Arizona Cardinals em rota de total reconstrução

A derrota por 45x17 para os Rams em casa foi o reflexo da era Jonathan Gannon até aqui: sem ir a lugar nenhum. Arizona caminha para mais uma reconstrução - e desta vez, será implosão total.

Ano passado, o Arizona Cardinals terminou com campanha 8-9. Apesar de (mais uma vez) implodir na reta final da temporada, a sensação que dava era de uma possível melhora em 2025. O elenco era fraco, mas adicionando mais talento na defesa principalmente, talvez os Cardinals pudessem dar mais um salto.

Você já deve saber que a festa virou um enterro antes mesmo de virar festa. É o terceiro ano consecutivo com campanha negativa, sendo esses três durante a era Jonathan Gannon. 2025 teve um tempero ainda pior, com Kyler Murray indo para o banco antes mesmo da semana 6. E apesar do ataque ter melhorado com Jacoby Brissett, isso não se refletiu na campanha. Pelo contrário: o time continuou perdendo e, várias vezes, de maneira muito feia. A mais recente foi a surra do Los Angeles Rams por 45×17, diante da própria torcida.

Existem oásis no meio deste deserto de talento, é verdade. Trey McBride, Michael Wilson, Josh Sweat, Budda Baker, o hipotético Marvin Harrison Jr… Mas nada é capaz de salvar os empregos de Gannon, Murray, Drew Peltzing e companhia. Arizona caminha para mais uma reconstrução em 2026 – e desta vez, será implosão total.

Cada presente bonito… Bom para jogar fora!

Assistir aos Cardinals neste ano me lembrou de um momento lendário da televisão brasileira: a festa de aniversário para o Clodovil. Além de ser um dos melhores motins contra o pior diabo da história da TV, ela nos rendeu uma enciclopédia de memes. A festa não só virou enterro lá em Arizona, como também nos fez ficar atrás do biombo morrendo de vergonha.

Embora seja o sétimo melhor ataque aéreo em números, o jogo terrestre é uma lástima. O 9° pior em touchdowns, o 7° pior em jardas e com média de 4,3 jardas por tentativa. Depois que James Conner se lesionou, ninguém se destacou neste backfield. Isso forçou com que o ataque focasse ainda mais no jogo aéreo e bem… Quando você é unidimensional, fica mais fácil para as defesas adversárias te pararem.

E por falar em defesa, a dos Cardinals continua na mesma situação: uma lástima. As presenças de Josh Sweat, Budda Baker e Jalen Thompson aliviam um pouco as coisas, mas três andorinhas só não fazem verão. A defesa é a 5° pior pressionando os quarterbacks adversários, com média de 18,3%. Além disso, ela tem a 10° pior média de jardas totais (aéreas e terrestres) por jogada:

Junte isso com certos ingredientes mal-sucedidos. Um quarterback que nunca casou com o sistema ofensivo, uma 4° escolha geral que caminha à passos largos de virar um bust colossal, diversas outras escolhas que não vingaram… Em três temporadas, Jonathan Gannon não encontrou soluções para os problemas do time. Para 2026, a tendência é que ninguém esteja presente para prosseguir com a história. Nem ele, nem Kyler Murray, nem o general manager Monti Ossenfort, ninguém.

Tragam as dinamites que esse prédio está condenado

Apesar de ser uma das franquias mais antigas da NFL, os Cardinals não têm tanto sucesso desde que foram para o Arizona. As duas únicas vezes que o time realmente fez barulho nos playoffs foram na era Larry Fitzgerald: primeiro em 2008/2009, na Last Dance de Kurt Warner, e depois em 2015, com Bruce Arians e Carson Palmer. Desde então, é só ladeira abaixo. Literalmente.

Nos últimos 10 anos, a franquia teve NOVE temporadas negativas. A única exceção é 2021: sim, aquele ano da derretida na reta final. Sai ano, entra ano e a impressão que passa é a de tudo continua medíocre. Hoje, os Cardinals são o time com a maior seca das quatro grandes ligas dos esportes americanos. O último título foi em 1947, quando o time ainda se chamava Chicago Cardinals – e sim, a franquia foi fundada em Chicago, assim como os Bears.

Aliás, curiosidade: o recorde anterior também veio de Chicago. Era do Botafogo da MLB Chicago Cubs, que passou gloriosos 108 anos sem ganhar a World Series. Até o Chicago Bears (o outro Botafogo dos esportes americanos) tem mais possibilidades de futuro neste momento. Sair de 78 anos para uma seca de 108 é um pulo, inclusive.

Caro torcedor dos Cardinals, perdão pelo pessimismo. Mas esta fundação está condenada a desabar mais uma vez. Só nos resta colocar as dinamites e iniciar a contagem regressiva: 5, 4, 3, 2, 1…

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