5 lições é uma coluna semanal de Deivis Chiodini, abordando pontos importantes que a rodada da NFL nos trouxe. Está no ar sempre nas segundas-feiras pela manhã, trazendo opinião rápida e de forma clara.
1- Tom Brady não vira mais jogos com o nome
Por anos, nenhum time ficou confortável ao abrir vantagem contra o New England Patriots. O motivo: a incrível capacidade de Tom Brady de virar jogos, de voltar para partidas que pareciam perdidas. Isso tudo criou o mito “Tom Brady Pistola”, aquele que tomava conta do camisa 12 em momentos complicados e parecia se alimentar de raiva, de ódio. É como se ele passasse pela mutação do fiel amigo de He-Man: do manso Pacato se tornava o viril Gato Guerreiro.
Isso não existe mais. Na primeira metade da temporada, Brady empolgou e dava impressão de o vermos ainda em grande forma. Tudo isso se foi: contra o Kansas City Chiefs, vimos um jogador que, perdendo, não mostrou forças para ameaçar em nenhum momento como fazia. O placar apertado não mostra o que foi o jogo, que nunca esteve aberto. O mesmo que vimos contra o New Orleans Saints, o mesmo que vimos no final dos jogos contra o Los Angeles Rams e Chicago Bears. Acreditar que Tom Brady irá virar jogos hoje apenas por ser quem é não passa de uma superstição hoje em dia.
2- Existe uma nova linha de definição do quarterback médio: a linha de Mayfield
Discutíamos durante a semana no grupo da redação que nome poderia substituir Andy Dalton na famosa linha que indicava que um quarterback estava no meio da tabela da NFL. Para você entender melhor: se o jogador estava abaixo de Dalton, ele deveria ser substituído. Como Dalton hoje é reserva, o nome de Baker Mayfield foi ventilado como possível substituto.
O jogo desse domingo contra o Jacksonville Jaguars veio para confirmar que ele é digno da designação: inconsistência e erros em jogadas fáceis seguidos de bons lances. Mayfield errou um passe de 6 jardas com o seu recebedor totalmente livre e sem estar pressionado, que seria um touchdown. Essa jogada é emblemática e confirma seu status de mediano.
3- DeForest Buckner é peça vital na defesa dos Colts
Longe de mim querer tirar os méritos do Tennessee Titans na brilhante vitória sobre o Indianapolis Colts, mas seria chover no molhado falar aqui sobre como quando o combo play-action + Derrick Henry funciona bem, o time tem sucesso. O que não é normal é uma performance tão apagada da defesa dos Colts, uma das melhores da liga em 2020. Alguns desfalques pesaram, como Denico Autry e Bobby Okereke, mas nenhum foi mais sentido que DeForest Buckner.
Era evidente no primeiro tempo como o miolo da linha ofensiva dos Titans estava confortável. Por pelo menos três vezes me lembro de ter feito a seguinte observação assistindo à partida: “nossa, o guard chegou limpo no segundo nível”. Não existia necessidade de se fazer dobras na linha defensiva, algo que é frequente quando Buckner está em campo por conta de sua explosão. Sem seu pilar na linha defensiva, a unidade veio abaixo.
4- Uma decisão correta pode fazer os Falcons terem um 2021 bem feliz
Algo que está passando bem abaixo do radar é a melhor do Atlanta Falcons desde que demitiu o treinador Dan Quinn na semana 5. De lá para cá são quatro vitórias e duas derrotas com melhora nos dois lados da bola. A defesa ainda oscila, porém, consegue performances como a de ontem, cedendo apenas 6 pontos aos Las Vegas Raiders. O ataque tem talento suficiente para ser produtivo nas mãos de Matt Ryan.
Basta escolher o treinador certo. Alguém que saiba corrigir as fraquezas do elenco, como seus problemas na posição de EDGE e cornerback, além de colocar seus melhores jogadores em posições favoráveis. Afinal, nem todo time pode se gabar de ter em seu plantel nomes como Julio Jones, Grady Jarrett, Deion Jones, Calvin Ridley e Matt Ryan. Um palpite? Eric Bienemy, atual coordenador ofensivo do Kansas City Chiefs, é o cara para isso.
5- Taysom Hill não passou no teste para quarterback na NFL
Semana passada, citamos no podcast que a empolgação com Taysom Hill após a vitória contra o Atlanta Falcons deveria ser contida. A falta de tapes o tornara um elemento surpresa, mas que contra o Denver Broncos ele já teria sido mapeado e as dificuldades viriam. Enfrentando uma equipe que teve que jogar com um wide receiver improvisado na posição e tendo a posse da bola por 35 minutos, Hill teve péssimos números: 9 passes completos em 16 tentados, 78 jardas e uma interceptação. Não, Hill é uma boa arma para criar variação, mas não é um quarterback para NFL.







