga recebendo passes (60 recepções, 551 jardas e cinco touchdowns no ano).
Ou seja, pressionar e limitar o jogo de Brady, a “fórmula mágica” para vencer os Patriots, pode acabar não tendo muito efeito, pois o time já demonstrou ser capaz de ferir de outras maneiras – nem mesmo a ausência de Rob Gronkowski está diminuindo o ritmo desse ataque. Blount perdeu alguns dias de treinamento devido à uma doença antes do Divisional Round e foi pouco acionado na partida, porém ele deve voltar à sua carga de trabalho normal diante de Pittsburgh.
Contudo, não espere uma nova doutrinação terrestre de New England como ocorreu na semana 7. Naquele jogo, os Steelers enfrentavam problemas no corpo de linebacker: Ryan Shazier, ainda sem estar 100% fisicamente, voltava de lesão e Bud Dupree estava fora de combate. No domingo, ambos estarão em campo, algo que significa um upgrade gigante para a unidade – por exemplo, basta pensarmos em como ela ajudou a anular os ataques terrestres de Miami e Kansas City nas duas últimas partidas. Se Pittsburgh mantiver esse desempenho contra o jogo corrido, Tom Brady precisará se sobressair, o que evidentemente não será problema para um quarterback com 28 touchdowns e duas interceptações durante a temporada regular.
Quando os Steelers têm a bola
Todo mundo só fala no “trio BBB”, no acúmulo de jardas monstruoso de Bell ou no gingado de Antonio Brown comemorando seus touchdowns, mas que tal darmos uma pouco mais de amor à linha ofensiva de Pittsburgh? Extremamente porosa nos últimos anos, fazendo Big Ben virar quase uma pinhata, a unidade foi a segunda que menos cedeu sacks em 2016 (21). Além disso, ela é muito competente abrindo espaços para as corridas de Bell. Sempre elogiamos a paciência e a capacidade do running back achar buracos por onde correr, porém isso só é possível porque a linha ofensiva vem fazendo um ótimo trabalho.
Envolver Bell o máximo possível no plano de jogo foi a chave do sucesso para os Steelers na temporada e será novamente no domingo. Por exemplo, se ele correr bem, os safeties de New England precisarão se aproximar da linha de scrimmage para contê-lo. Deste modo, Roethlisberger poderá explorar mais os passes em profundidade, aproveitando-se de eventuais duelos mano a mano entre seus recebedores e os cornerbacks. Sem contar o maior sucesso de play-actions e mesmo as próprias jardas conseguidas pelo running back. Ademais, diminuir a pressão nos ombros de Big Ben é importante, já que ele vem apresentando um rendimento abaixo do esperado atuando fora de casa.
Por fim, vale a pena comentar também um tempero extra para a partida de domingo. Logo depois do triunfo sobre Kansas City, Antonio Brown teve a infeliz ideia de fazer uma live stream de 17 minutos direto do vestiário de Pittsburgh. Obviamente essa história não terminou bem, com Mike Tomlin sendo flagrado ao vivo xingado os Patriots em seu discurso pós-vitória. O treinador pediu desculpas e repreendeu Brown pela sua atitude, mas o estrago estava feito e a lenha já estava na fogueira. Julian Edelman, wide receiver dos Patriots, deu uma alfinetada nos Steelers, basicamente dizendo que uma coisa dessas não aconteceria em seu time porque ele é bem dirigido. Big Ben, por sua vez, respondeu falando que os troféus de campeão do Super Bowl mostram como Pittsburgh é dirigido. Enfim, essa dose extra de hostilidade tem tudo para apimentar ainda mais um confronto que já seria bastante tenso.
Um matchup para ficarmos de olho: Le’Veon Bell vs. os linebackers de New England
Julgando que a linha ofensiva de Pittsburgh mantenha o alto nível e leve vantagem sobre a linha defensiva de New England, recairá sobre os linebackers a missão de parar Le’Veon Bell. O sucesso da unidade nesta tarefa com certeza será um fator fundamental para decidir o desfecho da partida, por exemplo evitando que o cenário citado logo acima se concretize (safeties se aproximando demais da linha de scrimmage). Não custa repetir: se Bell for contido, os Steelers perdem sua principal arma ofensiva, uma reação em cadeia acontece no ataque e a vitória torna-se muito mais complicada.
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