Menos de duas semanas para o evento que molda o futuro das franquias da NFL por anos. De certa forma, o Draft – especialmente em sua primeira rodada – é como uma eleição. Faz besteira agora e lamenta por quatro anos. Na primeira e na segunda rodada os times precisam encontrar titulares que possam contribuir o quanto antes. Times precisando de quarterbacks sabem que, se acertarem, poderão moldar o resto da equipe ao redor dele. Então vale muita coisa.
Nossa ideia aqui é dar um panorama na forma que as pessoas mais gostam: listas e superlativos. Em cada jogador, você vai encontrar um relatório com seus pontos positivos e negativos, em qual parte do Draft ele deve sair e, algo mais denso sobre cada um dos 50. Vale lembrar, o alcance é o que projetamos para o jogador com base nas necessidades de cada franquia e do valor de posição – não do que achamos do prospecto propriamente dito. Tight ends e jogadores de interior de linha defensiva tem menos valor no Draft, por exemplo.
Os 10 primeiros são escritos por mim, Antony Curti, e abertos a todos nossos leitores. Os 40 seguintes são por Deivis Chiodini, nosso redator de Draft. Como nossa ideia é o modelo “freemium”, os 10 primeiros são abertos e, os demais, exclusivos de nossos assinantes. Mas, antes que você nos xingue bastante, lembramos: temos 30 dias de nosso conteúdo por apenas R$ 1,00; Se gostar – e fazemos essa oferta porque sabemos da qualidade de nosso trabalho – você terá sua assinatura convertida em anual, mas com 50% de desconto para continuar a ter acesso a um monte de conteúdo como este. Certo?
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Top 5 do Draft por posição: QB| RB | WR | OT | iOL | TE | iDL | EDGE| LB | CBs | S
1 – CHASE YOUNG – EDGE – OHIO STATE
Pontos fortes: Primeira passada, explosão, técnica de mãos para se livrar do bloqueador, contorno de arco (bend), produção – foram 27 sacks nas duas últimas temporadas. É realmente um prospecto completo e numa classe que tem K’lavon Chaisson como segunda opção, apresenta-se sozinho na primeira prateleira. Uma rara combinação de técnica e atleticismo se pensarmos num prospecto saindo do college. Além do pass rush, trabalho contra a corrida é muito bem feito, ele sela perfeitamente a lateral.
Pontos fracos: Vou falar logo menos sobre sua comparação, mas talvez o motor – nenhum sack em seus últimos três jogos. É o ponto de interrogação que foi colocado sobre Myles Garrett também. Forçando a amizade, talvez dê para dizer que sua cobertura ao passe não é das melhores – mas é a mesma coisa que dizer que seu carro não anda bem em Interlagos, não é como se ele fosse recuar tanto assim para marcar o passe.
Onde deve sair no Draft 2020? Top 3
Young me lembra muito a polidez com a qual Myles Garrett chegou à NFL. É um EDGE completo em termos de prospecto, com um contorno de arco (bend) raríssimo e feito junto de um trabalho de mãos igualmente raro. É realmente um cara que eu tive dificuldade para achar problemas, vide a forçação de barra que tive que colocar nos pontos fracos. Tem potencial de All-Pro e como seu colega ex-Ohio State, Nick Bosa, uma chance excelente de contribuir desde o primeiro dia e ser forte candidato ao prêmio de calouro defensivo do ano.
2 – JOE BURROW – QB – LSU
Pontos fortes: Escala o pocket de maneira mágica – ele não vê a pressão – ele sente a pressão. Consegue estender as jogadas com as pernas e mostrou isso na semifinal do CFP de 2019. Trabalho excepcional sob pressão, joga de cabeça erguida. Razão TD/INT completamente absurda, foram 60 TDs e apenas 6 INTs na temporada passada. Precisão de elite, sabendo usar bem todos seus recebedores.
