Comeback Player of The Year: Andrew Luck

Quarterback do Indianapolis Colts voltou à boa forma depois de graves problemas no ombro

Em 2018, tivemos uma quantidade considerável de bons candidatos ao Prêmio de Comeback Player of The Year, ou, em uma tradução aproximada, “Jogador que Deu a Volta Por Cima”. Essa honra é concedida a um atleta que teve uma temporada ruim e voltou no ano seguinte rendendo em alto nível. Na maioria das vezes, o vencedor é alguém que ficou afastado do esporte por um longo período de tempo, seja por lesão, seja por outro problema qualquer.

Entre os postulantes a esse prêmio, poderíamos citar nomes como J.J. Watt, Richard Sherman, Deshaun Watson e até mesmo Aaron Rodgers, todos estes jogadores que se machucaram em 2017 e deram a volta por cima um ano depois. Contudo, por absoluto consenso em votação realizada dentre os redatores do Pro Football, Andrew Luck sagrou-se vencedor e foi eleito o Comeback Player de 2018.

Mais do que ter tido umas das melhores temporadas da carreira e ter ajudado um time desacreditado a chegar nas semifinais de conferência, o quarterback dos Colts fez tudo isso após ter o seu futuro na NFL posto em xeque devido à uma séria lesão no ombro.

2017 perdido e incertezas se Luck continuaria jogando futebol americano

Antes de mais nada, vale fazermos um breve histórico sobre os problemas físicos de Luck. A lesão original no ombro direito datava do início de 2015, segundo revelado pelo próprio quarterback; ainda assim, ele atuou boa parte daquela temporada e de 2016 no sacrifício, lidando com as dores e a limitação no seu ombro usado para lançar a bola.

Luck, então, passou por uma cirurgia em janeiro de 2017. Começava assim umas das maiores novelas dos últimos tempos: a franquia passou boa parte daquela intertemporada jurando que o quarterback estaria recuperado até setembro. Chegou final de agosto e nada. O prazo de recuperação foi estendido por mais um mês, depois por outro e assim sucessivamente. Luck esboçou um retorno e lançou algumas bolas nos treinamentos, mas continuou sentindo dores no ombro e teve sua volta vetada pelos médicos. Foi nesse momento que a sequência da carreira do signal caller foi posta em dúvida.

Encerrados mais alguns meses de incertezas, Luck enfim foi liberado pelo departamento médico e voltou a lançar sem dores e limitações. Isso aconteceu no último mês de junho, às vésperas do training camp, todavia, o medo de uma recaída era constante e durou pelo menos até o início da temporada regular.

A volta por cima de Luck e dos Colts

Após ficar uma temporada longe dos gramados, Luck pareceu um pouco enferrujado nas primeiras semanas do ano. As maiores dúvidas pairavam sobre a força do seu braço – na semana 3, como exemplo, ele foi retirado de campo e deu lugar a Jacoby Brissett em uma situação de hail mary, o que deixou todo mundo chocado e se perguntando se, mais uma vez, Indianapolis estava mentindo sobre a real saúde do seu franchise quarterback.

Luck, entretanto, cresceu de rendimento semana a semana, assim como todo o time dos Colts, e foi parte fundamental na arrancada rumo aos playoffs, com a equipe chegando ao mata-mata após começar o ano 1-5. Ajudado pela melhor linha ofensiva da sua carreira, a qual permitiu que ele fosse sackado míseras 18 vezes – a menor marca da liga -, Luck terminou com mais de 4500 jardas aéreas, 39 touchdowns e 67% de passes completados.

O que só as estatísticas não mostram, porém, é que Luck simplesmente voltou a ser o mesmo de antes, tanto que ninguém mais questiona a recuperação. A sua mecânica de lançamento mudou um pouco pós-cirurgia, mas a força no braço permanece, assim como a mobilidade e coragem para sair do pocket quando preciso, as jogadas decisivas resultando em vitórias etc.

Não por coincidência, Luck teve sua melhor temporada desde 2014, último ano em que esteve plenamente saudável – claro que ter Frank Reich no lugar de Chuck Pagano também o ajudou. Depois de tantos meses longe dos campos, idas e vindas nos médicos e questionamentos acerca do futuro, isso é algo muito impressionante e o motivo dele ser merecedor do prêmio de Comeback Player of the Year.

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