Costumo dizer que os gênios aparecem naquele dia em que as coisas não estão dando certo e transformam o que parece impossível em uma coisa fácil. Assim podemos falar sobre Russell Wilson. Depois de um primeiro tempo em que o Minnesota Vikings dominou o Seattle Seahawks e o quarterback foi para o intervalo com apenas 31 jardas passadas, além de um déficit de 13 pontos no placar, ele voltou com tudo. Colocou sua equipe na partida, mantendo o equilíbrio até o fim e possibilitando assim, a chance de mais uma virada.
E é justamente no fim que veio a cereja do bolo. Perdendo por cinco pontos, com menos de dois minutos e apenas um timeout, os Seahawks tinham a bola em sua posse na linha de 6 do campo de defesa, após uma tentativa de quarta descida não convertida pelos Vikings. Tal qual um general, Russell comandou suas tropas marchando e garantiu a vitória, com pouco mais de 20 segundos no relógio. Existiram momentos tensos, como duas quartas descidas convertidas, mas com o auxílio de seu fiel escudeiro D.K. Metcalf, teve sucesso. Vou explicar dois momentos cruciais desse drive decisivo.
De um enrosco para um grande ganho
Ainda no campo de defesa, na linha de 23 jardas, o primeiro buraco da campanha: após três jogadas sem sucesso, uma quarta descida para 10 jardas. Mas Wilson não só descolou a conversão, como conseguiu um grande ganho, que posicionou o time já no campo de ataque. Vale lembrar que o relógio era inimigo dos Seahawks, que não podiam se dar ao luxo de muitos avanços gradativos, sob pena de não terem tempo de chegar a end zone, única coisa que interessava neste drive.
Logo de cara, o quarterback nota que os Vikings planejam mandar homens extra na pressão. Por isso, o tight end Greg Olsen é movido de volta para a linha e fica ajudando nos bloqueios. Com o running back, eles formam uma 7-man protection, ou seja, 7 homens na proteção. Isso é fundamental para que as rotas possam se desenvolver, afinal um ganho curto não serviria de nada.
