Abaixo do Radar: Reformulação não faz dos Vikings um time para 2025

É um momento diferente em Minnesota. As lesões de Kirk Cousins e Justin Jefferson dinamitaram o 2023 da equipe e fizeram com que os Vikings dessem prosseguimento ao processo de reformulação que se iniciou desde a chegada de Kevin O’Connell no ano anterior. É nesta temporada, contudo, que a franquia dá seu passo crucial.

Os Vikings se desprenderam de Cousins e decidiram buscar um quarterback calouro para moldar seu futuro. Como a posição da equipe não era das melhores, “sobrou” J. J. McCarthy, um prospecto com gigantesco ponto de interrogação sobre sua cabeça. O atual campeão universitário por Michigan possuía opiniões polarizantes no processo pré-Draft, com alguns questionamentos sobre seu potencial de liderar uma franquia.

Com um elenco em reformulação e essa dúvida na posição mais importante do jogo, Minnesota acabou sendo jogado de escanteio quando pensamos em equipes que farão boas campanhas ao longo de 2024. Hoje, a equipe é, por muito, a considerada com menor probabilidade de vencer sua divisão, segundo as casas de aposta. Estariam os Vikings sendo subestimados?

Poderio ofensivo impressionante 

A campanha decepcionante de 2023 fez com que nos esquecêssemos do poderio ofensivo que a equipe de Minnesota pode apresentar. Estamos falando de um ataque que possui muita explosão em suas armas ofensivas e que agora possui a certeza de que contará com Justin Jefferson por muitos e muitos anos.

Jordan Addison e T. J. Hockenson caíram como uma luva no sistema de O’Connell, trazendo versatilidade e explosão para o grupo, podendo atacar todas as faixas do campo. A chegada de Aaron Jones como corredor mantém essa agressividade em alta também pelo chão, a qual já contava com uma boa segunda cabeça em Ty Chandler. Some isso ao melhor recebedor da NFL e uma linha ofensiva forte e temos um dos grupos mais completos da liga, comandado por um excelente treinador.

É claro que a peça mais importante é, justamente, a maior dúvida da equipe. Não à toa, a franquia trouxe Sam Darnold como suplente – ou até mesmo quarterback-ponte – imediato, pois sabe da possibilidade de que McCarthy necessite de um ano no banco para ser mais bem desenvolvido.

Cenário ideal para desenvolver McCarthy

O cenário mais recente pode nos fazer esquecer do passado próximo. Em 2022, quando Cousins esteve saudável, Minnesota ganhou 13 jogos na temporada, ficando em terceiro lugar na conferência e conquistando a NFC North. O’Connell – conjuntamente ao seu coordenador ofensivo, Wes Phillips – vem da árvore de Sean McVay, sendo um excelente arquiteto ofensivo. Seu sistema é “simples”, mas extremamente eficiente: usa e abusa de jogo terrestre + play-action, aproveita-se de movimentação pré-snap e ama explorar as faixas intermediárias do campo.

Não existe cenário melhor para um passador novato: um grupo talentoso e um sistema ofensivo afável. Para a execução do sistema de O’Connell, McCarthy é um bom prospecto. Ele lida bem com passes rápidos, é inteligente para aprender rapidamente as fórmulas ofensivas e ainda oferece versatilidade com as pernas, a qual o treinador saberá utilizar.

Hoje, subestima-se muito Minnesota pela desconfiança acerca do potencial de seu mais novo quarterback de adentrar os gramados e assumir a bronca da titularidade. O cenário, porém, é extremamente favorável para que a franquia seja bem competitiva na NFC. É óbvio que não é um roteiro para disputar títulos, mas de um grupo que possui boa estrutura para fazer um ano excelente, competindo de igual para igual com seus adversários.

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Henrique Bulio·19 de agosto de 2025

Por mais que as prospecções não sejam das melhores, é um terreno bem mais fértil do que se pode aparentar. Os Vikings possuem uma boa fórmula para fazer bonito já em 2024. Essa não é uma equipe que pensa apenas no futuro.