As estatísticas pouco importam. A vitória para um lado ou outro também, já que os dois times já estavam virtualmente eliminados há tipo um mês e meio. A neve caindo, porém, dava um quê romântico que implorava por um texto piegas, cafona e cronístico como este. Não consegui deixar de pensar durante toda a partida que aquilo tinha um ar de despedida para Russell Wilson e Nick Foles.
Fim de ciclo. A neve era como um tempero no final da receita – ou como o cheiro de cerveja no chão quando a festa está acabando e os seguranças fazem cordão para botar todo mundo para fora. Os seguranças, no caso, são o fim melancólico de Nick Foles – que até teve uma boa partida – depois de ser o meteoro da paixão na conquista dos Eagles em 2017. Mas também o fim melancólico da temporada do Seattle Seahawks, agora matematicamente eliminado. É um tanto quanto estranho ver um quarterback tão acima da média como Russell Wilson jogando num time tão abaixo da média quanto os Seahawks de 2021.
Seja como for, entraram em campo, passaram, correram, tiveram touchdowns. Imagino que sabiam que esse jogo tinha o caráter de despedida que teve. No fundo, a gente sabe quando está vivendo algo que está acabando e é uma sensação muito esquisita quando isso acontece. A última vez que vai ver um colega de faculdade que não era muito amigo, a última vez que fecha a porta da casa antes de se mudar para outra. É estranho. É esse cheiro que senti vendo o jogo dos dois ontem.
Claro, pode ser que Foles encontre espaço como reserva em algum time para a próxima temporada. Pode ser que Wilson resolva acreditar no projeto capenga de Pete Carroll por mais um ano, mas fato é que o cheio de fim de festa era imenso. Agora é ver o que vai acontecer para ambos no futuro. E saber que a conta em Seattle e em Chicago, tudo indica, foi fechada.
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