Curti: 32 escolhas, 32 notas para a 1ª rodada do Draft 2022

Considerando valor, necessidade e todo o mais, demos três conceitos – questionável, bom e ótimo – para as 32 escolhas da primeira rodada do Draft 2022. Veja como seu time foi!

Com os três dias de Draft terminados, podemos dar notas para a primeira rodada. Por que só agora e não já no sábado ou na sexta? Bom, a gente tem que pensar no Draft como um processo que tem o todo interligado. Dar uma nota ruim para o Green Bay Packers na primeira rodada porque pegou um linebacker e não um wide receiver não faria muito sentido, por exemplo, dado que Christian Watson foi a escolha de segunda – uma boa movimentação.

As apostas defensivas de Green Bay e Kansas City, no final das contas, acabam sendo compensadas por escolhas posteriores. O contrário também acaba acontecendo, claro, com escolhas de primeira rodada que seguem sendo escolhas questionáveis. Então, vamos às notas. Em vez de dar 0 a 10, vamos colocar conceitos aqui. As notas não são para o jogador, mas para o todo. Ou seja: valor da escolha, necessidade do time na posição (que pode ser anulado caso o valor do jogador seja muito acima de onde ele seja escolhido), piso e teto do prospecto.

Para não complicar, os conceitos serão: 

Questionável: Escolha de um atleta muito antes do que deveria ser escolhido ou o time negligenciando uma necessidade muito maior em outro setor sendo que havia bons nomes para tanto. Ex: Alex Leatherwood, Raiders em 2021; Mitchell Trubisky, Bears (2017); Jordan Love, Packers (2020); Daniel Jones, Giants (2018).

Bom: Valor apropriado mas poderia/havia opções melhores para a equipe, seja em valor nominal de posição/necessidade ou outro prospecto com valor nominal da mesma classe. Exemplos do ano passado e outros Drafts: Najee Harris, Steelers; Kolton Miller, Raiders (2018)

Ótimo: Valor adequado para onde o jogador foi escolhido de acordo com seu piso/teto e a necessidade do time na posição/valor da escolha. Ex: Micah Parsons (2021, Cowboys), Chase Young, Commanders (2020), Derwin James, Chargers (2018).

Resumimos nessas três simplesmente porque o Draft é uma ciência inexata. Além de draftar os jogadores, o time tem que desenvolver esses atletas – escolhas arriscadas ficam ainda mais ainda mais complicadas se falamos de um jogador que é atlético mas tem pouca técnica.

1- Travon Walker, EDGE, Georgia: Jacksonville Jaguars: Questionável

Não era a melhor opção aqui, dado que ainda tínhamos Aidan Hutchinson e Kayvon Thibodeaux no board. Walker é um prospecto que precisa de lapidação técnica e de processamento mental. O teto atlético que apresenta, porém, fez os Jaguars se apaixonarem. Entendível, mas o time terá trabalho para capitalizar nesse “alto risco, alta recompensa”.

2- Aidan Hutchinson, EDGE, Michigan: Detroit Lions: Ótimo

Prospecto muito polido tecnicamente e que casa com uma necessidade do time. Para completar, orna também com o estilo de Dan Campbell, que é um dos head coaches mais intensos da liga. Hutchinson pode estar perto de seu teto de produção, mas esse teto já é alto e ele pode produzir como Maxx Crosby em Las Vegas.

3- Derek Stingley, CB, LSU: Houston Texans: Questionável

Não escolheria Stingley no top 5, mesmo sendo uma carência do time. Há histórico de lesão, ele não joga de acordo com uma escolha top 5 desde 2019 e para mim havia opções melhores na própria classe, como Sauce Gardner. São muitos “se” para um time que precisa de certezas para arrumar a casa. Ademais, tenho meu pé atrás com cornerbacks que tem alergia a tackle, então existe um viés mais subjetivo aqui. Claro que pode dar certo, mas há motivos para essa escolha ser questionável.

Leia mais:
Packers vivem montanha-russa de emoções, mas Draft é bom e reforça elenco nas fragilidades
🎙️ Podcast: Questionável, Draft dos Patriots não teve escolhas de impacto imediato
Draft 2022: As 5 maiores barganhas
5 lições, Draft: Ravens dão aula e mostram que paciência é chave

4- Sauce Gardner, CB, Cincinnati: New York Jets: Ótimo

Uma das escolhas que mais faziam sentido na primeira rodada. Gardner “orna” com o sistema de Nova York, lembra um jogador que rendeu bastante na mão de Robert Saleh, atual head coach do time – Richard Sherman. Ademais, era uma carência do time e vale lembrar que essa equipe joga duas vezes por ano contra Josh Allen e Stefon Diggs. Isso tudo considerado, uma das melhores escolhas da quinta.

