É permitido se iludir? Sim. Trevor Lawrence está voando. Não são meias palavras, tampouco elogios ansiosos por poucos bons jogos. Nas últimas cinco semanas, o quarterback do Jacksonville Jaguars jogou em nível avassalador, na melhor sequência de sua carreira.
Até o final de novembro, Lawrence não havia engrenado. Ele não estavam confortável com o sistema, suas atuações demonstravam vertiginosas oscilações e os Jaguars conquistavam triunfos mais “apesar” do que “por conta” dele. Então, no último mês, a chave virou e os olhos do torcedor, enfim, marejaram de felicidade.
Nas últimas cinco partidas, Trevor tem 16 touchdowns totais, com apenas um turnover e media de 270,5 jardas aéreas por jogo. Se nessa sequência os três primeiros oponentes foram insossos (Tennessee Titans, Indianapolis Colts, New York Jets), o embate contra o Denver Broncos fez o torcedor acreditar verdadeiramente no crescimento do passador. O crescimento de Lawrence catapulta Jacksonville para o patamar de competidor na Conferência Americana, em um ano no qual os favoritos não são claros e a competição é acirrada.
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Liam Coen, salvador de quarterbacks
A destreza com a qual Coen desenha seus ataques é invejável. Pelo segundo ano consecutivo, ele pegou um quarterback em momento de desconfiança na carreira e foi capaz de colocá-lo em alto nível de atuação. É verdade, contudo, que Trevor não “clicou” de imediato. Foi necessária mais de meia temporada para que quarterback e treinador, enfim, entrassem em sintonia.
Coen mantém as defesas adversárias honestas ao não alterar seu plano de jogo mesmo quando ele não está no mais alto nível de operação. Nas últimas semanas, por exemplo, o jogo terrestre da equipe viu sua eficiência despencar; Liam, todavia, em momento algum alterou sua filosofia, pois isso poderia levar à queda de todo seu sistema. Ele buscou novas alternativas sem alterar a essência – como usar mais Lawrence como corredor, por exemplo.
Oh look at me I’m Trevor Lawrence I can run full speed to my left while under pressure and still throw downfield dimes whatever dude https://t.co/5qLFQk1xD6 pic.twitter.com/cERWp9UjAH
— Ian Hartitz (@Ihartitz) December 22, 2025
Lawrence “destravou” no novo sistema e claramente joga de forma confortável, operando-o com maestria e confiança. Tais pontos tornaram Jacksonville um time perigoso que pode derrotar até mesmo o primeiro colocado geral de sua Conferência. Tal crescimento não poderia vir em hora melhor.
A troca que mudou o jogo
Para auxiliar na execução do sistema, Liam fez um movimento subestimado ao fim do período de trocas que fortaleceu seu grupo. A troca por Jakobi Meyers elevou o nível do jogo aéreo e auxiliou Lawrence a destravar seu potencial, especialmente nas descidas cruciais. Em oito jogos, são 439 jardas e três touchdowns, aparecendo nos momentos mais importantes – principalmente no meio do campo – e dando mais liberdade para seus companheiros de grupo, por conta de seu domínio no meio do campo.
Como consequência, o jogo aéreo de Jacksonville fica mais diversificado e força as defesas adversárias a ficarem mais honestas. Brian Thomas, Jakobi Meyers e Parker Washington podem não ser um trio de ferro, mas todos são competentes e alvos que podem criar separação em todos os níveis do campo (especialmente nas faixas intermediárias e profundas).
O ataque que amplifica a defesa
Silenciosamente, a defesa de Jacksonville faz um ano excelente. O trabalho do coordenador defensivo, Anthony Campanile, é louvável e extrai o melhor de seus comandados. A defesa da equipe é a segunda que mais forçou turnovers em 2025 (30), contando com um ano especial, principalmente de Devin Lloyd.
Isso não serviria tanto, contudo, se o ataque não engrenasse, pois estressaria a defesa a um ponto de que ela quebraria em algum momento – como aconteceu em algumas derrotas deste ano, especialmente nos revezes para Houston Texans e Seattle Seahawks. Um ataque potente é essencial para capitalizar as virtudes defensivas. Um amplifica o outro.
É por isso que o crescimento de Lawrence é tão essencial para as ambições de Jacksonville. Sem seu crescimento, tudo que mencionamos acima seria desperdiçado. A franquia até poderia ir para os playoffs, mas seria mera coadjuvante. Hoje, não. No nível atual, os Jaguars são sérios candidatos a vencer a AFC, podendo desbancar qualquer equipe da conferência.
Com Lawrence destravando o sistema de Coen desta forma e a defesa forçando turnovers, os Jaguars tem uma fórmula que costuma ser letal na pós-temporada. Resta saber se, enfim, o quarterback não vai deixar esta ser apenas uma boa sequência. A empolgação voltou; agora, ela precisa se tornar rotina.
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