Basta de Taylor em Cincinnati

Treinador fez um péssimo trabalho nos Bengals, sendo um dos principais responsáveis por duas pífias campanhas. Cincinnati precisa de um novo comando para não desperdiçar mais um ano de seus jovens talentos.

Bengals

Oficialmente, a temporada acabou para o Cincinnati Bengals. Com a derrota para o Miami Dolphins na semana 13, a equipe não tem mais chances de ir a pós-temporada. Já se vão cinco anos desde a última ida da franquia aos playoffs e incríveis 30 desde a última vitória. Desde 1990, quando a NFL quase não era falada por aqui, que os Bengals não conhecem o sabor da vitória em jogos eliminatórios. Melancólico fim para quem draftou seu franchise quarterback e esperava ao menos ser competitivo até o final de dezembro.

Quais eram as expectativas do torcedor para 2020: Claro que nem o mais otimista dos torcedores esperava brigar por uma final de conferência, mas a esperança de uma equipe competitiva existia com um novo quarterback. A chegada de talentos defensivos como Vonn Bell e D. J. Reader também empolgava e fazia com que parte da torcida sonhasse com beliscar uma vaga no Wild Card.

Quais eram as nossas expectativas para 2020: Um pouco parecidas com as dos torcedores, mais inclinada a acreditar que a equipe jogaria bem, mas ainda não seria competitiva o suficiente para aspirar coisas maiores. Alertamos que os possíveis problemas na linha ofensiva poderiam ser limitadores, além de lembrar que Joe Burrow, por mais talentoso que fosse, teria sua temporada de calouro, o que sempre exige paciência redobrada.

O que aconteceu: Nada. Essa é a melhor definição da temporada dos Bengals: nada aconteceu em relação a 2019. O time seguiu sem ser competitivo e não flertou com a pós-temporada em momento algum. O ataque ganhou algum brilho e atenção com as boas atuações de Joe Burrow, porém não teve consistência para se mostrar regular durante o ano. O treinador Zac Taylor provou que seu primeiro ano mostrava mais dele que se pensava: sem nenhuma ideia ou capacidade de promover mudanças.

O ataque teve alguns bons momentos por talento individual. Burrow enquanto resistiu teve média de mais 260 jardas por partida, sendo inclusive o responsável direto pela surpreendente vitória sobre o Tennessee Titans na semana 8. Joe Mixon vinha engrenando na temporada, embora uma lesão na semana 6 o fez ser colocado na lista de contundidos. Entre os recebedores o destaque fica para o novato Tee Higgins, que tem mais de 700 jardas recebidas e divide protagonismo com Tyler Boyd.

Entretanto, o frágil trabalho da linha ofensiva fez com que tudo ruísse. Não raro vimos Burrow tendo que jogar pela vida. Claro que sua mobilidade e capacidade de estender jogadas acobertaram os erros até certo ponto, só que, com uma linha ofensiva porosa e que é a quinta pior em bloqueando para o passe segundo o site Next Gen Stats, a tragédia estava desenhada: na derrota para Washington, Burrow rompeu os ligamentos do joelho, além de sofrer dano estrutural. Sua recuperação será longa.

Já na defesa, além de Taylor não conseguir melhores resultados, suas escolhas foram controversas. Carlos Dunlap vinha sendo pouco aproveitado e foi trocado com o Seattle Seahawks por uma escolha de sétima rodada do próximo Draft, e agora vem tendo grande produção na equipe comandada por Pete Carroll. Geno Atkins, astro da linha defensiva, também já deu sinais públicos de insatisfação. Na secundária, mesmo com o safety Jessie Bates emergindo como uma estrela, números fracos. Uma tragédia que culmina em apenas duas vitórias.

Há esperança para 2021? Sim. O elenco tem talento para muito mais que duas vitórias em uma temporada. O corpo de recebedores é bom e basta Burrow voltar bem recuperado que as coisas fluirão. Tudo isso se as peças na linha ofensiva forem trocadas e ele tenha o mínimo de tempo para jogar. Mesmo na defesa, o elenco não é ruim. Falta direção aos Bengals, que hoje parecem um barco sem rumo em campo, já que a comissão técnica é fraca.

O que precisa mudar urgentemente no time: O comando. Sem um treinador os Bengals vão seguir na penúria, desperdiçando bons talentos. Zac Taylor não fez nada que pudesse dar sinais que ele se tornará um bom head coach no futuro; além disso, nem administrar bem o vestiário ele conseguiu. É hora de um novo nome chegar e trazer uma metodologia diferente para equipe de Cincinnati.

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