A segunda onda da free agency está a menos de um mês

Equipes estão usando melhor as escolhas compensatórias

Dias antes da temporada de 2019 da NFL ter seu ‘início’ oficial – e, consequentemente, os contratos da free agency poderem ser assinados e se tornarem oficiais -, publicamos aqui no Pro Football um guia completo da mesma. Na prática, eram análises dos 50 melhores jogadores que atingiriam o mercado, com possíveis opções, prós e contras relativos a suas contratações etc.

Pois bem, já se passou pouco mais de um mês desde que a assinatura destes contratos pôde ser feita oficial e, da lista original, sete dos 50 jogadores ainda não assinaram contrato com nenhuma equipe – mais do que isso, pouco se vê notícia destes sendo procurados por alguma equipe. Dada a qualidade que eles possuem, eles certamente já deveriam estar em algum elenco da NFL. O que poderia explicar, então, o fato de que eles ainda estão disponíveis?

A resposta é simples: escolhas compensatórias.

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Para começar, vamos listar quem são os sete remanescentes da nossa lista de melhores free agents:

  • Ziggy Ansah, EDGE, Detroit Lions
  • Ndamukong Suh, iDL, Los Angeles Rams
  • Jamie Collins, OLB, Cleveland Browns
  • Tre Boston, S, Arizona Cardinals
  • Morris Claiborne, CB, New York Jets
  • Jay Ajayi, RB, Philadelphia Eagles
  • Timmy Jernigan, DT, Philadelphia Eagles

Está claro que todos os sete possuem qualidade para estar na liga. Alguns casos possuem explicações que justifiquem o desinteresse dos times com suas assinaturas – Ajayi e Jernigan, por exemplo, tiveram lesões graves em 2018 -, mas se falarmos especificamente de talento, não há o que discutir sobre o lugar deles em algum elenco da liga. Então, vamos ao ponto central do texto: as franquias estão receosas de investir nos free agents restantes por conta da fórmula de escolhas compensatórias.

Pode não fazer tanto sentido a primeira vista, mas vamos expandir esse pensamento.

O que são as escolhas compensatórias?

Além das escolhas que cada uma das 32 franquias recebe ao longo de sete rodadas, a NFL distribui, a partir da terceira rodada, mais 32 escolhas baseadas nos jogadores que uma equipe ganhou ou perdeu ao longo do período de free agency. Cada time pode receber até quatro destas escolhas, que são dadas às equipes algumas semanas antes do Draft.

A NFL nunca divulgou oficialmente a fórmula pela qual essas escolhas são atribuídas, então tudo o que se pode fazer é especular. É claro que as equipes realizam suas projeções, assim como os fãs, mas é impossível prever com exatidão sem saber exatamente a fórmula correta.

A razão pela qual essas escolhas estão adquirindo cada vez mais valor e importância é que, desde o Draft de 2017, essas escolhas são passíveis de troca. Ou seja: as equipes não precisam dar suas escolhas originais caso queiram adquirir um outro jogador ou mesmo subir no Draft – elas podem simplesmente trocar suas escolhas compensatórias para tal. O OverTheCap.com possui uma tabela projetando as escolhas compensatórias com base nos contratos que já foram assinados desde que o ano novo da NFL se iniciou.

O prazo final: 07 de maio

É bastante provável que, após essa data, aconteça uma segunda onda – obviamente menor do que se comparada a primeira, quando a free agency se inicia oficialmente – de assinaturas de contratos por parte dos agentes livres remanescentes, principalmente alguns dos que estão listados acima.

É que, a partir do dia 07 de maio, os contratos assinados deixam de contar na fórmula de escolhas compensatórias. Ou seja: os jogadores contratados pelos times não “anularão” as perdas que a NFL usará na fórmula para calculas quais escolhas serão distribuídas no Draft de 2020. É de se imaginar, por exemplo, que alguns dos jogadores que ainda estão livres no mercado já estejam com algum acordo verbal fechado, porém, estão esperando até o dia 07 de maio para que este seja feito oficial.

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Essa é uma tendência que deve se intensificar nos próximos anos. Desde que as escolhas compensatórias se tornaram passíveis de troca, as organizações estão utilizando-as de forma mais inteligente, não apenas com relação a seleção de jogadores, mas sim como um bom ativo que pode ser negociado. Embora a fórmula exata para qual tais escolhas sejam distribuídas nunca tenha sido divulgada, sabe-se que o salário anual é o principal fator dentro da mesma. Os bons jogadores ainda disponíveis, por exemplo, assinarão contratos em valores próximos ao que fora recebido por outros de sua posição em março – há três ou quatro anos, estes teriam sido assinados no mês passado. Se seu time ainda possui uma deficiência grave no elenco e você se pergunta o porquê de não terem sanado-a com algum agente livre, talvez ele esteja apenas esperando o dia 07.

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