Como Cousins teve 449 jardas, nenhuma interceptação e perdeu o jogo?

É surreal o que aconteceu ontem. De certa forma, foi até triste. Kirk Cousins está voando, o ataque de Washington está voando baixo e mesmo assim o time perdeu a partida. Tudo depende da ótica que você vê as coisas. A derrota, num mundo cada vez mais maniqueísta, é sempre vista de maneira negativa pelas pessoas.

Mas não podemos deixar de contextualizar as coisas. Cousins e companhia enfrentaram o ataque mais eficiente da NFL, que funciona como um relógio bem calibrado. Ezekiel Elliott é um cavalo em primeira descidas e posta o time em situações confortáveis para segundas e terceiras descidas. Já Washington é um time mais predicado na big play, alavancando o ataque até o fim do campo.

E aí surgiu o problema, ainda mais quando Jordan Reed saiu por conta de lesão no ombro ao ser atingido pela secundária de Dallas. A red zone, a unidade ofensiva comandada por Cousins pifou. O campo fica menor e a maior virtude daquele ataque – as big plays – não puderam ser usadas, dado que, bem, o campo não é infinito.

Se compararmos todas as estatísticas de Dallas com Washington ontem, vamos perceber que apenas uma destoa: red zone – a eficiência nas 20 jardas finais do campo. Não se engane: o futebol americano é um jogo predicado na eficiência ao conquistar território. Não em simplesmente roubar a bola do adversário.

Não tivemos nenhum turnover forçado de nenhum lado. O que tivemos foi um exemplo extremamente material do como a estatística de eficiência na red zone importa mais do que o clichê dos turnovers Dallas teve 4 touchdowns em 4 viagens para as 20 jardas finais do campo. Já Washington teve uma viagem a mais – 5. Mas, sobretudo na ausência de Reed, só fizeram touchdown em duas dessas campanhas. 2-5. Menos de 50% de eficiência contra 100% de Dallas.

Fora de casa, é impossível vencer assim. Ainda mais um time eficiente do outro lado como são os Cowboys. De toda forma, nem tudo é triste. Kirk Cousins vem mostrando que não foi o Lepo-Lepo da temporada 2015 e que nunca mais vai ser o mesmo. Pelo contrário: ele se mostra digno de ter sua franchise tag transformada em contrato de longa duração.

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