5- Kayvon Thibodeaux, EDGE, Oregon: New York Giants: Ótimo

Escolhaça em termos de valor. EDGE era uma necessidade nos Giants, embora não uma das maiores. Agora o time pode contar com Azeez Ojulari numa ponta e Thibodeaux na outra. Considerando que temos Leonard Williams no meio, a necessária melhora contra a corrida que Kayvon precisa ter o quanto antes é maquiada um pouco. Thibodeaux era o melhor prospecto deste Draft para mim e saiu apenas na quinta escolha. Sorte dos Giants.

6- Ikem Ekwonu, OT, NC State: Carolina Panthers: Ótimo

O time leu bem o board coletivo ao perceber que apostar em Malik Willis ou Kenny Pickett na sexta escolha geral seria cedo demais. Um dos problemas do time nas últimas temporadas vem sendo justamente a linha ofensiva e seja lá quem for o quarterback no futuro, conta com um offensive tackle muito inteligente no processamento do jogo e que como brinde ainda pode ajudar bastante Christian McCaffrey nos bloqueios para as corridas.

7- Evan Neal, OT, Alabama: New York Giants (via CHI): Ótimo

Neal pode jogar desde o primeiro dia como right tackle enquanto o time já tem o sólido Andrew Thomas na outra ponta. Ambos em contrato de calouro e prontos para render com o sucessor de Daniel Jones. Neal é enorme, tem boa ancoragem e precisa melhorar na leitura do front – em blitzes, por exemplo. Mas é um valor adequado aqui e casa com o que o time precisa.

8- Drake London, WR, USC: Atlanta Falcons: Questionável

Força nominal e de jogo é acima da média, mas no top 10 questiono a escolha. Atlanta precisa de muita coisa e tinha a obrigação de sair com mais de um top 10 do que um wide receiver que na minha humilde opinião não está nem entre os cinco melhores do Draft. London pode sim ser um bom jogador na NFL, mas o custo de oportunidade foi alto demais para os Falcons. Pagaram caro numa pizza ok, digamos. Ademais, o time já conta com um “recebedor físico e alto” em Kyle Pitts. Poderia ter trazido variedade para esse corpo de recebedores com Garrett Wilson, por exemplo, um cara ágil, máquina de jardas após a recepção e que poderia ser uma boa válvula de escape para sabe Deus quem será o quarterback dos Falcons em 2022.

9- Charles Cross, OT, Mississippi State: Seattle Seahawks (via DEN): Ótimo

Faz muito, muito tempo que eu não dou a qualificação “ótima” para uma escolha de primeira rodada de Seattle. Cross discutivelmente é o melhor bloqueador para o passe desta classe, um jogador muito, muito técnico. Precisa finalizar melhor os bloqueios e otras cosias más. De toda forma, porém, é muito valor num top 10. Finalmente Pete Carroll e John Schneider não tentaram reinventar a roda. Foram na necessidade do time no ataque para além da posição de quarterback e no melhor offensive tackle disponível.

10- Garrett Wilson, WR, Ohio State: New York Jets (via SEA): Ótimo

Já falei bastante acima de Wilson, meu wide receiver favorito nessa classe. Não tem muito o que falar para além disso, então foquemos no time. É verdade que a equipe conta com Corey Davis e Elijah Moore indo para o segundo ano, mas toda ajuda a Zach Wilson em sua evolução que já deu uma melhorada na reta final da temporada 2021. Wilson pode trabalhar (muito) bem em espaços curtos e tem tudo para ser uma senhora válvula de escape para Wilson (o QB) no pocket em vez dele meter o louco achando que é Patrick Mahomes e sendo interceptado por consequência. 

11- Chris Olave, WR, Ohio State: New Orleans Saints (via WAS): Questionável

Na prática, para ter o “direito” de ter duas escolhas no top 20 os Saints gastaram uma primeira rodada (a escolha em si), duas segundas rodadas, uma terceira rodada e uma quarta para estarem nessa posição #11 para pegar Chris Olave. O que me incomoda é que o time pegou um excelente recebedor de posse de Ohio State um tempo atrás no Draft. Mas gastou apenas uma segunda rodada para tanto. Seu nome é Michael Thomas e torcemos para que ele jogue em 2022.  Olave, para mim, tinha valor mais para baixo da primeira rodada e, embora recebedor seja uma carência na Louisiana, acabou saindo caro demais considerando o que New Orleans gastou no todo desse Draft. 

