Assim como Mano Brown, aqui estou eu mais um dia falando da grande bagunça chamada Las Vegas Raiders. Antes da temporada começar, escrevi sobre uma possível fagulha de esperança que 2024 podia trazer à franquia. Afinal de contas, pior do que foi a curta e terrível era Josh McDaniels, não podia ser, certo? Errado.
Passou-se metade da temporada regular e o cenário é de terra arrasada no deserto: 2-7 de campanha, Davante Adams trocado, Luke Getsy e companhia do lado ofensivo da comissão técnica demitidos, Antonio Pierce fazendo cosplay de Michael Scott e o time sendo, no geral, uma versão adaptada do The Office para o futebol americano. Os Raiders já viraram camiseta de saudades neste ano, provando também que o poço não tem fundo lá. O grande questionamento, contudo, é se existe ainda perspectiva de futuro por lá também.
Mudou o conceito de horrível
Se Marcelo Dourado assistisse pelo menos um jogo dos Raiders neste ano, certamente ele teria uma reação parecida ao seu clássico react ao filme 2012 no BBB 10. Em 2024, o Las Vegas Raiders mudou seu conceito de horrível e ficou pior do que se esperava. Não que se esperasse muito antes, sendo sincera.
Antes de falar da comissão técnica em si, vamos atentar ao elenco primeiro – ou melhor: a falta de talento em muitos setores. Quase tudo no time tem problema: running back, safety, um segundo EDGE para ficar ao lado de Maxx Crosby, linebacker, linha ofensiva, quarterback… Os setores que tinham um pouquinho mais de talento também não se excluíram: ou lidaram com lesões, ou lidaram com (literalmente) barracos. Vide as lesões de Michael Mayer e Christian Wilkins – uma das grandes adições da offseason e que, até agora, é uma decepção. Ah, como não esquecer da pequena novelinha de Davante Adams, que bateu tanto o pé ao ponto de ser trocado.
Porém, a primeira grande fatia desta torta de climão dos Raiders está justamente atrás do center. Nem o torcedor mais otimista da Raider Nation acreditava que a disputa de titularidade entre Aidan O’Connell e Gardner Minshew teria algo de positivo. Na verdade, a única certeza era que todo mundo iria perder nessa equação, tanto que, no último domingo, até Desmond Ridder entrou nesse balaio (e não fez nada). Os números são apenas um espelho da mediocridade na posição de quarterback: Las Vegas tem 9 touchdowns passados e 10 interceptações, duas das piores marcas da liga. Para se ter uma ideia, a média de jardas aéreas por passe completo do ataque é de 9,6, a sétima pior da liga. Junte isso com uma linha ofensiva carente, o segundo pior ataque terrestre da NFL e um plano de jogo capenga que a receita da tragédia está pronta.





