Fazia muito tempo que não se via Jerry Jones usar palavras tão duras como após a derrota do Dallas Cowboys para o San Francisco 49ers nos playoffs. O dono da franquia do Texas se disse extremamente desapontado com a performance do time e logo em seguida reiterou sua frustração, afirmando “…quando você reúne essa combinação de jogadores, precisa ter sucesso, porque todos sabemos como é a NFL…tudo é sobre ter o melhor grupo de jogadores. E em termos de pessoal, penso que temos um dos melhores.”
O recado era claro: as coisas iam mudar e ninguém estaria completamente seguro. Após manter a comissão técnica, as mudanças começaram pelos jogadores. Após informar o veterano offensive tackle La’El Collins que ele poderia procurar outro time, a equipe se desfez do wide receiver Amari Cooper, trocado para o Cleveland Browns, recebendo escolhas de quinta e sexta rodadas do próximo Draft, e enviando a sua de sexta com o jogador. Preço de banana? Sim. Mas também vale lembrar que desta forma a franquia abriu US$ 16 milhões na folha salarial.
A escolha certa nem sempre é a mais atraente
Claro que os erros do passado de Dallas tem impactado no momento da equipe. O bisonho contrato de Ezekiel Elliott segue sendo um fardo na folha e Jaylon Smith – sim, aquele dispensado no meio da temporada passada e que logo depois foi cortado também pelo Green Bay Packers – ainda custará quase US$ 7 milhões em 2022. Todavia, ninguém pode voltar ao passado e apagar suas bobagens. É preciso seguir com elas e fazer os ajustes para minimizar o problema.
Um dos pontos cruciais na NFL é encontrar o equilíbrio no time: de pouco adianta ter talento abundante numa posição e sucumbir em outra. Esse é um retrato perfeito dos Cowboys de 2021. Enquanto o corpo de wide receivers tinha 3 bons talentos (Cooper, Michael Gallup e CeeDee Lamb), a secundária penava com jogadores de qualidade para lá de duvidosa, como Anthony Brown. Cooper era o mais caro e velho do corpo de recebedores, então é natural que fosse o alvo de troca.
Na esteira dessa troca, a franquia renovou com Gallup por 5 anos, com uma média anual de US$ 12 milhões e colocou a franchise tag no tight end Dalton Schultz, o que lhes custará US$ 11 milhões. A economia com a troca equivale a 70% dos salários destes jogadores em 2022. Não dá para achar um negócio ruim numa equipe que estava com a folha salarial apertada.





