Afinal, a AFC South tem favorito em 2020?

Disputa permanece aberta entre Colts, Texans e Titans; Jaguars são um dos favoritos... à primeira escolha geral em 2021

COMO FOI 2019 NA DIVISÃO: Mais uma vez, a AFC South foi competitiva como nunca, estranha como sempre. Em vias de reconstrução, o Jacksonville Jaguars foi o saco de pancadas, ainda que tenha atingido 6 vitórias. A aposentadoria inesperada de Andrew Luck baqueou o Indianapolis Colts, que não conseguiu atingir a pós-temporada com Jacoby Brissett. A disputa da divisão ficou entre Tennessee Titans e Houston Texans: este foi o vencedor, contando com a magia de Deshaun Watson, enquanto aquele contou com uma fórmula terrestre que levou o time à final da AFC.

A estrela da divisão: Deshaun Watson, QB, Houston Texans. Enquanto Watson estiver em campo, os Texans sempre possuirão chances de vencer a AFC South, por mais que algumas atitudes de Bill O’Brien tentem nos convencer do contrário. Deshaun vem evoluindo mais a cada ano e, em 2020, contará com a chegada de um novo coordenador ofensivo, na esperança de que seu potencial seja maximizado com um esquema condizente.

Por que ficar de olho na AFC South em 2020? Por mais que os Jaguars continuem em reconstrução, a divisão se manterá aberta entre as três outras franquias. Sem um favorito claro, a competitividade será o marco da AFC South mais uma vez, ao redor de três bons ataques com características distintas.

Nosso podcast da divisão: ProClub: Prévias 2020, AFC South

Houston Texans

Ponto forte: Deshaun Watson. Entrando em seu quarto ano na liga, o quarterback está prestes a receber um novo contrato e provou seu valor mesmo diante de inúmeras adversidades. Com capacidade de manter Houston vivo em todas as situações, Watson é a esperança de que o ataque permaneça explosivo mesmo com a saída de DeAndre Hopkins. A promoção de Tim Kelly para coordenador ofensivo deve auxiliar nessa empreitada, pois ele demonstra sinais de que operará o sistema como Deshaun precisa.

Ponto fraco: Por incrível que pareça, o ponto fraco de Houston não reside em sua secundária, a qual pode se provar melhor do que no papel ao início da temporada regular. O real problema do time é a falta de estrelas com exceção de Watson e de J. J. Watt. Se ambos não puxam a responsabilidade, a qualidade do time decai vertiginosamente – e o último possui um histórico de lesões preocupante.

Por que pode ganhar a divisão? Se o ataque realmente for bem articulado, a velocidade do corpo de recebedores favorecerá a vida de Watson e ele pode atuar em nível de MVP. Além disso, se Watt ficar saudável, pode comandar uma defesa que possui bons nomes em todos os setores.

O que pode dar errado em 2020? Watson não consegue superar os problemas ofensivos e sente a ausência de Hopkins. Não suficiente, Watt se lesiona mais uma vez e a defesa desmorona sem seu líder, permanecendo entre as piores da liga.

Leia mais sobre os Texans em nossa prévia do time: “Hora da magia nos Texans: Este é o ano de Deshaun Watson”

Indianapolis Colts 

Ponto forte: A defesa dos Colts possui jogadores com capacidade de mudar o rumo de uma partida, amparada em um excepcional trio de linebackers formado por Darius Leonard, Anthony Walker e Bobby Okereke. Philip Rivers deve se aproveitar disso para ter maior tranquilidade no ataque, sem a responsabilidade de decidir os jogos, além de contar com a experiência prévia que teve com o treinador, Frank Reich.

Ponto fraco: A secundária da equipe possui nomes promissores como Rock Ya-Sin e T. J. Carrie, mas Xavier Rhodes é um problema gigante como titular. No ataque, ainda não sabemos qual a real condição de Rivers e de seu braço, o que pode ser um grande empecilho quando vemos que seu único alvo de confiança como recebedor é T. Y. Hilton. 

