Menos de duas semanas para o evento que molda o futuro das franquias da NFL por anos. De certa forma, o Draft – especialmente em sua primeira rodada – é como uma eleição. Faz besteira agora e lamenta por quatro anos. Na primeira e na segunda rodada os times precisam encontrar titulares que possam contribuir o quanto antes. Times precisando de quarterbacks sabem que, se acertarem, poderão moldar o resto da equipe ao redor dele. Então vale muita coisa.
Nossa ideia aqui é dar um panorama na forma que as pessoas mais gostam: listas e superlativos. Em cada jogador, você vai encontrar um relatório com seus pontos positivos e negativos, em qual parte do Draft ele deve sair e, algo mais denso sobre cada um dos 50. Vale lembrar, o alcance é o que projetamos para o jogador com base nas necessidades de cada franquia e do valor de posição – não do que achamos do prospecto propriamente dito. Tight ends e jogadores de interior de linha defensiva tem menos valor no Draft, por exemplo.
O texto é baseado em análise de tape e se você quer ainda mais informação – mas com 200 prospectos analisados e com mais traits – nós recomendamos o Guia de Draft do On The Clock. Você pode comprar clicando no banner abaixo ou clicando aqui.
Os 10 primeiros são escritos por mim, Antony Curti, e abertos a todos nossos leitores. Os 40 seguintes são por Deivis Chiodini, nosso redator de Draft. Como nossa ideia é o modelo “freemium”, os 10 primeiros são abertos e, os demais, exclusivos de nossos assinantes.
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1- Quinnen Willlams, iDL, Alabama
Ponto Forte: Primeiro passo, plano de pass rush, âncora, explosão – poderíamos ficar até amanhã aqui
Ponto Fraco: Se há algo, é seu jogo contra bloqueios duplos
Onde deve sair no Draft 2019? Top 7 da primeira rodada
Resumo: Um dos melhores prospectos que já avaliamos e a coisa que mais impressiona é que ele tem apenas 21 anos e dois anos de campo – podendo evoluir ainda mais. Não será a primeira (ou segunda) escolha geral porque jogadores de interior de linha defensiva têm valor menor que EDGEs, mas é o jogador mais completo da classe. Seu primeiro passo é de elite e conseguirá estressar o miolo das linhas ofensivas da NFL com facilidade. A habilidade no pass rush impressiona mas ele não fica muito atrás na contenção terrestre: são 45 tackles solo em sua carreira, número surreal para um jogador da posição. Sua posição ideal é como iDL 3tech em sistemas 4-3, mas pode jogar como nose tackle em 3-4 e não precisa sair de campo em terceiras descidas. Um jogador fantástico, é o equivalente de piso/projeção que tínhamos para Quenton Nelson (iOL) no ano passado.
2- Nick Bosa, EDGE, Ohio State
Ponto Forte: Bom uso das mãos, motor em contenção terrestre, leverage e arsenal de pass rush
Ponto Fraco: Contorno de arco não está no nível elite de Miller/Mack & Amigos. Lesões preocupam.
Onde deve sair no Draft 2019? Top 5 da primeira rodada
Resumo: Um tanto quanto curioso, mas não podemos nos apegar tanto às estatísticas: Bosa jogou quase nada na temporada passada do College. Foram apenas 3 jogos e, após lesão no abdômen, ele se retirou do time de Ohio State para se preparar rumo ao Draft. Nick Bosa é um cara completo em termos de pass rush: tem todos os movimentos no arsenal (spin, swim e etc) e um excelente uso de mãos. No jogo terrestre, é um cara efetivo e consegue tackles com seu atleticismo. Contudo, em termos de contorno de arco não está no nível de pass rushers mais apelões, por assim dizer – como Myles Garrett saindo de Texas A&M. De toda forma, é um cara completo. Isso basta para colocarmo-nos como o melhor EDGE da classe.
