Batalha de quarterbacks em Denver não significa melhora

Dificuldade de um dos nomes da posição em conseguir destaque no training camp é preocupante e deixa torcedor apreensivo: sem um quarterback de qualidade, brigar na AFC se tornará batalha ainda mais árdua.

Uma tartaruga vencer uma corrida contra um jabuti não faz com que ela esteja apta a competir numa equipe de revezamento 4 x 100 metros nas olimpíadas. É mais ou menos isso que está acontecendo no Denver Broncos nessa pré-temporada. Muito se lê sobre uma batalha entre Drew Lock e Teddy Bridgewater pela titularidade, com alternância de dias melhores dos dois, num carrossel de emoções que deixa os torcedores atentos a todos os treinos.

Longe disso ser um bom sinal: na verdade, é preocupante. Se após mais de dez dias nenhum dos nomes conseguiu se sobrepor a um adversário mediano, a mediocridade pode ser a tônica dos quarterbacks da franquia em 2021. Convenhamos, Bridgewater foi um reserva durante a maior parte de sua carreira na NFL e quando foi dono da posição, não mostrou nada de empolgante. Já Lock foi uma escolha 42 do Draft e no ano passado foi um dos piores quarterbacks titulares

O fenômeno Josh Allen é exceção

Lock irá para seu terceiro ano na NFL e uma das coisas que mais se ouve de seus defensores é que ele pode dar um salto de qualidade como Josh Allen deu no Buffalo Bills em 2020. Entretanto, alguns fatores precisam ser considerados. O primeiro é que Allen é uma exceção: a maioria dos quarterbacks que não deram certos nas suas duas primeiras temporadas fica pelo caminho. Para cada sucesso existem diversos fracassos como Josh Rosen, DeShone Kizer, Mitchell Trubisky e Paxton Lynch. Tratar a exceção como regra é um erro perigoso.

Apesar de os números de ambos serem parecidos em alguns aspectos ao fim de seus segundos anos, o jogador dos Bills apresentava evolução, enquanto Lock declinou. Allen aumentou seu número de touchdowns e diminuiu o de interceptações, tendo um razão[foot] Divisão entre o número de touchdowns e interceptações[/foot] de 2,22, enquanto o camisa 3 dos Broncos piorou tendo basicamente um turnover para cada passe na end zone. Sob pressão, Allen não era nenhum primor, mas longe da tenebrosidade de Lock: em 2020 ele lançou apenas 2 touchdowns e teve 8 interceptações quando pressionado.

Um fator é constantemente deixado de lado: a capacidade de contribuir no jogo corrido. Quarterbacks que produzem com as pernas trazem outra dimensão a seus times e Allen teve mais de 600 jardas e 9 touchdowns em 2019 correndo, ficando atrás apenas de Lamar Jackson entre todos da posição. Lock teve míseras 160 em 2020, a maioria em scrambles. Nada leva a crer que ele se torne peça relevante no ataque terrestre.

São muitos pontos que divergem para simplesmente acreditar que Lock pode dar o salto de qualidade por Allen ter feito isso. Não existe uma “mágica do terceiro ano”, que fará qualquer quarterback de braço forte se tornar um sucesso. Ah, só para fechar: apesar de (supostamente) ser um lançador para atacar o campo em profundidade, Drew teve apenas 25% de passes completos, 3 touchdowns e 7 interceptações quando a bola viajou mais de 20 jardas na última temporada[foot] Todos os números citados são do ProFootball Focus[/foot]. Pífio.

Bridgewater precisará ser o que nunca foi

Convenhamos, Teddy Bridgewater nunca foi um grande quarterback na NFL. Apesar de ter sido selecionado na primeira rodada do Draft de 2014, ele nunca chegou a realmente empolgar. Em sete anos na NFL, ele sequer teve uma temporada com mais de 15 touchdowns lançados. Por que acreditar que neste ponto da carreira, possa dar uma reviravolta e se tornar um jogador capaz de liderar uma franquia?

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