12- Jameson Williams, WR, Alabama: Detroit Lions (via MIN): Bom (quase ótimo)

Tem potencial para ser “ótimo”, mas precisamos ver que versão de Williams joga em 2022 depois da lesão no joelho e mais à frente, que versão dele jogará com o futuro quarterback dos Lions que herdará o time de Jared Goff. Williams precisa trabalhar melhor na recepção e usar menos o corpo, ao mesmo tempo que precisa de mais massa magra para a transição para a NFL. De toda forma, há potencial dele ser o melhor recebedor do Draft. O preço pago acabou sendo barato para Detroit, que se frise. 

13- Jordan Davis, iDL, Georgia: Philadelphia Eagles (via CLE e HOU): Bom

Davis tinha valor de final de primeira rodada para mim, mas não acho que seja uma escolha questionável porque reforça um front já interessante da equipe e prepara os Eagles para o pós-Fletcher Cox. Ademais, era meu primeiro iDL da classe, então pensando em tudo isso, foi uma boa escolha. Davis precisa de mais movimentos de pass rush e precisamos saber como ele manterá o fôlego caso esteja mais descidas em campo. Potencial (e tamanho) tem de sobra. 

14- Kyle Hamilton, S, Notre Dame: Baltimore Ravens: Ótimo

Poderia ser hors concurs essa escolha. Hamilton, por ser um safety, caiu até a 14ª escolha e um dos times que mais entendem o valor como lei do Draft não pensou duas vezes. Mesmo que Baltimore tenha recém-contratado o ótimo Marcus Williams para a posição, era uma oportunidade maravilhosa. Essa secundária, saudável, concorre para ser a melhor da liga: Marlon Humphrey e Marcus Peters como cornerbacks, Hamilton e Williams como safeties. É possível imaginar cascos com Williams no fundo do campo e Hamilton no slot, aliás. Ele tem talento para isso. Tem talento para fazer tudo que um safety pode fazer numa defesa, aliás. 

Numa AFC North e AFC como um todo que está recheada de bons quarterbacks, a secundária dos Ravens pode ser um senhor antídoto quando dezembro e janeiro chegarem. 

15- Kenyon Green, iOL, Texas A&M: Houston Texans (via MIA/PHI): Bom

Não chega a ser questionável porque gosto do prospecto e ele tem versatilidade, se o caldo engrossar na linha ofensiva de Houston e ele precisar improvisar como offensive tackle, dá para imaginar que não faça feio. Pode melhorar no jogo profissional, em especial no processamento mental, mas no geral é um bom valor – em especial na força de jogo e indo até o final nos bloqueios do jogo terrestre. Houston poderia ter usado melhor a escolha, mas de toda forma é um valor de primeira rodada. 

16- Jahan Dotson, WR, Penn State: Washington Commanders (via IND/PHI/NOLA): Bom

Talvez eu goste mais de Dotson do que a média dos analistas, mas creio que seja porque eu pondere que o ataque de Penn State era uma desgraça e mesmo assim ele conseguiu mostrar seu valor. Melhor executador de rotas da classe em minha opinião, é um prospecto que precisa ganhar massa magra para a NFL mas que pode ajudar Carson Wentz desde o primeiro dia. Leve reach aqui, mas com a corrida de wide receivers saindo no top 20 e considerando que Washington já havia descido, não acho nada demais ter sido reach em termos de “onde Dotson sairia”. 

17- Zion Johnson, iOL, Boston College: Los Angeles Chargers: Bom

Com os principais recebedores já tendo sido escolhidos, os Chargers mudam o foco para a linha ofensiva numa proteção que pode ser bastante necessária para Justin Herbert nessa competitiva AFC West. Johnson ainda tem um bônus de ser um prospecto acima da média nos dois tipos de bloqueio terrestre e tem apenas 22 anos (já mostrando um entendimento de jogo muito bom depois do snap). A escolha poderia ser mais sexy? Talvez, mas trará frutos em curto, médio e longo prazo para o time. 

18- A.J. Brown mais barato Treylon Burks, WR, Arkansas: Tennessee Titans (via PHI/NOLA): Ótimo

A comparação de Treylon Burks é absurdamente objetiva aqui para a maior parte das pessoas que viram o cara jogar em Arkansas: A.J. Brown. Os Titans trocaram Brown por essa escolha e meteram o Dr. Albieri ao selecionar um clone. Físico, ótimo em jardas após a recepção, versátil, com um radar de bola excekente. Esse é Brown. Também é Burks. Claro que A.J. Brown é um jogador mais provado na liga, mas o potencial (e o preço menor em contrato) podem ser um excelente plus aqui. 

