As aparências enganam. Apenas olhar para os números do Carolina Panthers em 2022 pode nos fazer entender que não há nada demais. Um time que finalizou o ano com campanha 7-10, em uma divisão fraca e que mudou suas principais peças para esta temporada. Parar por aí, contudo, seria de uma simplicidade tremenda.
Quando começamos a esmiuçar o que verdadeiramente ocorreu, vemos uma equipe que reverteu um início 1-5 mesmo sem possuir um quarterback confiável no elenco – e olha que tentaram com três nomes diferentes -, que não adentrou a pós-temporada por pouco após quase vencer o Tampa Bay Buccaneers e que encontrou em seus jovens uma fortaleza. Tudo isso em meio a uma conturbada troca de técnico.
Agora, mude o olhar. Mesmo com tanta turbulência, a equipe quase conseguiu um feito de sucesso e, para não ficarem mais no “quase”, mudaram o necessário para 2023. Novo treinador na área, inúmeros reforços na free agency e, o principal, um quarterback que traz esperança de novos dias. Não, Carolina não está pronto para disputar entre as cabeças na NFC. Todavia, não os dê como vencidos; a equipe vem forte este ano para superar as expectativas.
Um (verdadeiro) quarterback no pedaço
É impressionante como Carolina quase conseguiu uma classificação aos playoffs com o corpo de quarterbacks que atuava na equipe em 2022. Baker Mayfield foi um fracasso retumbante, P. J. Walker é limitadíssimo e Sam Darnold segue imaturo.
Por conta disso, a chegada de Bryce Young fará tanta diferença. Esqueça as desconfianças: o prospecto de Alabama inicia sua vida na NFL com potencial para ser titular desde o seu primeiro dia. É claro que a altura lhe dificultará na adaptação inicial, mas a capacidade natural do calouro como passador resolverá boa parte dos problemas.
Antes de qualquer partida dele, posso afirmar que Bryce é melhor que qualquer um dos nomes que estiveram under center da franquia em 2022 e isso já é um salto gigantesco. Se, com três passadores limitados, quase um milagre ocorreu, com um quarterback de verdade as expectativas são ainda maiores.
Frank Reich, novo treinador, foi um dos responsáveis pelos melhores momentos de Carson Wentz quando este chegou no Philadelphia Eagles. Claro que a experiência do técnico em Indianapolis não foi boa, mas, no seu antigo time, ele trabalhou apenas com quarterbacks veteranos (Philip Rivers, Matt Ryan) e isso é completamente diferente do que moldar um jovem passador.
Desenvolver um quarterback do zero em um time novo, com pressão menor, é o desejo de muitos técnicos da liga. Reich já demonstrou larga competência na parte ofensiva e as projeções são muito boas, ainda mais quando falamos de um prospecto como Bryce, com potencial elevado. Mesmo com claras carências no corpo de recebedores, já podemos visualizar um ataque bem decente de Carolina para a temporada baseado, simplesmente, na melhora da posição mais importante do jogo. Com isso, a vaga nos playoffs é o objetivo mínimo.





