Curti: 10 MOVIMENTAÇÕES QUE VOCÊ PRECISA SABER DA FREE AGENCY

Resumimos brevemente as 10 movimentações que você não pode deixar de saber para poder acompanhar a NFL em 2020

free agency (mercado) da NFL foi movimentada nesta temporada – recebedores de alto nível foram trocados e tivemos um verdadeiro carrossel de quarterbacks como há muito tempo não tínhamos. Assim, sabendo que muitos leitores preferem assistir aos jogos do que propriamente às movimentações do mercado, resumimos brevemente as 10 movimentações que você não pode deixar de saber para poder acompanhar a NFL de maneira… Bem, de maneira adequada.

Então, bem ao estilo daqueles resumos que você lia antes da prova porque não estudou a tempo (risos) ou mesmo para rever as movimentações, vamos à lista.

1- Tom Brady contratado pelo Tampa Bay Buccaneers

Sem dúvidas o movimento de maior impacto da free agency. Após 20 temporadas, Tom Brady tem nova casa: o Tampa Bay Buccaneers. Brady optou por não seguir em New England e conseguiu contrato que, com incentivos, pode chegar a 30 milhões de dólares. O contrato é de duas temporadas – se cumprido integralmente, Brady conseguirá quase que cumprir a outrora surreal promessa de jogar até os 45 anos. Ao final desse contrato, ele teria 44 anos e 5 meses.

Brady não optou por Tampa Bay apenas por dinheiro: o time tem um dos elencos mais talentosos da NFL no lado ofensivo da bola. Só de recebedores a equipe conta com um dos melhores da NFL em Mike Evans e no sólido Chris Godwin, que fez excelente temporada em 2019. Para além disso, há talentosos tight ends e Brady sempre gostou de trabalhar com eles. Sobra a dúvida quanto à linha ofensiva de Tampa Bay, que não é das melhores.

2- Todd Gurley cortado pelos Rams e assinando com o Atlanta Falcons

Movimentação que mostra um enorme desprestígio da posição de running back e que, de fato, havia algo estranho com Todd Gurley na temporada passada – o uso menor de Gurley foi tema de muito debate e Sean McVay chegou a dizer que a culpa “era dele” para a não utilização. Menos de seis meses depois, com o corte, ficou provado o óbvio: a culpa não era de McVay – que corretamente falou assim para blindar o vestiário. O fato é que Gurley não estava 100% saudável.

Seu joelho segue preocupando e daí o corte – mesmo com a potencial lesão, ele encontrou nova casa em Atlanta. Ou antiga casa, dado que jogou na Geórgia no college football. O contrato com os Falcons é de 6 milhões de dólares e apenas um ano. Enquanto isso, os Rams arcam com 20 milhões de dólares em peso morto na sua folha salarial após o corte.

3- DeAndre Hopkins trocado para o Arizona Cardinals

Beirou o inacreditável.

Ao que tudo indica, Bill O’Brien e o recebedor DeAndre Hopkins não estavam mais se bicando e O’Brien chegou a comparar seu jogador, durante uma discussão, a Aaron Hernandez. Além de ser uma comparação de muito mau gosto em nada ajuda na manutenção de um bom clima no vestiário.

Supostamente, Hopkins queria um novo contrato. Seu então contrato com Houston era uma enorme barganha: nos próximos três anos ele receberia 40 milhões. Natural que quisesse um novo contrato, mas a resposta de O’Brien foi espanar. Seu técnico/general manager trocou Hopkins para o Arizona Cardinals pelo running back David Johnson e uma escolha de… Quarta rodada.

Sob nenhuma hipótese a troca é justificável – dado que a seguinte, envolvendo também um jogador insatisfeito, ao menos teve um retorno de primeira rodada. E como você verá à frente, Stefon Diggs também é wide receiver. A situação piora na medida em David Johnson está longe de ser o running back de temporadas anteriores. Ele chegou a perder a titularidade para Kenyan Drake e seu contrato em 2020 faz com que ele ganhe 11 milhões de dólares – o terceiro running back mais bem pago da liga.

Verdadeiro desastre em Houston.