Por que pode ganhar a divisão? DeForest Buckner chega para solucionar a falta de pressão gerada pela linha defensiva e a tríade de linebackers pode cobrir as deficiências do restante da unidade. Rivers reviverá seus melhores dias com Reich, detrás de uma das melhores linhas ofensivas da liga e usufruirá da velocidade de seus recebedores e da ótima adição de Jonathan Taylor.

O que pode dar errado em 2020? A defesa piora o rendimento e a chegada de Buckner não é o suficiente para melhorar o apressamento do passe. Piorando o cenário, Rivers realmente está na decrescente da carreira e não é capaz de fazer o ataque da franquia rodar por alguns anos, colocando os Colts na busca por um novo quarterback.

Leia mais sobre os Colts em nossa prévia do time: “Com Rivers, Colts podem repetir o sucesso de Luck em 2018?”

Jacksonville Jaguars 

Ponto forte: No território de reconstrução dos Jaguars, poucas coisas se salvam. A linha ofensiva é a única unidade que possui certa solidez e o corpo de recebedores possui em D. J. Chark e Laviska Shenault alvos promissores. Na outrora melhor defesa da liga, os jovens Josh Allen e K’Lavon Chaisson, somados ao veterano Joe Schobert, destacam-se como os pilares para a montagem de uma nova unidade.

Ponto fraco: Bem, agora a lista se estende. Com exceção dos dois nomes citados acima, o grupo de recebedores não possui alguém para puxar a responsabilidade e, com a dispensa de Leonard Fournette, o jogo corrido tampouco se mostra frutífero. Junte isso aos buracos defensivos de uma unidade em reformulação e temos o cenário ideal para que Gardner Minshew volte a oscilar em 2020.

Por que pode ganhar a divisão? Porque milagres podem acontecer. A única chance de Jacksonville brigar pela AFC South será se Minshew der um salto de produção – e de consistência – gigantesco e se os jovens nomes da defesa brilharem, além de haver sorte em relação às lesões.

O que pode dar errado em 2020? Minshew não mostra evolução como passador e mina qualquer chance do ataque, que já não conta com um bom jogo terrestre. Os promissores defensores oscilam de forma normal e não conseguem levar a unidade a ser acima da média da liga, tornando os Jaguars fortes candidatos à primeira escolha geral em 2021 – e esse é o cenário provável.

Leia mais sobre os Jaguars em nossa prévia do time: “Quem é Gardner Minshew? É o que os Jaguars precisam saber”

Tennessee Titans 

Ponto forte: O crescimento de Ryan Tannehill somado às suas características como passador permitem que Derrick Henry seja avassalador e, assim, o ataque de Tennessee seja um dos mais dinâmicos da NFL. Do outro lado da bola, a franquia conta com uma dupla de safeties espetacular (Kevin Byard/Kenny Vaccaro) e com jovens nomes que impactam muito o jogo, como Adoree’ Jackson, Rashaan Evans e Harold Landry.

Ponto fraco: A defesa possui bons atletas, mas, ao mesmo tempo, sofre de profundidade no front defensivo, o que leva às oscilações ao longo da temporada – principalmente no pass rush. No ataque, a tônica é a mesma no corpo de recebedores: A. J. Brown teve ótimo ano de calouro, só que não tem grande apoio ao seu lado e isso pode complicar a vida de Tannehill.

Por que pode ganhar a divisão? A defesa possui talento para se manter acima da média da liga e a fórmula do ataque pode se repetir mais uma vez, caso Tannehill demonstre que 2019 não foi um outlier em sua carreira. A continuidade do trabalho em Tennessee agrega no entrosamento e isso é essencial em um período de training camps mais curtos.

O que pode dar errado em 2020? Os adversários se prepararão bem ao ataque dos Titans e o combo Tannehill/Henry vai pifar. A defesa sentirá muito a aposentadoria de Dean Pees e amargará atuações medíocres, evitando que a equipe vença jogos disputados.

Leia mais sobre os Titans em nossa prévia do time: “Titans podem e devem ser mais do que Derrick Henry”

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