Algo que separa Rodgers e Hundley? O passe em profundidade e a terceira descida longa

O Green Bay Packers teve um gigantesco baque no meio da temporada, quando Aaron Rodgers quebrou a clavícula direita – ou seja, de seu braço passador. Como o camisa 12 não deve voltar nesta temporada, o torcedor cheesehead teve que se contentar com Brett Hundley até agora – da mesma forma que deve acontecer até o final do ano.

Hundley não fez feio contra o Chicago Bears no último domingo – o quarterback manteve o tabu, já que os Bears não vencem os Packers em Chicago desde 2010. De toda forma, contra adversários mais competentes, a vida deve ser mais difícil.

Já há algum tempo digo que, a olho nu, duas coisas separam os quarterbacks medianos dos gênios: o passe em terceira descida longa e o passe em profundidade. O case Rodgers/Hundley é perfeito para analisar isso.

Começando pela terceira descida longa, que tal?

A terceira descida longa é um divisor de águas porque, em vez de outros momentos do jogo, a defesa sabe o que esperar: como existe a necessidade de conversão e o jogo terrestre não costuma resolver em 3rd and 6 para cima, o passe vem. Vindo, a defesa estará preparada para tanto e o defenderá melhor.

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Assim, as janelas para conectar são menores. O trabalho do quarterback em passar perfeitamente a bola, acaba tendo de ser maior. Na carreira, Hundley tem menos passes nessa situação do que Rodgers – claro. Contudo, mesmo com espaço amostral menor, podemos ver que existe certa diferença nos números e na produção. Ele tem 59% de passes completos com um touchdown e duas interceptações. Seu rating nessa descida/distância é de apenas 56,3.

Rodgers, na carreira, tem 3 touchdowns para cada interceptação lançada em 3rd +6 (36/12), 8.90 jardas por tentativa em situações assim e passer rating de 100.8. Nada menos do que brilhante.

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E os passes longos?

Uma das maiores dificuldades do quarterback em sua adptação do college para a NFL é a de conectar um passe para mais de 20 jardas. Pegando somente a temporada de 2017 – para isolarmos o espaço amostral e tentarmos comparar os dois com o elenco mais parecido o possível – vê-se que Rodgers tem maior precisão em profundidade. É um tanto quanto óbvio dizer isso, claro, você já deve ter imaginado.

Acima, em ordem, os dois pass plots. Em 2017, Hundley tem apenas dois passes completos para mais de 20 yds – com sete incompletos e uma interceptação lançada nessa situações. Na mesma situação, Rodgers tem nove passes completos para mais de 20 yds – com dois touchdowns e apenas uma interceptação lançada em jogadas assim quando consideramos apenas esta temporada. Ainda, são sete incompletos. Ou seja: ele tem mais passes completos do que errados para mais de 20 yds.

Passes para mais de 20 yds (2017):
Rodgers: 9-7, 2 TDs, 1 INT
Hundley: 2-7, 0 TD, 1 INT

A conclusão deste artigo é mais do que óbvia para quem acompanha o Green Bay Packers e Aaron Rodgers como um todo. Talvez muitos nem precisariam ler para chegar a tais conclusões. De toda forma, ele mostra – em números e além, claro – como existe uma diferença forte entre um quarterback reserva e outro que certamente estará no Hall da Fama.

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Os Packers estão longe de estarem eliminados nesta temporada – mas sem Rodgers, seu nível, de fato, cai. E justamente em duas oportunidades importantes para um ataque ser produtivo: a terceira descida longa e a big play.

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