Não draftado, explodiu na pré-temporada, venceu o Super Bowl XLVI. Esta é a primeira parte da carreira de Victor Cruz. A segunda foi marcada por lesões e pouco tempo em campo. Agora, o wide receiver se prepara para a terceira fase – supondo que ele encontre uma nova equipe. Isto porque o New York Giants anunciou hoje o corte de Cruz, como medida para economizar na folha salarial. “Victor é uma das grandes histórias da NFL. Ele veio para cá e mereceu tudo o que conquistou. Foi incrível vê-lo crescer de free agent não-draftado até o Pro Bowl e um dos principais alvos na corrida pelo Super Bowl em 2011. Ele será sempre um dos grandes gigantes“, disse Jerry Reece, general manager dos Giants, após a notícia se tornar oficial. Reece também anunciou o corte de Rashad Jennings hoje – outra movimentação esperada, dada a falta de produção do jogo terrestre de Nova York no ano passado.
Não era como se os Giants pudessem fazer muita coisa. Já antes da temporada passada, imaginava-se que Cruz poderia ser cortado mesmo após ter concordado com relevante redução salarial em março do mesmo ano. Cruz perdeu 28 jogos seguidos entre as temporadas de 2014 e 2015 – a maior parte das lesões foi nos membros inferiores, notoriamente tendão patelar e panturrilha. Com tantos problemas de “saúde”, Victor perdeu parte de sua produtividade muito por conta das lesões tirarem sua principal virtude: a velocidade. Em 2016, ele conseguiu ficar minimamente saudável – embora ainda assim tivesse problemas com lesões ao longo do ano. Foram 39 recepções para 586 jardas e um touchdown.
Cortar Cruz dói no coração do torcedor, obviamente. O recebedor teve 142 jardas recebidas na final de Conferência em 2011 e 10 recepções no Super Bowl XLVI. Não é nenhum absurdo dizer que sua contribuição foi definitiva para que os Giants pudessem derrubar os Patriots naquele ano – até porque a maior fraqueza patriota era justamente a secundária. Esses tempos, de toda forma, estão bem longe da realidade de 2017. A realidade na NFL é cruel na era do teto salarial. Há uma quantidade determinada e praticamente imutável de dinheiro que os times podem gastar. Quando um jogador recebe uma quantia contratual que não “bate” com sua produção dentro de campo, o corte acaba sendo iminente.
Foi o caso. Ao cortar o outrora principal alvo de Eli Manning, os Giants economizam praticamente 10 milhões de dólares – e aí podem usar esse dinheiro em outras renovações importantes, como a com Jason Pierre-Paul. Em 2017, Cruz contaria em 7,4 milhões na folha. Os Giants não podem se dar ao luxo de mantê-lo após seguidas lesões e com um já respeitável corpo de recebedores que podem fazer muito bem o trabalho sem ele. Odell Beckham Jr. é indiscutivelmente um dos melhores recebedores da liga. Sterling Sheppard, como flanker (recebedor que joga no lado “forte” da linha), foi grata surpresa e por estar em seu segundo ano, tem contrato infinitamente mais barato. Sim, Cruz é uma boa opção no slot por conta de sua experiência – mas caso esteja saudável e num time com maior demanda pela posição.
Não faltam equipes assim; Um exemplo é o Philadelphia Eagles, para o terror do torcedor dos Giants que tem Cruz como um de seus ídolos recentes. Resta saber onde ele encontrará refúgio após o corte nova-iorquino. “Acho que ainda tenho bom futebol americano a frente de mim. Ainda há muitos quilômetros (milhas) neste corpo. Definitivamente estarei procurando por trabalho quando o tempo chegar”, disse o recebedor hoje. Aos 30 anos, Cruz precisa ficar saudável para render. Sua batalha é uma das histórias que com certeza acompanharemos nos próximos meses.
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