4- Stefon Diggs trocado para o Buffalo Bills

Já há algum tempo insatisfeito com o Minnesota Vikings, Diggs “apagou as fotos com o ex” no Instagram – sim, literalmente, ele apagou todas as fotos com o uniforme de Minnesota – e isso acendeu o interesse das outras equipes da liga. O Buffalo Bills havia tentado trocar por Diggs em outubro do ano passado e não conseguiu. Agora, o casamento saiu.

Diggs e uma escolha de sétima rodada dos Vikings foram trocados por uma escolha de primeira, quinta e sexta (mais uma quarta de 2021) do Buffalo Bills. É um senhor pacote, mas o que importa aqui é a escolha de primeira rodada, até porque essas posteriores às vezes sequer viram titulares. A troca é uma prova de confiança da diretoria de Buffalo a seu quarterback, Josh Allen. O time já havia investido em recebedores na free agency de 2019 e agora o faz de novo com trocas. Se Allen evoluir como passador, os Bills surgem como, acredite, favoritos na AFC East em 2020. O problema é justamente que ele evolua.

5- Phillip Rivers contratado pelo Indianapolis Colts

Era pedra cantada sobretudo pelas conexões de Rivers com a atual comissão técnica de Indianapolis, sobretudo com Frank Reich, atual head coach do time e ex-coordenador ofensivo de Philip nos Chargers. Como o Deivis bem resumiu neste texto, o pior Philip Rivers ainda é melhor do que a melhor versão de Jacoby Brissett.

“O principal ponto é a precisão: se ambos foram mal lançando bolas para mais de 20 jardas no ar, o mesmo não se pode dizer em espaço intermediário. Rivers teve média 8% maior que a da NFL em passes de 10 a 19 jardas, enquanto Brissett foi 7,6% abaixo do padrão. Em bolas mais curtas, até nove jardas, a diferença é praticamente a mesma, com ex-Chargers tendo vantagem de 6% sobre a linha do meio, enquanto o jogador dos Colts teve o mesmo número, porém negativo. Não por acaso a equipe de Los Angeles foi a quarta melhor em jardas após a recepção, enquanto Indianapolisapenas a 27°.

Em situações de pequenas janelas, com pouca separação, a diferença é gritante: Brissett teve média de acerto de quase 12% a menos que o parâmetro médio da NFL em 2019. Já Rivers, mesmo com menos tempo para lançar como já citado, foi superior em 5% em relação à média. Conseguir colocar a bola em pontos difíceis é uma virtude que não pode ser descartada na NFLRivers é capaz de fazer isso, Brissett não.”

6- Teddy Bridgewater contratado pelo Carolina Panthers

Depois de horrenda lesão, Teddy Bridgewater teve a carreira colocada em xeque. Anos depois de ter praticamente todos os ligamentos do joelho estourados, Bridgewater conseguiu nova oportunidade como titular. O Carolina Panthers contratou o free agent por três anos e 63 milhões de dólares. Desses, apenas 33 são garantidos.

O contrato é uma barganha para os Panthers mas, ao mesmo tempo, uma aposta: Bridgewater fez jogos competentes na temporada passada pelo New Orleans Saints, rival de divisão, mas ainda não é seguramente um quarterback de primeira ou segunda prateleira. Para Teddy, também é uma aposta: os valores são baixos para um quarterback titular. Hoje, ele seria apenas o 21º mais bem pago da posição.

A contratação também importa em outra coisa: fim da Era Cam Newton. Com a chegada de Teddy, Newton está no mercado para trocas e caso Carolina não consiga encontrar um parceiro haverá o corte do camisa 1.

7- Nick Foles trocado para o Chicago Bears

A exemplo do que o Tennessee Titans fez no ano passado, o Chicago Bears trocou por um quarterback veterano para dar uma canseira na sua escolha de primeira rodada. No caso, Nick Foles veio a um preço módico, uma escolha de quarta rodada. Contudo, seu contrato é pesado para o médio prazo.

