A NFC North tem um favorito pós-lesão de Aaron Rodgers?

Desde que ganhou a posição nos Packers em 2008, Aaron Rodgers perdeu apenas nove partidas por conta de lesão – uma em 2010, outra em 2011 e sete em 2013, quando quebrou a clavícula do ombro esquerdo. Sem seu titular, a franquia soma um record de 3-5-1. E o mais interessante: estas três vitórias foram conseguidas por Matt Flynn.

Flynn, aliás, é o único quarterback titular não chamado Aaron Rodgers ou Brett Favre a vencer um jogo por Green Bay desde a semana 4 de 1992. A bem da verdade, a lista de starters no período inclui só outros dois nomes: Scott Tolzien (um empate e uma derrota) e Seneca Wallace (uma derrota), mas ainda assim é uma informação que chama a atenção.

Resumindo, a contusão de Rodgers torna as chances de sucesso dos Packers muito mais escassas. Caso você tenha perdido o noticiário dos últimos dias, o signal caller quebrou a clavícula do ombro direito contra os Vikings, passou por cirurgia e provavelmente não atuará mais na temporada. Antes apontada como favorita ao título de divisão e à uma ida ao Super Bowl, a franquia agora é um enorme ponto de interrogação com o inexperiente Brett Hundley under center.

A pergunta a ser feita agora é: se Green Bay vive um momento de baixa, quem está na frente na corrida pelo título da NFC North? Ou então, existe alguém realmente em vantagem? Em nossa opinião, a resposta é positiva para a segunda questão.

Vikings e Lions estão com a faca e o queijo na mão para conquistar a divisão

Minnesota e Detroit já eram dois bons times com ambição de playoff. Agora, depois de testemunharem seu principal rival perder o melhor jogador por lesão, ambos estão em uma posição privilegiada, pulando na frente como os candidatos mais sérios ao título da NFC North.

Os Vikings levam uma pequena vantagem na disputa, pois, além de atualmente liderarem com o record 4-2, possuem um conjunto melhor. O segredo do sucesso da equipe é sua defesa. Enquanto ela estiver rendendo, as coisas darão certo. Sam Bradford, Dalvin Cook e Stefon Diggs fazem falta no ataque, mas tudo bem porque a defesa consegue segurar as pontas a manter a franquia viva na temporada. A unidade é a quinta melhor em média de pontos cedidos (17,2) e a terceira mais produtiva contra o jogo corrido (78,7 jardas terrestres permitidas por partida). Assim, se Case Keenum não estragar tudo (o que ele não vem fazendo), Minnesota consegue bater de frente com quem quer que seja.

Os Lions, por sua vez, têm o privilégio de contar com o melhor quarterback da divisão e isso não é pouca coisa, porém hoje Stafford não está 100% fisicamente. Ainda assim, ele consegue fazer o ataque funcionar, mesmo sem quase receber ajuda do jogo terrestre. A defesa é competente – por exemplo, você sabia que ela é a segunda que mais forçou turnovers até agora (14)?[note]http://www.espn.com/nfl/statistics/team/_/stat/givetake/sort/takeTotal Acesso em: 20/10/2017[/note] -, embora não seja tão sólida quanto a dos Vikings.

Pensando no calendário, veremos que a balança pende um pouco para o lado de Detroit. A equipe tem 100% de aproveitamento nos confrontos divisionais (um jogo e uma vitória sobre Minnesota) e, ademais, fará cinco duelos em casa até o final da temporada. Já os Vikings estão 2-1 dentro da divisão, atuarão quatro vezes em seus domínios e ainda precisarão viajar até Londres para enfrentar Cleveland. Todavia, se olharmos para a força dos oponentes restantes, perceberemos que o nível de dificuldade é praticamente o mesmo para as duas equipes, algo que deixa as coisas niveladas.

Enfim, a possível competição entre Detroit e Minnesota pela supremacia da NFC North tende a ser acirrada e decidida nos detalhes. É difícil apontar com certeza um favorito na disputa entre melhor conjunto vs. melhor quarterback, mas vamos ficar com os Vikings nessa, até porque em nossa opinião tudo o que tinha para acontecer de ruim com a franquia já aconteceu (como as lesões de Bradford e Cook), a menos que Keenum também se machuque e eles precisem escalar um cone na posição de quarterback.

E como ficam Bears e Packers nessa história?

Quando Rodgers quebrou a clavícula em 2013, Chicago assumiu o protagonismo e quase foi aos playoffs, decidindo o título de divisão contra os Packers na última semana da temporada regular. Hoje, contudo, as probabilidades disso se repetir são remotas. Os Bears simplesmente ainda não estão prontos para competir. 2017 é o ano de aprendizado e das dores de crescimento para Mitchell Trubisky. O time não tem bala na agulha para brigar com Vikings, Lions e talvez até mesmo Packers no momento.

Já Green Bay, como dissemos antes, é uma grande incógnita. Não podemos tirar os cabeças de queijo automaticamente da briga, afinal eles somam quatro vitórias e possuem uma equipe talentosa, mas também não podemos ignorar o fato de que Rodgers é o melhor quarterback da atualidade e não estará mais under center. A questão é que a genialidade de Rodgers ajudava a mascarar os defeitos do time, como a linha ofensiva porosa ou a defesa no máximo regular.

Em todo o caso, precisamos de uns dois ou três jogos antes de tirar uma conclusão definitiva sobre Brett Hundley. Fizemos um texto falando especificamente sobre o jovem signal caller e o que esperar do ataque dos Packers com ele no comando, porém tudo não passará de especulações até o vermos em campo.

Por ora, Green Bay está em uma espécie de limbo, até por isso colocamos Lions e Vikings na frente na disputa pelo título de divisão. Embora no final tenha dado certo em 2013, o retrospecto e principalmente o desempenho do time sem Aaron Rodgers não é dos mais animadores. Não é impossível, mas Mike McCarthy e o restante da comissão técnica terão que se desdobrar para manter vivas as ambições da franquia em 2017.

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