Em seu segundo ano na NFL, Cam Newton sofreu ligeiramente o que se dá o nome de sophomore slump – algo até comum nos esportes, quando um calouro que tem ótimo ano acaba tendo uma queda de produtividade no ano posterior. Isso muito acontece na NFL sobretudo porque os adversários se preparam intensamente na intertemporada anterior ao segundo ano dessa grande estrela – assim, dada a maior quantidade de filme disponível deste jogador, fica mais fácil neutraliza-lo.
Newton, quando segundanista, enfrentou o Denver Broncos em 2012. Se por um lado pode parecer como uma partida “para esquecer”, por outro o atual quarterback dos Panthers pode usar o resultado do jogo como motivação.
Partida marcou volta de John Fox à Carolina
Na ocasião o técnico do Denver Broncos ainda era John Fox, que por anos fora técnico nos Panthers e com eles chegou ao Super Bowl XXXVIII, perdendo para os Patriots no último minuto com chute decisivo de Adam Vinatieri. “Havia muitos fatores motivacionais para nos ajudar a vencer este jogo, e o técnico Fox foi um deles”, disse Von Miller na ocasião.
O jogo também foi bastante especial para Peyton Manning. O quarterback estava em seu primeiro ano com os Broncos, atingindo a marca de 420 touchdowns passados na carreira – feito que seria o segundo maior da NFL à época, empatando com Dan Marino. Em várias entrevistas, Peyton havia dito que Marino havia sido seu jogador preferido após a aposentadoria do pai Archie ao início dos anos 1980. “Nunca fiquei confortável em ser mencionado junto do nome dele”, disse Manning na ocasião. O record de Brett Favre, 508 touchdowns, ainda era um sonho mais distante. Hoje, na semana véspera do Super Bowl 50, foi pulverizado – Manning entra no grande jogo com 539.
Para Newton, um dia esquecível
Von Miller fez da vida de Cam Newton um verdadeiro purgatório. Também em seu segundo ano (e escolhido justamente após Newton no Draft de 2011, na segunda escolha), Miller fez parte de um pass rush que levou o quarterback dos Panthers a sofrer sete sacks. O linebacker de Denver terminou aquela partida com um sack, um fumble forçado e quatro tackles para perdas de jardas do oponente.
“Nós mudamos nossas proteções, fizemos algumas coisas diferentes e mesmo assim eles foram capazes de infiltrar”, disse o técnico dos Panthers, Ron Rivera, na ocasião. Embora a partida tenha sido no “longínquo” ano de 2012 – Colin Kaepernick e Robert Griffin III eram as grandes sensações da liga na época – ainda há várias coisas para se aproveitar daquele jogo. E para o azar de Newton, o pass rush dos Broncos só melhorou de lá para cá.
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Além de uma melhora em nível técnico por parte de Miller, o time ainda contou com a chegada da experiência de DeMarcus Ware e a evolução do defensive end Derek Wolfe – que em 2012 era calouro. Do outro lado, a linha ofensiva dos Panthers se reforçou e Cam Newton se transformou num dos melhores – especificamente em 2015, o mais valioso – jogador da NFL.
Newton terminou aquela partida sofrendo pressão em 38% dos snaps (terceira maior da carreira), sete sacks (segunda pior marca da carreira) e apenas um passe completo de oito tentados (mais uma interceptação) quando em pressão. Fica mais do que claro que o duelo entre o pass rush dos Broncos e a linha ofensiva/Cam Newton pode ser o que decidirá o Super Bowl 50.