3- Ed Oliver, iDL, Houston
Ponto Forte: Leitura na linha (RPO, Play-Action e etc); Explosão e primeira passada;
Ponto Fraco: Para alguns, o tamanho; Arsenal de pass rush limitado a bull rush e spin; Perda de tempo nos bloqueios por medir força
Onde deve sair no Draft 2019? Primeira metade da primeira rodada
Resumo: Oliver foi considerado por alguns analistas como linebacker em vez de interior defensive lineman, o que é um absurdo dos grandes. Isso se deve à altura e a tara que alguns têm em analisar tamanho em vez de traços e produção. É só lembrar de John Randle, que era 1 cm menor que Ed. O produto de Houston precisa melhorar a técnica de pass rush e adicionar mais movimentos para além do swim e do bull rush natural que tem – sua efetividade ao pressionar o passe vem mais do atleticismo do que da técnica. Mas de resto é um prospecto que durante meses foi considerado o melhor da classe de 2019.
4- Noah Fant, TE, Iowa
Ponto Forte: Execução de rotas; Correu todas as rotas em Iowa; Atleticismo; Inteligente para notar espaços em zona;
Ponto Fraco: Precisa de mais massa magra para a NFL; Precisa melhorar a técnica de bloqueio
Onde deve sair no Draft 2019? Primeira metade da primeira rodada
Resumo: Há os que preferem seu companheiro de time, T.J. Hockenson, mas na NFL de hoje vejo Fant à frente pela polidez na execução das rotas e na inteligência em sua navegação entre as zonas defensivas. Fant precisa adicionar massa magra para poder quebrar tackles como em várias oportunidades fez no college. Além disso, nos bloqueios ele precisa de mais técnica do que tem no momento, dado que venceu muitos por conta do atleticismo no college e não fará isso com tanta facilidade na NFL. Quanto ao jogo aéreo, é fantástico: separação, árvore de rotas, ball skills na red zone: é um prospecto pronto para ter impacto no primeiro dia na NFL.
5- Jonah Williams, OT, Alabama
Ponto Forte: Inteligência de jogo, uso das mãos, equilíbrio durante os bloqueios, criação de raias nos bloqueios angulares
Ponto Fraco: Envergadura é mediana e isso pode fazê-lo cair no Draft; Pode ser melhor no segundo nível em zone blocking
Onde deve sair no Draft 2019? Top 10
Resumo: Pode não ser o primeiro linha ofensivo escolhido por conta da envergadura, aquém para jogadores da posição. O tape, contudo, mostra que ele é um dos jogadores mais inteligentes dentre os offensive tackles do Draft deste ano. Sabe usar bem as mãos e não expõe o peito para os apressadores de passe; Tem força para os bloqueios angulares no jogo terrestre, embora falte um pouco de noção ao deixar o pad muito alto em zone blocking – nada que seja muito grave. No bloqueio ao passe, é seguro e consegue espelhar o apressador quase à perfeição.
6- Byron Murphy, CB, Washington
Ponto Forte: Instintos no espelhamento da rota; ball skills e alto volume em passes defletidos; inteligência de jogo; tackles que causam fumbles com frequência; quadris fluidos que permitem mudança de direção com facilidade
Ponto Fraco: Altura aquém do desejado na NFL atual
Onde deve sair no Draft 2019? Primeira rodada
Resumo: Por que não Greedy Williams aqui? O grande diferencial de Murphy é a contenção terrestre. Ele dá tackles com vontade e por vezes gerou fumbles por conta disso – só precisa melhorar a altura dos tackles, visto que isso pode ser problema em campo aberto contra os RBs da NFL. De toda forma, é um jogador inteligente e capaz de virar uma máquina de defletir passes no nível profissional. Sua altura pode fazer com que seja descartado em alguns esquemas, mas como #2 CB certamente tem potencial de All-Pro.
7- Devin White, ILB, LSU
Ponto Forte: A agressividade quando acerta a leitura. Playmaker nato; Atleticismo de elite para a posição
Ponto Fraco: Fraco em quebrar bloqueios e nas leituras atrás da linha. Se errar o gap, um abraço
Onde deve sair no Draft 2019? Primeira rodada.
