Texans preparam terreno para novo quarterback e acertam na free agency

Ao dar carta branca para DeMeco chamar os nomes que deseja para a defesa e se preocupar em dar o melhor suporte possível para o calouro que virá pelo Draft, Houston faz free agency condizente com sua situação atual.

O torcedor do Houston Texans viveu um turbilhão de emoções nos últimos meses – os anos anteriores não foram o suficiente, parece. Depois de fazer uma temporada lastimável, entregaram a primeira escolha geral para o Chicago Bears na última… jogada ou melhor, rodada, em meio a um triunfo totalmente desnecessário. Logo depois, porém, a franquia conseguiu um acerto enorme ao contratar DeMeco Ryans como seu novo treinador.

Com a segunda escolha geral do Draft e um novo ambiente instaurado, a intertemporada seria crucial para começar a mudar o rumo das coisas em Houston. Não é segredo para ninguém que a franquia selecionará um novo quarterback no próximo recrutamento; sendo assim, a linha na free agency foi mais do que clara: melhorar o entorno do novo passador, para lhe dar o melhor ambiente possível. Foi feito com sucesso?

Ganhando identidade 

Antes de falarmos um pouco da parte ofensiva, vamos observar sobre a já presente influência de Ryans na construção deste elenco. Aliás, isso importa tanto quanto qualquer montagem de ataque, afinal, a engrenagem defensiva também precisa estar ajustada, para que uma unidade não atrapalhe o rendimento da outra.

Já de cara, DeMeco trouxe nomes condizentes com sua filosofia que vimos em San Francisco, o que é muito positivo tanto pelo rendimento anterior, quanto pelo respaldo que o técnico demonstra ter pela diretoria. O caso mais claro é o de Jimmie Ward, o qual esteve com os 49ers e foi de grande importante para seu treinador, agregando versatilidade e bom nível de jogo. Atuando ao lado de Jalen Pitre, que fez temporada de calouro muito interessante, agregará muito para que Ryans consiga aplicar variações no fundo do campo – ambos podem jogar em profundidade ou perto do box.

A chegada de Sheldon Rankins também demonstra uma característica do treinador que foi esquecida em Houston nas últimas temporadas: a capacidade de gerar pressão pelo miolo da linha defensiva. Em San Francisco – evidentemente, com nomes melhores – isso era obrigatório e DeMeco começará a introduzir essa necessidade em Houston. O ex-defensor do New York Jets é o primeiro passo nessa direção.

Cory Littleton e Chase Winovich também agregam, de forma menor, esse mesmo raciocínio. Melhorar e dar profundidade à parte defensiva por meio das seleções condizentes com DeMeco. Para dar uma reviravolta na sina de uma equipe, dar autonomia a um bom treinador faz-se necessário. Ao menos, Houston entendeu isso rapidamente.

Novo quarterback, seja feliz 

Antony Richardson, Bryce Young, C. J. Stroud. Ainda não sabemos qual letra do ABC será escolhida por Houston, mas fato é que, seja qual for o calouro, ele terá uma condição bem decente em seu início de vida na NFL.

Sabendo que a proteção é fundamental para um calouro, Caserio trouxe Shaq Mason do Tampa Bay Buccaneers por um valor irrisório e renovou com Laremy Tunsil. Embora as cifras sejam altas, ele é um dos mais consistentes offensive tackles da liga há alguns anos e teve sua melhor temporada da carreira em 2022. Fundamental para dar tranquilidade ao novo quarterback.

Partindo para as armas que o passador possuirá à sua disposição, a franquia também agiu bem. Perdeu o sólido Brandin Cooks, é verdade, mas era um jogador já com sua vida útil no fim e que pode ser reposto na próxima temporada, sem muitos problemas. As chegadas de Noah Brown e Robert Woods tornam a profundidade do grupo interessante. Particularmente, não gosto da aposta no segundo depois da péssima temporada com o Tennessee Titans, no entanto, é um contrato que permite saída fácil caso o experimento não funcione. De toda forma, um wide receiver provado para ser alvo de confiança para o calouro.

Por fim, a adição de Devin Singletary para revezar com Dameon Pierce – deixando a dinâmica do backfield sempre em bom fôlego – e a chegada de Dalton Schultz para suprir a necessidade de um tight end eficiente pelo ar são mais indícios da preocupação com o calouro. Tudo fica mais fácil quando se tem um jogo terrestre explosivo e um alvo fácil no meio do campo.

Longe de mim afirmar que isso torna a chegada de um calouro extremamente fácil. O front office da equipe, contudo, fez bom trabalho ao focalizar os pontos fracos para tornar a experiência de seu novo titular mais simples. Cuidar do jardim permite que as flores nele cresçam mais bonitas. Enfim, a franquia dá passos na direção correta.

“odds