19- Trevor Penning, OT, North Dakota State (FCS): New Orleans Saints (via PHI): Bom

Entendo que a maior parte dos analistas não esteja apaixonada por Penning e eu também não estou. Mas ao menos os Saints supriram a carência deixada pela saída de Terron Armstead. O time tem como filosofia apostar em jogadores com potencial atlético para serem lapidados e foi o caso aqui. Penning é enorme, mas precisa de refino técnico e o fato de ter jogado contra competição inferior é sempre uma preocupação. Não é uma escolha ruim considerando o contexto todo – embora, por outro lado, não me empolgue. 

20- Kenny Pickett, QB, Pittsburgh: Pittsburgh Steelers: Questionável

Faria a escolha? Não. Mas não é uma escolha ruim, apenas questionável por alguns pontos. Pickett é o quarterback com o piso mais alto dentre os elegíveis ao Draft 2022, mas em contrapartida está chegando no seu teto de produção a meu ver. Quando você gasta uma escolha de primeira rodada, tem que pensar nisso também. Como ponto positivo, ao menos os Steelers não gastaram capital para isso – aí classificaria a escolha como ruim de uma vez. O grande problema é o panorama da NFL atual: os quarterbacks “batata-frita” – que não colocam o time nas costas e apenas não comprometem – não tem valor de primeira rodada a meu ver. 

21- Trent McDuffie, CB, Washington: Kansas City Chiefs (via NE): Ótimo

Jogador instintivo, inteligente e que pode ajudar a defesa dos Chiefs desde o primeiro dia. Como Ward saiu e os Chiefs jogam na divisão mais difícil da NFL – 6 jogos por ano contra Russell Wilson, Derek Carr e Justin Herbert – investir na secundária me parece uma boa ideia. McDuffie poderia ter saído até antes, aliás. Únicos “contras” são as poucas interceptações na carreira (algo que faz sentido no sistema defensivo de Washington no college) e menos snaps na marcação homem a homem do que em zona, o fejão-com-arroz dessa defesa dos Huskies. Nada que tire seu valor de primeira rodada.

22- Quay Walker, ILB, Georgia: Green Bay Packers (via LV): Questionável

Metade de Davante Adams virou um jogador que não tinha nota de primeira rodada e que para mim sequer era o melhor linebacker do próprio time, quanto mais do Draft. Walker hesita mais do que deveria na marcação do passe, cai em mais play-actions e RPO do que deveria mas… É um bom tackleador e tem potencial atlético, coisa que a diretoria dos Packers ama no Draft. Em minha humilde opinião, o time poderia ter saído com mais valor aqui. Linebacker por linebacker, Devin Lloyd ainda estava disponível. A esperança é que ele evolua como o time viu Rashan Gary: tardiamente, mas compensando a primeira rodada gasta. 

23- Kaiir Elam, CB, Florida: Buffalo Bills (via ARI/BAL): Bom

Os Bills precisavam de um cornerback para o oposto de Tre’Davious White, que volta de lesão e que está com um certo histórico de perder jogos. Elam, falando nisso, volta de lesão no joelho mas fisicamente tem caractetísticas que me encantam: tiro de 40 jardas abaixo dos 4,4 e 1,85m (6’1) de altura. Precisa dosar na agressividade em alguns momentos, mas o cenário para ele é o melhor possível, dado a excelente mente defensiva que Sean McDermott é. 

24- Tyler Smith, OT, Tulsa: Dallas Cowboys: Questionável

Uma das piores escolhas da primeira rodada, não falo nem que foi questionável. Com Tyler Linderbaum, Jermaine Johnson e outros bons valores ainda no board e os Cowboys fazerem isso é pra lá de duvidoso. Tanto é que, pressionado por repórteres na coletiva pós-primeira rodada, Jerry Jones (dono/general manager) meteu o louco e mostrou o board do time pra justificar o que foi feito – com a cereja do bolo sendo Mike McCarthy profundamente constrangido. Smith é um cara com o físico que se espera da posição, mas é bastante cru tecnicamente. Não tinha nota de primeira rodada. 

25- Tyler Linderbaum, C, Iowa: Baltimore Ravens (via BUF): Ótimo

Os Ravens agradecem Jerry Jones enternamente. Embora não seja excelente nos bloqueios angulares que Baltimore roda bastante, Linderbaum é um primor técnico e tem potencial para ser uma das melhores escolhas da primeira rodada. Ágil, inteligente, bom nos bloqueios aéreos, pode ajudar o ataque dos Ravens e supre a carência deixada na saída de Bradley Bozeman. 