Resumo: Aqui um dos jogadores que eu e o Deivis discordamos quanto ao rankings – eu estou bem mais alto do que ele em White. A grande diferença entre ele e Mack Wilson fica no processamento mental, sobretudo contra o passe ou baits. Embora isso seja, de fato, preocupante, a agressividade de White me cativa e é um jogador que pode ter impacto no primeiro dia se não lhe for exigido que “jogue sozinho” no corpo de linebackers. Se bem lapidado, tem o teto mais alto entre os jogadores da posição.
8- Dwayne Haskins, QB, Ohio State
Ponto Forte: Evolução em apenas um ano como titular; Precisão, é capaz de fazer todos os lançamentos; Força no braço; Mecânica de passe excelente, com torque adequado e giro de quadril; Presença de pocket acima da média enquanto escaneia o campo.
Ponto Fraco: Trabalho de pernas e dropbacks, visto que jogou pouco em under center; inexperiência (apenas um ano como titular); Hesita em profundidade por conta das raízes do sistema de Urban Meyer
Onde deve sair no Draft 2019? Top 10
Resumo: Melhor quarterback da classe, Haskins teve uma evolução meteórica em seu único ano como titular. Isso, aliás, é uma faca de dois gumes. A posição de quarterback é uma das que mais necessita dessa repetição e de experiência contra defesas em jogos competitivos. Por outro lado, a evolução que teve ao longo da temporada é notória. No início do ano, contra Penn State, foi travado no segundo tempo e, no segundo, esquematicamente Urban Meyer lhe ajudou. No último jogo da temporada, contra Michigan, foi praticamente o Exterminador do Futuro em campo – a evolução na postura de pocket, progressão e leituras era notória.
9- Brian Burns, EDGE, Florida State
Ponto Forte: Seus braços longos lhe ajudam e exibe boa variedade nos movimentos de pass rush; Seu maior destaque, contudo, é a primeira passada – ganha muitos duelos com a explosão e o uso de mãos. Pad level adequado nos confrontos.
Ponto Fraco: Peso, precisa ganhar massa para a NFL (embora tenha ido bem nas medições do Combine); Pode ter mais variedade no arsenal do pass rush para combater OTs que lhe limitem fisicamente
Onde deve sair no Draft 2019? Primeira Rodada
Resumo: Menos badalado do que Josh Allen – mas mais versátil e eficiente contra o jogo terrestre, maior deficiência do produto de Kentucky. É mais versátil também porque tem experiência em sair de dois ou três apoios – seu contorno de arco é espetacular. Quanto ao jogo terrestre, usa sua envergadura – maior virtude no campo físico – para tacklear com eficiência. Inclusive, se ainda estiver pensando no desempate com Allen, Burns foi mais rápido no tiro de 40 jardas e no exercício de 3 cones.
10- DK Metcalf, WR, Ole Miss
Ponto Forte: Imenso tamanho; bom trabalho em recepções na área suja do campo (meio); bom quebrando tackles; máquina em recepções verticais; destruiu tudo no Combine e isso pode ser mostrado como excelente ética profissional
Ponto Fraco: Quebras nas rotas não são efetivas como poderiam, drops por falta de concentração; precisa evoluir em bolas contestadas; Lesões durante sua carreira – a no pescoço preocupa.
Onde deve sair no Draft 2019? Primeira metade da primeira rodada
Resumo: Não há dúvidas de seu potencial e foi o jogador que “quebrou a internet” durante o NFL Combine deste ano. Mas nem tudo são flores. Ele precisa executar melhor as quebras de rotas para evitar que vire uma arma vertical e tão somente isso. De toda forma, a aceleração é incrível para um atleta de seu tamanho – lembrando que ele é filho de um ex-OL da NFL. A “passada de pano” aqui quanto à execução de rotas aquém do desejado é também por conta do sistema ofensivo mais simples que Ole Miss rodava. Por fim, há dúvidas quanto sua “disponibilidade”; a produção geral no college foi menor do que deveria por conta de lesões.
Por Antony Curti, Editor-Executivo e Redator
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