Análise Tática: 3 formas dos Chiefs encaixarem Edwards-Helaire

Running back chega para compor um grupo de armas ofensivas que já estava dentre os melhores da liga - ainda assim, seu impacto em Kansas City promete ser alto

O Kansas City Chiefs finalizou a primeira noite do Draft de 2020 com uma surpresa, escolhendo o running back Clyde Edwards-Helaire com a última pick do dia. Aqui no Pro Football, nós assumidamente somos contra a escolha de jogadores dessa posição tão cedo – assim como não gostamos da ideia de extensões gigantes de contrato para corredores -, mas como tudo na vida, precisamos aqui de contexto.

Edwards-Helaire é o jogador que, quando perguntado no dia do Draft, o quarterback Patrick Mahomes disse que seria uma ótima adição para os Chiefs; ele não é o típico corredor norte-sul, se destacando especialmente por sua capacidade de produzir como arma no jogo aéreo. Por fim, Andy Reid conta com o melhor quarterback e o melhor ataque da NFL, então, não faz mal dar mais um alvo a Mahomes. Listamos aqui 3 maneiras que os Chiefs podem encaixar o calouro em seu ataque.

Correndo por fora dos tackles

Damien Williams foi uma boa peça complementar ao ataque de Reid, mas dentre os titulares do último ano, ele é certamente a peça mais fácil de ser trocada. Em números totais, o ataque terrestre dos Chiefs foi acima da média no ano passado, porém, uma análise mais aprofundada nos mostra que o time foi ‘apenas’ mediano quando as corridas eram por fora dos tackles.

Edwards-Helaire é um jogador com boa habilidade de fazer cortes laterais e acelerar, assim como é ágil o suficiente para quebrar tackles. Kansas City correu com a bola por fora dos tackles em 104 vezes e a chegada do calouro pode ajudar o time a melhorar a produção nesse quesito.

Recebendo passes saindo do backfield ou do slot

A qualidade de Edwards-Helaire que mais casa com o ataque do Kansas City Chiefs é a habilidade do calouro de ser uma arma também pelo jogo aéreo. Apesar de running back, chama a atenção ao reassistir alguns jogos de LSU na temporada passada que as rotas executadas pelo jogador são muito bem feitas e ele tem repertório considerável, como wheels, flats, slants etc.

Os Chiefs usam uma quantidade grande de empty formations e formações 2×2. Apesar da presença de Patrick Mahomes under center, as defesas não respeitavam muito a ameaça de Damien Williams recebendo a bola, independente de onde ele se alinhasse. Esse é um quesito onde Edwards-Helaire vai se destacar desde seus primeiros dias na equipe do Missouri: ele pode se alinhar sem maiores problemas no slot ou pode surgir como alvo saindo do backfield.

Snaps na red zone

Por fim, vale destacar que, apesar de ágil, o calouro não é dos que chamam a atenção pela capacidade de explodir numa big play com frequência. Com a capacidade de fazer cortes laterais rápidos, quebrar tackles e conquistar jardas após o primeiro contato, ele pode se tornar a principal arma dos Chiefs na red zone, especialmente em situações de linha de gol, onde ele se destacou bastante atuando por LSU.

Junto de suas 1867 jardas de scrimmage, que representaram a maior marca da SEC em 2019, Edwards-Helaire adicionou 17 touchdowns para sua conta (16 correndo, 1 recebendo); destes, 12 foram anotados dentro da red zone, com 10 dentro da linha de 10 jardas. Uma análise avançada de estatísticas nos mostra que essa região do campo é uma das poucas em que se tem mais sucesso correndo com a bola do que passando, e Andy Reid pode se aproveitar da chegada de sua nova arma.

Os Chiefs certamente estão dentre os grandes favoritos para conquistar o título da NFL neste momento. A equipe possui o melhor quarterback da NFL e praticamente todos seus titulares do último ano estão de volta. Andy Reid é um mestre em moldar sistemas ofensivos eficientes e a chegada de Edwards-Helaire torna o ataque de Kansas City ainda mais letal.

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