Já passou da hora da atenção negativa sobre o Atlanta Falcons se dissipar. Apesar do terrível Draft executado pela equipe da NFC South, onde uma senhora oportunidade de reforçar o time foi desperdiçada, a equipe ainda possui potencial e qualidade para brigar forte pela NFC South em 2024 e interromper a sequência de títulos do Tampa Bay Buccaneers.
Embora esteja muito longe dos patamares Shanahanzísticos estabelecidos em 2016, esse ainda é um ótimo ataque e com boa promessa de produção na temporada que está chegando. Com Kirk Cousins comandando a unidade e ótimos jogadores tanto na linha ofensiva quando nas armas com a bola na mão, essa unidade estará entre as melhores da NFL a partir de setembro.
Entorno do quarterback é ótimo nos Falcons
Eu não vou julgar quem não assistiu o Atlanta Falcons nos últimos anos porque foi um time realmente insosso. Por não ter quarterback, e por contar com um treinador limitado como Arthur Smith, a franquia se viu limitada a três anos consecutivos de 7-10 e numa roleta de quarterbacks composta por Marcus Mariota, Desmond Ridder, Taylor Heinicke e que contou com participações especiais de Josh Rosen e Feleipe Franks.
Quando a roleta parava, você perdia. Em todas as opções.
Não ter um quarterback naturalmente tirou foco do bom ataque que o time construiu. A dupla de running backs formada por Bijan Robinson e Tyler Allgeier é uma das melhores da liga: Bijan é uma arma de altíssima qualidade toda vez que tem a bola nas mãos, enquanto Allgeier se mostrou um titular sólido e capaz de contribuir no jogo aéreo antes de perder sua titularidade. Robinson acumulou 4.6 jardas por carregada em 2023 mesmo sendo o grande foco do ataque – imagina o que poderá fazer com mais espaço em seu segundo ano?
No grupo de wide receivers, Drake London se estabeleceu rapidamente como o wide receiver #1; sua grande vantagem é que seu quarterback agora será bastante capaz. O trio composto por London, Darnell Mooney (que chega do Chicago Bears como um bom WR2) e Kyle Pitts será totalmente beneficiado. Pitts, inclusive, entra num ano crucial para sua carreira, e a expectativa de salto de produção é bem alta: é claro que o contexto é aplicável, porém, era justo querer mais de um tight end escolhido no top 10 do Draft.
Por fim, a linha ofensiva é outro grupo que passou despercebido pelo fraco ataque em geral e que é digna de mais atenção. Em Chris Lindstrom e Jake Matthews, o time tem dois pilares nas posições de right guard e left tackle. Só que Drew Dalman e Kaleb McGary também merecem mais amor – especialmente McGary, bastante criticado desde o momento de sua escolha em 2019 e que solidificou sua posição. Até Matthew Bergeron individualmente deve crescer em 2024 após seu ano de calouro. É uma linha top 10, sem dúvidas.
Cousins é o grande potencializador de tudo
Esqueçam as críticas, Michael Penix Jr. e as análises: a partir de agora, é tudo sobre como Kirk Cousins vai se comportar em campo. Mesmo que voltando de lesão e com idade relativamente avançada, a verdade é que mobilidade nunca foi o forte do jogo do quarterback, e ao que tudo indica, sua recuperação foi feita sem maiores problemas.
Com sua inteligência de jogo, sua produção e um braço capaz de executar passes em todos os níveis do campo, a chegada de Cousins potencializa todos os jovens ofensivos (Robinson, Pitts, London) enquanto faz com que as defesas precisem respeitar muito mais o jogo aéreo. É uma maneira talvez um pouco incomum de montar seu ataque, só que era o que tinha disponível pra Atlanta.
Ao menos, no papel, deu tudo certo. A expectativa será alta quando vermos os Falcons em campo.
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