Pontos fracos: Ainda dependente de audibles e mudanças de jogadas da sideline, coisa que em 2020 é tão crônica como problema para QBs do college como WRs que não conseguem sair de press coverage. Base de lançamento às vezes muito fechada e o torque com o quadril às vezes deixa a desejar, mas nada muito absurdo. Embora a produção tenha sido faraônica na temporada passada, foi literalmente a única em que teve tal produção.
Onde deve sair no Draft 2020? Primeira Escolha Geral, Cincinnati Bengals
O melhor prospecto de quarterback que fiz análise desde 2012, com Andrew Luck. Minha comparação ao jogo de Burrow – talvez pelo trabalho no pocket – é com Tony Romo. Burrow tem uma história pra lá de interessante. Após perder a titularidade para Dwayne Haskins em 2018, transferiu-se para Louisiana State (LSU). Naquela temporada, os Tigers rodavam um sistema bem conservador e terrestre – tal como em anos anteriores, num sistema que desenvolveu Derrius Guice e Leonard Fournette para a NFL. Em 2019, muito graças a Joe Brady como arquiteto ofensivo, o time abriu as formações em spread e Burrow decolou após ter começado a temporada como escolha potencial de quinta rodada. Campeão do College e vencedor do Heisman, Burrow tem tudo para ser um franchise quarterback na NFL.
3 – JEFF OKUDAH – CB – OHIO STATE
Pontos fortes: O pacote completo. Habilidade incrível no espelhamento de rotas, trabalho de pés excepcional e quase hipnótico quando analisamos o tape, velocidade que faz com que consiga cobrir os principais recebedores da NFL e sua altura (6’1) está longe de lhe atrapalhar nesse sentido. Além de excelente espelhamento no trabalho em marcação individual, tem disciplina na marcação em zona e capacidade de instintivamente fechar janelas nela. Quadril fluído nesse sentido, também.
Pontos fracos: Tal como Joe Burrow, teve apenas um ano como principal cornerback do time. Seu trabalho de buscar a bola no ponto de ataque não é de elite, há espaço para melhora nesse sentido.
Onde deve sair no Draft 2020? Top 5 (ou 6, se Detroit descer)
O pacote completo, como disse. Okudah tem totais condições de ter uma carreira como grandes cornerbacks da história da NFL. Ele tem as habilidades físicas, notoriamente o espelhamento de rotas e o quadril, a altura e a vontade de tacklear que tanto falta para alguns prospectos da posição. Jeff tem teto alto e, sobretudo, piso alto também: ele pode ser titular desde o início e encaixa na maior parte dos sistemas ofensivos, conseguindo fazer um bom trabalho em marcação individual e em zona.
4 – ISAIAH SIMMONS – LB – CLEMSON
Pontos fortes: É impossível começar este trecho sem abusar do “Titês” e dizer a palavra VERSATILIDADE. Simmons alinhou em todas as posições defensivas, chegando até mesmo a jogar marcando o slot ou como único homem no fundo do campo. Tem histórico de provas no atletismo, algo raro para a posição – velocidade de alto nível para um LB.
Pontos fracos: precisa melhorar sua capacidade de identificar jogadas como screens ou play-actions; acaba perdendo muito tempo no alvo errado. Precisa acrescentar movimentos de mãos em jogadas que se estendem. Talvez a massa muscular complique as coisas, porque para jogar de LB na NFL precisará adicionar massa magra. Às vezes se complica na leitura dos play-actions.
Onde deve sair no Draft 2020? Top 15
Um dos prospectos mais interessantes e intrigantes que analisei em muitos anos. É como se fosse uma evolução pokémon de Derwin James no sentido de ser mais físico como um todo – ou seja, em vez de safety é linebacker. Nesse sentido, portanto, pode ser um coringa potente nas mãos de um bom coordenador defensivo – em certa medida, guardadas as proporções por serem de posição diferente, tal como Minkah Fitzpatrick. O problema, como Fitzpatrick nos Dolphins, é se ele cair no time errado.
