O Dallas Cowboys talvez seja a grande decepção da temporada. O medíocre record 6-10 nem de longe faz justiça aos investimentos feitos nos últimos tempos, ao talento acumulado no elenco e à ambição de voltar a vencer um Super Bowl depois de 25 anos. A franquia continua estagnada, exatamente no mesmo ponto onde estava 12 meses atrás com Jason Garrett.
Quais eram as expectativas do torcedor para 2020: O céu parecia ser o limite para um ataque com Dak Prescott under center, Ezekiel Elliott no backfield e Amari Cooper, Michael Gallup e CeeDee Lamb na posição de wide receiver. De fato, nunca faltou talento deste lado da bola, apesar das lesões de Prescott e da linha ofensiva. A expectativa era que esse ataque fosse capaz de conquistar a NFC East e, se tudo desse certo, conseguir uma boa arrancada nos playoffs.
Quais eram as nossas expectativas para 2020: Nós compartilhamos da mesma empolgação ofensiva, mas tínhamos sérias ressalvas quanto a viabilidade dos Cowboys por conta dos buracos mostrados na defesa, sobretudo após a saída de Byron Jones. No final, a unidade não foi a única culpada pelo fracasso da franquia em 2020 – houve muitos outros problemas -, mas ela certamente não ajudou em muita coisa.
O que aconteceu: Dallas tem todo o direito de reclamar da falta de sorte com lesões: Prescott quebrou o tornozelo logo na semana 5; a linha ofensiva não contou com dois titulares importantíssimos por praticamente a temporada inteira; Chidobe Awuzie, Jaylon Smith, Leighton Vander Esch e outros defensores importantes também perderam tempo no departamento médico; Ben DiNucci começou um Sunday Night Football como titular porque Andy Dalton sofreu uma concussão.
Tudo isso é verdade, mas não pode ser usado como desculpa para justificar o fraquíssimo ano de estreia de Mike McCarthy como head coach. O time já vinha mal desde antes da lesão de Prescott, lembremos, dependendo do quarterback lançar 500 jardas para se manter vivo nos jogos. O ataque nunca fluiu com naturalidade e a defesa, bem, a defesa foi uma tragédia em todos os sentidos.
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O que mais chama a atenção foi o fato de quase todos os jogadores parecem piores desde que McCarthy chegou, com exceção, talvez, de Prescott e do running back reserva Tony Pollard. Ezekiel Elliott é o melhor exemplo da regressão individual dos atletas, perdidos em um ataque que empaca em decisões ruins, chamadas questionáveis e pouco repertório.
Em resumo, o Dallas Cowboys de 2020 foi uma equipe que perdida e despreparada dentro de campo em quase todas as partidas, dependendo quase exclusivamente do talento do seu quarterback e skill players para ter qualquer chance de vitória – e quando Dak se machucou tudo foi para o espaço. Pareceu bastante o final da era McCarthy no Green Bay Packers, quando Aaron Rodgers precisava carregar o ataque e time nas costas.
Há esperança para 2021? É improvável a franquia ter tanto azar com lesões por dois anos seguidos. Por si só, isso já é o motivo de esperança. O retorno de Prescott (?) e de outros nomes como Tyron Smith e La’el Collins fará Dallas ser um milhão de vezes mais competitivo do que em 2020. De resto, fica a esperança do recheadíssimo plantel ofensivo finalmente atingir seu pleno potencial na próxima temporada, embora isso dependa de um melhor trabalho da comissão técnica. Se acontecer, porém, os Cowboys sem dúvida terão um dos melhores ataques da NFL.
O que precisa mudar urgentemente no time: Dallas precisa de um novo coordenador e um novo sistema defensivo. Demitir treinadores depois de apenas um ano de trabalho não é comum na NFL, mas é difícil ver as coisas dando certo com Mike Nolan, a menos que ele mude radicalmente seus planos. Suas ideias não casaram com os jogadores que ele tinha mão e a defesa dos Cowboys foi uma catástrofe. Não dá para tomar duas lavadas contra Washington, um time com um ataque que não coloca medo em ninguém.
McCarthy não é o responsável direto pela defesa, mas ele é sim o responsável pelo trabalho de toda a comissão técnica. Deste modo, é sua função cobrar melhores resultados de Nolan ou então pensar em alguma alternativa para 2021, pois as coisas não podem continuar como estão.
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