A REGRESSÃO DE MATT NAGY E MAIS 4 COISAS QUE APRENDEMOS COM A SEMANA 16

Matt Nagy decepcionando em 2019, Michael Thomas provando que é especial e mais coisas que aprendemos nesta última semana

Praticamente tudo pronto para os playoffs da NFL! Após a semana 16, apenas duas vagas estão em aberto. Sendo honesto, para mim apenas a disputa pelo wild card da AFC está indefinida, afinal, eu não vejo o Dallas Cowboys revertendo a vantagem do Philadelphia Eagles na disputa pela NFC East. Dado um panorama de tudo que se definiu com os jogos deste final de semana, vamos às 5 lições que tiramos da rodada da NFL!

Matt Nagy é a maior decepção de 2019

Levar o Chicago Bears aos playoffs mesmo tendo o então segundo anista Mitchell Trubisky como seu quarterback e só perder para o campeão anterior da temporada anterior por conta de um field goal curto errado por seu kicker deram a Matt Nagy um status de grande treinador. Com uma defesa dominante e muita criatividade ofensiva, o head coach chegou a 2019 cercado de boas expectativas. O problema é que elas são as mães das decepções.

Nagy viu seu coordenador defensivo Vic Fangio ir embora e sua defesa, de excepcional, passou a ser ‘apenas’ boa. O ataque, anteriormente criativo, se tornou um amontoado de jogadas repetidas com pouca eficiência. Sua insistência com Trubisky, quando até mesmo um boneco de neve teria tido performances melhores, ajudou a enterrar seu ano. A derrota para o Kansas City Chiefs por 26 a 3 representa bem o ano do treinador: apático, sem cor e sem rumo. Em 2020 ele precisa recolocar o time nos trilhos ou será apenas mais um foguete molhado na NFL.

Os Texans vão aos playoffs, mas precisam melhorar muito

Abrindo os trabalhos no sábado, o Houston Texans conquistou a AFC South após bater o Tampa Bay Buccaneers fora de casa por 23 a 20. Sensação de bom trabalho, dever cumprido, motivo de muita festa no vestiário, certo? Nem tanto. Um gosto amargo passa pelo torcedor e deve estar passando pelos jogadores e comissão técnica também: a oscilação deste time é gigante e não possível confiar nele nos playoffs, mesmo com o mando de campo.

Foram cinco turnovers dos Buccaneers no jogo, quatro deles no primeiro tempo. Era para ter sido um jogo fácil para os Texans, mas o ataque não engrena. As chamadas são óbvias no jogo corrido, a linha ofensiva faz com que Deshaun Watson tenha que se mexer mais que rainha de bateria e a defesa não é lá uma Brastemp. Nesse ritmo, o jogo dos playoffs parece que será novamente apenas um jogo extra em janeiro para os Texans.

Às vezes, 52 é que realmente é uma boa ideia

Os mais antigos como eu vão se lembrar da famosa frase que servia como slogan da cachaça 51: “51, uma boa ideia”. Se eternizou como símbolo publicitário brasileiro e foi adotada por parte dos torcedores de futebol para contestarem o Mundial do Palmeiras de 1951, com o seguinte mote: “51 é cachaça e não mundial”. Pois no sábado, Bill Belichick e Josh McDaniels provaram quem 52 também pode ser uma bela ideia.

Me refiro a adaptação do linebacker Elandon Roberts, camisa 52, como fullback. O jogo corrido vinha sentindo a falta do titular na posição James Develin, que está lesionado. O ataque terrestre andava capenga e Tom Brady não vinha resolvendo. Roberts esteve presente em 70% dos snaps em que o time correu e o New England Patriots teve sucesso contra uma das melhores defesas da liga, a do Buffalo Bills. Brady teve a pressão ao seu redor diminuída e os Patriots tiveram seu melhor jogo ofensivamente em bastante tempo. Fazer o comum qualquer um faz; pensar e ousar desse jeito, apenas gênios como Belichick.

Odell Beckham Jr. continua sendo uma diva

Eu tinha certa esperança que Odell Beckham Jr. mudasse com sua ida para o Cleveland Browns, afinal, o tempo vai passando e a maturidade chegando. Novos ares, novos companheiros, tudo isso ajuda. No domingo, tive a certeza que ele segue a mesma diva dos tempos de New York Giants. Primeiro, seu time está perdendo e sendo eliminado pelo Baltimore Ravens. Beckham marca um belo touchdown e vai…zoar Lamar Jackson? Sério, o MVP da temporada e que está vencendo seu time? Faz algum sentido?

Fora isso, logo após uma tentativa de dois pontos que não deu certo, Beckham chega na sideline jogando capacete e vai bater boca com o head coach Freddie Kitchens. Entendam, Kitchens é uma besta e a decisão de ir para conversão de dois pontos é imbecil ao extremo, mas isso não dá direito ao show do wide receiver. Para isso existem vestiário, reuniões do time e general manager – Odell com certeza tem acesso a John Dorsey. Chilique na beira do campo é coisa de criança mimada. Cresça Odell Beckham Jr., por favor.

Michael Thomas está se tornando especial

Chega a soar assustador a forma como Michael Thomas tem se tornado dominante. O wide receiver do New Orleans Saints se tornou o jogador com mais recepções em uma única temporada, com 145, superando as 143 de Marvin Harrison em 2002 pelo Indianapolis Colts. Sua taxa de drops está abaixo de 3%, um número baixíssimo para quem já foi alvo 176 vezes no ano. Estando apenas em sua quarta temporada, Thomas começa a traçar seu caminho para estar entre os imortais da posição.

Fazendo um cálculo com pequenos desvios para cima e para baixo e projetando uma carreira de 12 anos, Thomas tem números que podem lhe levar ao top 5 da história em números de recepções e jardas recebidas. Claro, isso é matemática pura e sabemos que a carreira de um atleta não pode ser prevista de forma tão linear. Mas quantos jogadores ao final de seu quarto ano na NFL merecem ser alvo de um estudo desses? Raros. Michael Thomas é especial.

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