Os 6 melhores pass rushers do Draft 2017

Quando você assiste às partidas do Denver Broncos, você vê aquele camisa 58, um tal de Von Miller, fazendo offensive tackles de dois metros de altura perder o equilíbrio, é inevitável pensar “nossa, queria esse cara no meu time”. O mesmo pode ser dito sobre Khalil Mack, Cameron Jordan, Brandon Graham e diversos outros pass rushers que fazem da vida dos quarterbacks um verdadeiro inferno.

No Draft de 2017, vemos uma classe que todos descrevem como defensiva – e ela, de fato, o é. Seja na secundária ou no front seven, é a hora dos times se reforçarem com talentos promissores do lado defensivo antes de apostarem em um novo quarterback. Eu, particularmente, prefiro selecionar Nathan Peterman, de Pittsburgh, na terceira rodada antes de jogar minha escolha de primeira rodada na roleta Watson-Trubisky-Kizer-Mahomes. Mas como isso não é assunto para agora, vamos nos limitar aos rushers.

Em primeiro lugar, é uma classe com edge rushers para todos os gostos. Então se por ventura você não vir seus prospectos favoritos aqui, não é uma rejeição; está mais para a dificuldade em elencar alguns para falar neste texto.

Antes de avançarmos, uma segunda observação: o texto não inclui defensive tackles. Então por mais eficiente que Jonathan Allen, defensive tackle de Alabama, seja em criar pressões, estamos buscando os nomes que jogam no edge, isto é, como defensive end num esquema 4-3 ou um outside linebacker no 3-4. Falaremos desses encaixes em cada um dos casos.

Quem está na procura?

Pois bem, quem está à procura de pass rushersedge defenders está bem servido neste Draft. A primeira equipe que vem à cabeça é o New Orleans Saints, que há anos carece de uma defesa média – não precisa sequer ser boa. Cameron Jordan precisa de ajuda do outro lado da linha defensiva, e é muito provável que a escolha de primeira rodada acabe em um dos prospectos aqui embaixo (se tivesse que apostar, diria Derek Barnett). Ainda na NFC South, o Carolina Panthers também precisa de um rusher para complementar um front seven que é brilhante nos linebackers mas que ficou devendo na linha defensiva. A saída de Kony Ealy, como colocou muito bem Jean Souza em outra oportunidade, só pode indicar que o front office de Carolina está bastante confiante nos rushers de 2017.

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Saindo da NFC South mas dentro ainda da conferência, o Green Bay Packers poderia também trazer ajuda para Nick Perry. Clay Matthews não é mais o jogador nota 10 que costumava ser, e se a secundária não vai ser brilhante, que compense na pressão reduzindo o tempo do signal caller adversário. O Pittsburgh Steelers pode renovar seu elenco de rushers, assim como o Indianapolis Colts pode aproveitar a profunda classe para reforçar vários pontos da sua (fraquíssima) defesa. Essas são só algumas das equipes que precisam bastante de sangue novo nas suas trincheiras, e estão em um ótimo ano para precisar. Sem mais demora, aos rushers!

Myles Garrett,  Texas A&M

Ao meu ver, o indiscutível número um entre os rushers e prospectos em geral. Myles Garrett vem não só de uma carreira estelar no college football, mas também não deixou pedra sobre pedra no combine e, honestamente, qualquer escolha que seja a primeira geral que não ele vai me surpreender. Bom, vamos lá: Myles Garrett tem a técnica e a força para bater os bloqueios. Soa óbvio, mas não é tanto.

Durante uma partida, um duelo entre determinado rusheroffensive tackle se repete inúmeras vezes. Se o rusher consegue executar muito bem uma técnica, mas apenas uma, não vai demorar para um (competente) tackle diagnosticar essa tendência e neutralizá-lo. Pois bem, Garrett consegue não só imprimir uma força descomunal no momento do snap, mas ele tem a técnica para bater bloqueadores por dentro, por fora e pela força bruta do bull rush.

Essa combinação de técnica, velocidade no primeiro passo, força, capacidade de mudar de direção num piscar de olhos fazem de Myles Garrett o melhor prospecto do Draft 2017. Se há algo para apontar de falhas no seu jogo é que seu impacto impedindo o jogo terrestre não é tão grande, mas é um quesito que pode ser melhorado nos seus anos de NFL. Garrett traz consigo uma alta produção no college, primazia atlética e excelência técnica.  Ele pode se encaixar bem tanto como um defensive end como outside linebacker em um sistema 3-4, embora eu o enxergue mais como um rusher dominante no 4-3.

Myles Garrett (Texas A&M) é praticamente o líder consensual dos boards antes do Draft

Derek Barnett, Tennessee

Preciso confessar minha parcialidade: eu adoro o Derek Barnett. O jogador de Tennessee é um misto de técnica e força que encaixam em qualquer esquema. É eficiente contra o jogo terrestre, no pass rush; é eficiente nos tackles, derrubando geralmente no primeiro contato, consegue bater tight ends, consegue pressionar por fora dos bloqueios com muita eficiência.