26- Jermaine Johnson, EDGE, Florida State: New York Jets (via TEN): Ótimo

Sou menos fã de Johnson do que a maior parte dos analistas por conta de seu bend que não acho que pode evoluir muito além do que já tem, mas reconheço que ele é um jogador com uma primeira passada fora de série e que tem nota de primeira rodada. Embora os Jets já tenham Carl Lawson no elenco, ele sequer jogou ano passado. O pass rush para uma defesa é como… Bem, é como você beber mais água do que deve estar bebendo hoje em dia. Melhora a defesa EM TUDO. O passe não sai como deveria, o sack força o adversário em descidas longas que por vezes não correm e dá menos tempo para a separação ocorrer e atrapalhar a secundária. Valor excelente para os Jets, um dos grandes vencedores do Draft 2022.

27- Devin Lloyd, ILB, Utah: Jacksonville Jaguars (via TB): Ótimo

Troca em que os dois lados vencem. Compensou para Tampa Bay descer até a 33 e pegar Logan Hall e compensou muito para Jacksonville. Mesmo que o time já tenha gasto dinheiro na free agency com Foye Oluokun, Lloyd é um prospecto que não deveria ter caído tanto quanto caiu. Líder da defesa de Utah na temporada passada, é o protótipo do que se espera de um linebacker na NFL atual: boa saída de bloqueios, comando total no processamento mental e trabalho acima da média contra o passe. 

28- Devonte Wyatt, IDL, Georgia: Green Bay Packers: Ótimo

Compensou a escolha anterior, de certa forma. A defesa terrestre de Green Bay foi sofrida em vários momentos nas últimas temporadas e adicionou talento de forma coerente aqui. Considerando que seria alto demais para os wide receivers ainda disponíveis, os Packers pegaram o melhor iDL para parear com Kenny Clark. Wyatt tem bom trabalho no bull rush e é muito bom contra a corrida, fazendo exclente trabalho na ocupação de gaps. Impacto contra a corrida pode ser imediato com sua aquisição. 

29- Cole Strange, iOL, Chattanooga: New England Patriots: Questionável

O problema não é o jogador, que é bom valor e dificilmente passaria batido na segunda rodada. Menos ainda onde jogou, porque sinceramente não é o principal fator na avaliação de um prospecto. É que os Patriots podiam ter pego Trent McDuffie ou Devin Lloyd antes e saíram com um guard da primeira rodada. Posição que virou carência depois que Belichick trocou Shaq Mason por um cento de coxinhas e não renovou com Ted Karras. No longo prazo a escolha pode ser menos questionável, mas no panorama atual da AFC East pode fazer o time sofrer em 2022. 

30- George Karlaftis, EDGE, Purdue: Kansas City Chiefs: Ótimo

Mais reforços defensivos para Mahomes & Amigos. Nenhum wide receiver compensaria aqui em termos de valor, então o time seguiu investindo na melhora defensiva. Karlaftis faz um bom trabalho contra a corrida, selando a lateral e tendo boa técnica de tackle. Joga com muita intensidade, tem um primeiro passo formidável. Falta bend, o que faz ele cair um pouco – mas valor pra lá de adequado na primeira rodada. Considerando que os EDGEs de Kansas City sofreram contra a corrida no ano passado e que Frank Clark tem histórico de lesão, é uma boa escolha dos Chiefs. 

31- Daxton Hill, S, Michigan: Cincinnati Bengals: Ótimo

Vonn Bell está em último ano de contrato e Jessie Bates jogando com a franchise tag em 2022. Hill para mim era o segundo safety desta classe, sendo um jogador que você pode usar de várias formas. No slot, em blitzes, enfim: nessa secundária que penou no Super Bowl LVI contra os Rams, tem impacto imediato. 

32- Lewis Cine, S, Georgia: Minnesota Vikings (via LAR/DET): Questionável

Aí não acho que Minnesota terminou bem a primeira rodada. O time recém renovou com Harrison Smith por uma alta quantia, sendo um jogador que acredito estar em declínio de produção. Se fosse para sai com um safety, que fosse na 12 com Kyle Hamilton – não na 32 com um safety estilo clássico, tackleador mas que deve na parte técnica do jogo aéreo. Cine tinha nota de dia 2 e ainda tínhamos jogadores que poderiam ser mais úteis para os Vikings neste momento. De toda forma, a escolha é atenuada porque o time conseguiu sair da segunda rodada com Andrew Booth Jr.

Leia ainda mais assinando o Profootball +:
Draft 2022: As 8 escolhas mais questionáveis da primeira rodada
🎙️ Revisão completa da 1ª rodada do NFL Draft: escolhas boas, questionáveis e as surpresas

“odds