5 – JEDRICK WILLS – OT – ALABAMA
Pontos fortes: Atlético e inteligente, WIlls tem um excepcional trabalho de pés no bloqueio para o passe – embora suscetível a alguns counter moves. Uso de mãos é de elite, com um soco potente no defensor. Excelente reconhecimento de blitzes. Muita força de jogo em bloqueios angulares e inteligência para ocupar espaços nos bloqueios em zona para o jogo terrestre. Sua postura de bloqueio – pad level – é de elite para um prospecto da posição, tanto no jogo aéreo quanto terrestre.
Pontos fracos: Como Tua é canhoto, Wills jogou como right tackle para proteger seu ponto cego – isso pode fazer com que algumas equipes se preocupem em termos dele ser titular como LT desde o primeiro dia. Ainda, sua base às vezes abre demais, dando espaço para counter moves de EDGEs que saibam infiltrar pelo seu ombro de dentro.
Onde deve sair no Draft 2020? Top 15
O melhor prospecto da posição novamente é de Alabama, mas alguns times podem ter dúvidas de gastar uma escolha alta num right tackle quando a maioria dos QBs da NFL (leia-se: todos menos Tua) serão destros e Wills nunca jogou do lado esquerdo da linha. Não tem histórico de lesões ou problemas fora de campo. Embora não tenha experiência como left tackle, podemos assim projetá-lo por conta do trabalho de pés e mãos no jogo aéreo.
6 – TUA TAGOVAILOA – QB – ALABAMA
Pontos fortes: Para mim, a melhor qualidade de Tagovailoa é onde ele coloca a bola para seus recebedores (ball placement). Algo que divirjo de outros analistas é quanto ao tempo de soltura de bola de Tua, vejo ele com um bom gatilho quando a jogada começa. Falando em gatilho, sua mecânica é uma das mais limpas nesse sentido, extremamente compacta e com bom torque no quadril (ergh… sobre isso, leia adiante). Absurdamente decisivo desde o primeiro momento que entrou em campo, na final contra Georgia. Tem força no braço para os lançamentos que são exigidos na NFL.
Pontos fracos: Sem sombra de dúvidas a lesão no quadril, da qual ainda está se recuperando. Mas ela não foi a única, Tagovailoa tem um extenso histórico de perder jogos e snaps por conta de lesões – como no tornozelo por exemplo. Ainda, há questionamentos sobre se sua produção foi inflada pelo talento absurdo de Alabama, tal como aconteceu com vários quarterbacks saídos de USC na Era Pete Carroll em diante. Ainda, alguns turnovers poderiam ter sido evitados se ele não forçasse o hero-mode.
Onde deve sair no Draft 2020? Top 6
Tua Tagovailoa não é um prospecto que vai ser unânime. Tem gente que gosta, tem gente que acha defeito por conta da altura. Tem gente que não confia, tem gente que fala que é um Drew Brees canhoto. Tem gente que vai colocar defeito até nele ser canhoto – 2020 né gente, vamos superar isso. O grande ponto é que, por mais que tenha sido um vencedor em Alabama desde o primeiro momento que entrou em campo, com uma resiliência mental fora de série, Tua recupera-se de grave lesão num quadril que era justamente um de seus principais pontos positivos. A recuperação parece no curso, mas o risco está ali.

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7 – CEEDEE LAMB – WR – OKLAHOMA
Pontos fortes: Acho que a principal forma de condensar seus pontos fortes é dizendo que Lamb é um playmaker. De sua execução de rotas, passando pela capacidade de improviso, leitura de janelas em zona e sua habilidade de produzir em jardas após a recepção, o ponto é justamente esse: ele produz. Para além disso, tem boas mãos – vide recepções na sideline, especialmente backshoulder pass – e velocidade/aceleração boas, embora não de elite.
Pontos fracos: precisa adicionar massa magra para enfrentar os defensores da NFL, consideravelmente mais físicos do que os da Big 12. Embora execute bem as rotas, não é como se Oklahoma tivesse lhe colocado para executar muitas variações.
Onde deve sair no Draft 2020? Top 15
A principal comparação de Lamb, até por conta dos números do Combine no tiro de 40 jardas, é com DeAndre Hopkins – mas talvez mais magro do que o ex-Clemson. Não há lesões em seu histórico, ao contrário do também produto de Oklahoma, Marquise Brown. Dos wide receivers desta rica classe, é o com maior piso de produção.