Embora não tenha um bull rush eficiente ou first step de causar inveja, Barnett é o tipo de encaixe que pode funcionar muito bem em um sistema 4-3, podendo jogar em pé de outside linebacker no 3-4 se necessário for.

Solomon Thomas, Stanford

Subindo nos boards e nos corações de fãs e analistas, Solomon Thomas é um defensive end por excelência. Destaque na contenção do jogo terrestre, o produto de Stanford é muito forte e consegue lidar muito bem com bloqueios. O seu desenvolvimento nos anos de college passou de um eficiente defensor contra o jogo terrestre para um pass rusher mais e mais eficiente. Em 2016, sua produção na pressão praticamente dobrou em relação ao ano anterior.

Thomas demonstrou velocidade aliada à força, capacidade de lidar com todos os tipos de bloqueios que a linha ofensiva pode tentar. Via de regra, eu tento evitar usar o termo “talento”, pois há muito esforço, trabalho físico e estudo para se tornar um bom jogador – mas no caso de Thomas, parece que ele tem o instinto para juntar todas as etapas de ser um defensor com facilidade.

Embora seja pesado e forte, ele não possui o peso de um defensive tackle, embora possa ser utilizado na parte interior da linha em formações com nickle – e considerando a tendência de sets com três wide receivers na NFL, essa versatilidade é pra lá de bem vinda.

Takkarist McKinley, UCLA

Explosão poderia ser o nome do meio de Takkarist McKinley, prospecto vindo da UCLA. Há poucos prospectos neste Draft que possuem o “tiro” (primeiro passo) de McKinley. Alie essa qualidade ao bom uso de mãos nos bloqueadores e versatilidade no seu posicionamento – sendo eficiente tanto no lado direito quanto esquerdo da formação – e temos um baita rusher em potencial, e um bom encaixe como outside linebacker em sistemas 3-4.

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Embora alguns analistas digam que ele pode ser um defensive end, acredito que ainda falte um pouco de força para lidar com os tackles no nível profissional como um típico end de 4-3; o seu trabalho de pernas não imprime tanta força quanto seria desejável. Os dotes atléticos de McKinley – que conta ainda com braços longos e, dessa forma, uma envergadura para lá de bem vinda para acertar quarterbacks e running backs – são impressionantes, mas ele precisa ainda de mais tempo na NFL para refinar alguns aspectos técnicos – meu caro Jean Souza já apontou nessa direção há uns dias.

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Taco Charlton, Michigan

Outro pass rusher que é considerado de “segunda prateleira”. Antes de mais nada, vou mais uma vez aproveitar o (ótimo) texto do Jean para disparar a análise e seguir dali:

“Com a construção corporal dele, é um protótipo perfeito para jogar em um 4-3 como right defensive end. Charlton não é um cara que vai ter uma envergadura incrível, muito menos o melhor primeiro passo da liga, conquanto é muito capaz no combate ao jogo terrestre e extremamente técnico no pass rush.”

Na mesma toada, Charlton oferece força e tamanho para ser um prototípico 4-3 – e embora seja também atlético para jogar no 3-4, não acredito que seja o melhor encaixe. Seu primeiro passo é mais lento do que seria o ideal, mas ele compensa com brilho técnico no seu uso das mãos. Outro problema que pode ser visto nos jogos de Charlton é que por vezes ele vai com muita sede ao pote – avança mais do que deveria, é demolido pelos bloqueios e perde seu poder de impedir o jogo terrestre.

O que coloca Taco Charlton mais abaixo nos mocks e na percepção geral é justamente não ser um fenômeno atlético como McKinley e Garrett – embora seu tamanho e técnica já o coloquem como um baita prospecto na posição.

Carl Lawson, Auburn

Se você procura um pass rusher que pressiona por dentro, por fora, no bull rush ou fazendo aquele spin à la Dwight Freeney, Carl Lawson é o cara. Com um arsenal de técnicas para bater os bloqueios ofensivos,  o produto de Auburn é uma constante pressão para o time adversário. Para ilustrar, ele teve uma média de um sackhit ou hurry uma vez a cada 5.4 pass rushes em 2016. Ou seja, a cada seis jogadas, o seu quarterback ficava desconfortável em uma delas.

Um defensive end com uma indiscutível pode disruptivo nas jogadas de passe, o que falta em Carl Lawson é uma eficiência em parar também o jogo terrestre. Ele teve bons momentos parando os avanços terrestres em 2016, mas muito espaçados e esporádicos; tem ainda dificuldades em bater os bloqueios no jogo terrestre. Outro fator que pode pesar contra Lawson é ter perdido uma temporada e meia dos seus anos universitários. A amostra é curta porém excelente, mas há um receio de que ele talvez não seja tão consistente – há o medo dele ter sido um one hit wonder, com um 2016 brilhante que não se traduzirá no futuro.

Colocados de lado o medo da falta de consistência e a (ainda) dificuldade em ser eficiente contra o jogo terrestre, Carl Lawson é um dos pass rushers propriamente ditos mais fortes dessa classe. É sua capacidade de fazer os tackles parecem perdidos ou estúpidos que farão os times selecionarem esse jogador.

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