A boa notícia é que os Bears podem testar Foles por um ano e, caso não dê certo, não devem mais nada de peso morto (dinheiro garantido) após a temporada de 2020. Nesta, o cap hit de Foles é de 15 milhões. Não é nenhum absurdo. Caso ele siga em Chicago para além de 2020, aí o valor sobe para 20 milhões em 2021 e 2022. Essencialmente, portanto, é um contrato de um ano.

Foles chega com experiência no sistema de Matt Nagy – foi reserva de Alex Smith em Kansas City quando Nagy lá era coordenador ofensivo – e mais funcionalidade do que a segunda escolha geral do Draft 2017, atual quarterback do time (por pouco tempo, ao que tudo indica).

8- Dak Prescott recebe a Franchise tag pelo Dallas Cowboys

Movimento esperado e que já aconteceu outras vezes na história da NFL, com um quarterback recebendo a franchise tag para não chegar ao mercado como Free Agent irrestrito.

Dallas agora tem até o dia 15 de julho para negociar um novo contrato com seu quarterback ou ele jogará em contrato de um ano. Dak é o sexto quarterback a receber a franchise tag exclusiva. Até hoje, desses, apenas Kirk Cousins acabou não recebendo um vínculo de longa duração com seu time de origem – como dito, a situação era diferente, dado que era mais uma tag de “vamos ver se você é bom mesmo”.

A tag exclusiva para quarterbacks é de 33 milhões de dólares nesta temporada – pouco menos do que os Cowboys já tinham ofertado a Prescott em média anual. A tendência, portanto, é que caso um vínculo seja atingido esses valores sejam superados. O time chegou até a quase assinar com Dak ainda em setembro do ano passado. Contudo, o início de 3-0 acabou minando as negociações e inflando os valores pedidos pelo quarterback – no final das contas, os Cowboys não foram para os playoffs.

9- Drew Brees renovando com o New Orleans Saints

Embora a tendência parecesse ser de aposentadoria, Drew Brees renovou com o New Orleans Saints por mais dois anos. Isso dá certa continuidade ao time num ano que parece ser um desafio maior do que em outros – dada a chegada de Tom Brady ao Tampa Bay Buccaneers.

A parte boa é que Brees volta e, por mais que ele tenha tido partidas aquém do desejado em pós-temporada, o preço para 2020 e 2021 são bem ok. Agora a parte ruim: os Saints terão impacto de 11 milhões de dólares em 2022 sem que Brees esteja no elenco – dado que por lá ele provavelmente já estará aposentado. Na prática, é como se New Orleans tivesse parcelado o contrato e os juros sendo pagos na folha de 2022 e 2023. Abaixo a estrutura (via Spotrac) para ficar mais claro.

10- A contratação de Jack Conklin pelo Cleveland Browns

Embora o Cleveland Browns não tenha sido o time com mais sacks sofridos na temporada passada, ficou mais do que claro que as pontas da linha ofensiva eram problemáticas. Baker Mayfield por várias vezes soltou a bola de maneira inconsequente quando pressionado e esse foi um dos motivos pelo qual os Browns foram uma das maiores frustrações da temporada 2019.

A chegada de Jack Conklin chega para remediar isso. Jovem e excelente ao bloquear para o jogo terrestre, Conklin chega para reforçar um setor que sofre desde a aposentadoria de Joe Thomas. A tendência, ainda mais com Kevin Stefanski como head coach, é que o time rode um sistema parecido com o que Minnesota rodou no ano passado. Ou seja; foco terrestre e play action. Baker agradece.

Um anúncio rápido: Não vamos “fechar” nenhum texto para assinantes nesta semana no @profootballbr. Tudo aberto para incentivar as pessoas a ficarem em casa nesses tempos de COVID19. Caso você goste de nosso conteúdo e queira apoiar nosso site, estamos também com uma promoção de R$ 1.00 por um mês e após esse mês, anualmente com 50% de desconto. Clique aqui para conferir

Leia também:
4 MAIORES VENCEDORES DAS TROCAS NA ABERTURA DO MERCADO
4 MOTIVOS QUE EXPLICAM A DESVALORIZAÇÃO DOS RUNNING BACKS
OS NOVOS CONTRATOS DE BRADY E BREES
🎙️199: A LOUCURA DA FREE AGENCY (título dado pelo Deivis)

“odds