8 – JERRY JEUDY – WR – ALABAMA
Pontos fortes: Melhor execução de rotas da classe. Para além disso, tem mudança de direção de elite – seja na execução da rota ou correndo em jardas após a recepção. Boa velocidade para criar separação vertical, embora quem o mais fizesse em Alabama tenha sido Ruggs.
Pontos fracos: Alguns drops por falta de foco e/ou pressão do marcador. Precisa ganhar massa magra para jogar no lado de fora da formação contra marcadores da NFL. Tem alguns problemas saindo em press coverage – mas, sendo sincero que WR não tem de todos que saem do college hoje?
Onde deve sair no Draft 2020? Top 15
A comparação plausível é com um também produto de Alabama, Calvin Ridley – sobretudo na execução das rotas e capacidade de produção com a bola nas mãos. Um cara capaz de produzir desde o início e que, tal como Lamb, é uma máquina de jardas após a recepção. Tal como Ridley, projeta-se Jeudy como um WR2, jogando no flanker. Não que isso seja demérito, vale lembrar que Jerry Rice também era flanker. É uma questão de posicionamento para sua massa muscular e frame atual.
9 – ANDREW THOMAS – OT – GEORGIA
Pontos fortes: Jogador forte, creio que sua força de jogo seja justamente seu ponto mais positivo. É excepcional no bloqueio angular, quando há um jogador determinado para bloquear nas corridas. Na proteção ao passe, tem bom planejamento de pass block, sobretudo quanto ao uso das mãos. De toda forma, é no jogo terrestre que se destaca.
Pontos fracos: Se brilha em bloqueios angulares, ainda deixa a desejar um pouco em bloqueios em zona. Precisa de equilíbrio melhor no espelhamento de bloqueios, às vezes expõe demais o peito e isso pode ser problema na NFL – sobretudo contra EDGEs com bom contorno de arco ou que estendem as batalhas na linha.
Onde deve sair no Draft 2020? Top 15
Freak atlético e com bom trabalho de mãos, Thomas tem o biotipo ideal para a posição mas esquematicamente precisa de um time que trabalhe mais em bloqueios de força do que a operação comboio dos bloqueios em zona. Chega para ser titular como left tackle desde o primeiro dia.
10 – K´LAVON CHAISSON – EDGE – LSU
Pontos fortes: Sua primeira passada é de elite – e entre os não-Chase Young tem o melhor contorno de arco (bend) da classe. Justamente por isso acaba se destacando. É o clássico caso do jogador que consegue apressar o passe por conta de atleticismo fora de série.
Pontos fracos: A produção deixou a desejar na carreira, sendo apenas 9,5 sacks (6.5 em seu último ano, 2019, tendo tido uma sólida segunda metade de temporada). Isso se explica também pelo histórico de lesão, tendo perdido temporada com lesão no joelho. Falta recursos para além da velocidade e do contorno de arco para buscar o sack. Precisa expor o peito menos em jogadas terrestres.
Onde deve sair no Draft 2020? Top 15
O melhor pass rusher dentre os mortais não chamados Chase Young, por assim dizer. A comparação que faço de Chaisson é com Josh Allen, EDGE produto de Kentucky que fez boa temporada por Jacksonville e cuja maior virtude era a velocidade – sendo cru em outros aspectos. K´Lavon precisa ganhar massa e ampliar os recursos no trabalho de mãos para a NFL, mas tem algo que não se ensina: atleticismo.
Por Antony Curti, Editor-Chefe e Redator
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Abaixo listados, os prospectos de 11 a 50. São análises exclusivas de nossos assinantes ProClub, feitas por Deivis Chiodini, e damos aqui uma oferta para você desfrutar desse e outros textos, além de podcasts exclusivos. Basta clicar aqui para assinar, aproveite a promoção de R$ 1.00 por 30 dias que dá direito ao plano anual com 50% de desconto.






