Browns encontram a fórmula do sucesso: emular o ataque dos Vikings

Vitória sobre os Bengals mostrou qual deve ser o caminho para Cleveland: Stefanski repetir o que deu certo em Minnesota no ano passado

Mais importante do que apenas vencer, o Cleveland Browns precisava de uma atuação convincente diante do Cincinnati Bengals em horário nobre para afastar a má impressão da semana 1, partida na qual o time foi destruído pelo Baltimore Ravens e tudo pareceu estar exatamente igual à bagunça de 2019.

No final, a tal atuação convincente veio na forma de uma vitória por 35 a 30 e um ótimo rendimento ofensivo, graças ao belo plano de jogo montado por Kevin Stefanski e, em partes, à fragilidade defensiva dos Bengals. O head coach reaproveitou várias ideias que vimos no Minnesota Vikings, onde foi coordenador na temporada passada, facilitando a vida de Baker Mayfield e fazendo o ataque atingir altos níveis de eficiência.

Mayfield é o novo Kirk Cousins? (Isso é uma coisa boa)

Stefanski fez tudo o que podia para simplificar ao máximo as coisas para o seu quarterback, evitando colocá-lo sobre pressão e diminuindo a chance de erros ocorrerem. Era exatamente o que acontecia com Kirk Cousins nos Vikings, daí a comparação.

Em primeiro lugar, o ataque de Cleveland é totalmente ancorado no jogo corrido com Nick Chubb e Kareem Hunt. Além do talento individual de ambos, vale destacar também o sofisticado esquema de bloqueios que está sendo implantado pelo novo treinador. Na semana 1, tivemos um breve vislumbre do poder desse ataque terrestre na única campanha que terminou em touchdown. Contra os Bengals, porém, ficou claro como o jogo corrido dos Browns pode ser letal nos seus melhores dias – afinal foram mais de 200 jardas terrestres no total -, em que pese os problemas defensivos de Cincinnati.

Falando especificamente do ataque aéreo, Stefanski repetiu a fórmula que fez de Cousins um dos quarterbacks mais eficientes da NFL no ano passado: altas doses de play-action e passes lançados fora do pocket. Segundo o Next Gen Stats, por exemplo, 43,5% dos 23 lançamentos feitos por Mayfield foram através de play actions.

Entretanto, o que chamou a atenção mesmo foram os passes em movimento, sobretudo na primeira etapa. Como sabemos, além de Baker não ser um dos signal callers com melhor presença de pocket da liga – ele quase sempre entra em pânico quando a pressão chega perto demais -, sua linha ofensiva não é muito confiável.

Assim, colocá-lo para lançar a bola através de bootlegs e rollouts é uma grande solução, até porque passar em movimento é um dos seus pontos fortes. O excepcional touchdown de 43 jardas recebido por Odell Beckham Jr. foi fruto de uma dessas vezes em que ele saiu do pocket para lançar. Segundo as estatísticas do Pro Football Focus, Mayfield terminou 4/4 para 78 jardas e um touchdown em rollouts.

Enfim, o que vimos contra os Bengals foi uma espécie de “Kirk Cousins Experience” adaptada para a realidade de Cleveland. De fato, Mayfield teria tido uma noite supereficiente e quase perfeita não fosse a tola interceptação no último quarto

Desafio agora é repetir a boa atuação contra adversários mais fortes

A explosão ofensiva do Thursday Night Football foi o primeiro passo para a Mayfield e a franquia reabilitarem sua imagem após o massacre da semana 1. Contudo, é preciso que tal nível de atuação seja repetido contra oponentes mais poderosos, pois os Bengals ofereceram pouquíssima resistência. Chegou um momento no último quarto, por exemplo, em que Cincinnati não conseguia nem tacklear mais.

Diante do Baltimore Ravens, quando o jogo corrido pifou e a pressão chegou consistentemente em Mayfield, vimos o velho Cleveland Browns versão caos e destruição de 2019 novamente em campo. Stefanski mostrou qual pode ser o teto desse ataque, um teto similar ao do Minnesota Vikings que foi aos playoffs na última temporada, mas ainda é cedo para saber se esse foi o ponto de virada para a equipe.

Cleveland volta a campo no dia 27 de setembro, recebendo o time de Washington no FirstEnergy Stadium. Será uma boa oportunidade para ver o que o ataque – sobretudo Mayfield e a linha ofensiva – pode fazer contra uma das melhores linhas defensivas da NFL.

Leia também:
Análise Tática: O novo ataque dos Chiefs 🏈
3 motivos para ficar animado com a estreia dos Giants
O que faz a defesa dos Steelers especial?
Os Seahawks precisam dar a bola para Wilson e mais 4 lições da semana 1

“odds